O Senado aprovou nesta terça-feira (09 de novembro) o Plano Nacional de Cultura que estabelece metas obrigatórias para os próximos dez anos. O texto foi aprovado pela Comissão de Educação e Cultura do Senado sem alterações e agora aguarda somente a sanção do Presidente Lula.
Segundo o MinC, a principal ferramenta de acompanhamento metas estipuladas pelo Ministério da Cultura após a promulgação do PNC será o Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC).
O SNIIC já está em desenvolvimento tecnológico e será uma ampla base de dados e indicadores culturais, que abrangerá informações sobre equipamentos culturais, grupos artísticos, órgãos gestores da cultura, conselhos municipais, editais, sobre a economia da cultura, estudos e pesquisas sobre o setor cultural, entre outros.
A plataforma será essencial ao compartilhamento de informações da cultura entre os governos federal, estadual e municipal e o setor privado. Também irá gerar indicadores da gestão pública, permitindo o conhecimento e a interação da sociedade civil com as ações e políticas.
O Plano Nacional é uma diretriz a ser seguida pelos estados e municípios para criarem seus próprios planos de cultura. A adesão, porém, não é automática ou obrigatória. O MinC irá criar protocolos de adesão para esses entes federativos e então subsidiar com consultoria técnica e apoio orçamentário a elaboração desses planos.
As linguagens artísticas também irão elaborar planos para seus setores. Os colegiados setoriais ligados ao Conselho Nacional de Política Cultural os responsáveis por isso. Música, Teatro, Dança, Circo, Museus, Culturas Populares e Culturas Indígenas já têm planos.
Os 13 princípios do PNC são:
- Liberdade de expressão, criação e fruição
- Diversidade cultural
- Respeito aos direitos humanos
- Direito de todos à arte e à cultura
- Direito à informação, à comunicação e à crítica cultural
- Direito à memória e às tradições
- Responsabilidade socioambiental
- Valorização da cultura como vetor do desenvolvimento sustentável
- Democratização das instâncias de formulação das políticas culturais
- Responsabilidade dos agentes públicos pela implementação das políticas culturais
- Colaboração entre agentes públicos e privados para o desenvolvimento da economia da cultura
- Participação e controle social na formulação e acompanhamento das políticas culturais
São objetivos do Plano Nacional de Cultura:
I – reconhecer e valorizar a diversidade cultural, étnica e regional brasileira;
II – proteger e promover o patrimônio histórico e artístico, material e imaterial;
III – valorizar e difundir as criações artísticas e os bens culturais;
IV – promover o direito à memória por meio dos museus, arquivos e coleções;
V – universalizar o acesso à arte e à cultura;
VI – estimular a presença da arte e da cultura no ambiente educacional;
VII – estimular o pensamento crítico e reflexivo em torno dos valores simbólicos;
VIII – estimular a sustentabilidade socioambiental;
IX – desenvolver a economia da cultura, o mercado interno, o consumo cultural e a exportação de bens, serviços e conteúdos culturais;
X – reconhecer os saberes, conhecimentos e expressões tradicionais e os direitos de seus detentores;
XI – qualificar a gestão na área cultural nos setores público e privado;
XII – profissionalizar e especializar os agentes e gestores culturais;
XIII – descentralizar a implementação das políticas públicas de cultura;
XIV – consolidar processos de consulta e participação da sociedade na formulação das políticas culturais;
XV – ampliar a presença e o intercâmbio da cultura brasileira no mundo contemporâneo;
XVI – articular e integrar sistemas de gestão cultural.
Segundo o Ministro Juca Ferreira, em entrevista para Luis Nassif:
“O Plano Nacional de Cultura se estrutura exatamente sobre essas três dimensões. A gente assume um compromisso com a diversidade cultural brasileira, e a necessidade de democratizar o acesso a todas as regiões do Brasil. Todas as manifestações culturais têm direito de acesso aos recursos públicos. E todas as iniciativas que levem ao acesso um número maior de brasileiros, devem contar com a ajuda do governo.
Então, temos uma conformação dessa política global para todo país, temos as definições dos marcos centrais das políticas setoriais (patrimônios, museus, música, dança, teatro, cultura popular, construção de cidadania através da cultura). Esse conjunto de definições e formulações foi possível depois de um ciclo enorme de discussões. Só nós aqui do ministério organizamos, para apresentar o projeto de leii,uma quantidade enorme de todos os cantos do país, e o próprio Congresso também organizou suas audiências públicas. E, agora, temos um Plano Nacional que vai servir de base.
O que o Plano permite é a institucionalização da política de cultura, ou seja, dá estabilidade, dá perenidade, e de dez em dez anos deve, obrigatoriamente, ser revisto e aprofundado para correção de erros.”
Fonte: http://blogs.cultura.gov.br/pnc/
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