Quem sou eu

Minha foto
HOJE ALGUMAS FRASES ME DEFINEM: Clarice Lispector "Os contos de fadas são assim. Uma manhã, a gente acorda. E diz: "Era só um conto de fadas"... Mas no fundo, não estamos sorrindo. Sabemos muito bem que os contos de fadas são a única verdade da vida." Antoine de Saint-Exupéry. Contando Histórias e restaurando Almas."Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa

Colaboradores

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

55H MMN- O Elefante Sem Tromba

----------
Maria Waldete de Oliveira Cestari
Um elefante tinha o péssimo costume de botar a tromba onde não era
chamado: não podia ver um buraco no chão, numa árvore, numa pedra que
já ia colocando ali a sua tromba.
Os bichos já estavam revoltados com essa atitude do elefante porque
além do mais, ele era um grande fofoqueiro e um palpiteiro de
primeira. Fazia fofocas sobre todos os bichos: provocou uma briga
entre a onça e o macaco dizendo que a onça tinha dito que iria lhe
arrancar a pele. Causou uma briga entre o gambá e a raposa dizendo que
a raposa tinha dito que ela era prima dele, mas que não suportava o
seu cheiro. Conseguiu romper a velha amizade do galo com a lebre
dizendo que o galo tinha dito que por causa dela logo passariam fome,
porque ela só arrumava filhos.
Causou um grande bate-boca entre o lobo e os coiotes dizendo que eles
não caçavam e viviam às custas dele. Os animais decidiram fazer uma
assembléia para resolver de uma vez por todas o problema.
Arquitetaram um plano que acabaria de uma vez com o feio costume do
elefante e as formigas foram escolhidas para realizá-lo. Os animais
decidiram fazer uma assembléia para resolver de uma vez por todas o
problema. Arquitetaram um plano que acabaria de uma vez com o feio costume do
elefante e as formigas foram escolhidas para realizá-lo. Certo dia, ao
passar pelo formigueiro, o elefante ouviu um grande tumulto. Curioso
como ele só, colocou a sua tromba no buraco do formigueiro e as
formigas passaram a picá-la sem dó. O elefante desesperado e urrando
de dor, tentava tirar a tromba do buraco, mas como a união faz a
força, as formigas, num grande esforço coletivo, puxavam-na cada vez
mais para dentro. Puxa daqui, repuxa dali, pica daqui, belisca dali e
PUM! Lá se foi a tromba! O elefante sem tromba saiu correndo e se
escondeu numa gruta onde ficou vários dias curtindo a sua dor.
As formigas saíram do formigueiro e exibiam a todos os bichos o
cobiçado troféu: a tromba do elefante.
Passado algum tempo, o elefante muito envergonhado saiu da gruta para
comer. Risadas e mais risadas. Também onde é que já se viu um elefante
sem tromba?
E todo dia era a mesma história e o elefante, passando por tanta
humilhação, foi ficando cada vez mais triste. Até que um dia,
desabafou ao jacaré:
- Não agüento mais essa vida! Além de ficar sem tromba, ainda tenho
que agüentar gozações todos os dias. Se ao menos eu pudesse colocar
uma tromba postiça...
Foi aí que o jacaré teve uma idéia:
- Eu tenho uma coisa lá em casa que poderia resolver o seChegando a
casa, o jacaré foi remexer num velho baú do qual tirou um saxofoneu
problema. Vamos lá.
Depois de algumas adaptações, foi colocado no elefante para lhe servir
de tromba. O elefante todo feliz e pulando de alegria, saiu pela floresta.
- Olá, elefante! - FOM!
- Mas o que é isso?!!!
- FOM! FOM!
Meu Deus, eu sou uma galinha idosa mas não estou caduca! Devo estar sonhando!
- FOM!
Cada vez que o elefante tentava dizer alguma coisa, o saxofone soltava
sons estridentes e o animal irritado resolveu livrar-se daquela tromba
barulhenta.
Sem tromba e sem coragem de encarar os bichos, trancou-se em casa. Foi
aí que teve uma idéia: ele viu pendurado na parede, um grande chifre
de boi que lhe fora dado por um amigo boiadeiro.
Desta vez vai ser diferente.
Adaptou o chifre na cara e lhou-se no espelho. Estava horrível. Seu
corpo era de uma cor e o chifre de outra.
- Sabe de uma coisa? Vou pintar o meu corpo, assim, ninguém me
reconhecerá e não vão mais caçoar de mim. E com uma lata de tinta,
pintou-se todo de verde, inclusive a tromba. Colocou um chapéu na
cabeça e saiu de casa para ver a reação da bicharada. Foi uma risada
geral! Nunca se ouviram tantas gargalhadas na floresta como naquele
dia. Pobre elefante! Desanimado, voltava para a casa quando deu de
cara com o gambá:
- Ué, por que está com esta cara?
Não aguento mais esta vida! Todo mundo caçoa de mim só por que eu
perdi a tromba.
- E por que você não faz uma tromba de bambu?
- Puxa que boa idéia você me deu!
E o elefante saiu pulando de alegria. Foi a um bambuzal que havia ali
perto, escolheu um pedaço de bambu. Cortou-o do comprimento e da
largura de sua antiga tromba... experimentou... estava perfeito! Só
que não se mexia.
- Não faz mal, pensou o elefante. Ela deve servir para alguma coisa.
E servia mesmo. Um dia, ao passar pela roça de Dona Onça, viu a
dificuldade que ela sentia para apanhar laranjas no alto do pé.
- Eu, alto como sou e com essa tromba de bambu, posso ser útil, pensou
o elefante. ofereceu-se para apanhar as laranjas para Dona Onça. Foi
um sucesso. O elefante sentia-se útil e aos poucos foi conquistando a
amizade e o respeito dos bichos. F I M "




Arte Final
Mara Regina Ferro & Siomara Regina Segolin
Colaboração
Márcia Regina Lopes
Dedicatórias
Para Dane, Ju e Binho com todo o meu amor. (Wal)
Para Cibele, que sempre me incentivou, com carinho. (Chico)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...