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HOJE ALGUMAS FRASES ME DEFINEM: Clarice Lispector "Os contos de fadas são assim. Uma manhã, a gente acorda. E diz: "Era só um conto de fadas"... Mas no fundo, não estamos sorrindo. Sabemos muito bem que os contos de fadas são a única verdade da vida." Antoine de Saint-Exupéry. Contando Histórias e restaurando Almas."Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa

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domingo, 25 de novembro de 2012

Baba Yaga - A Bruxa da Natureza-Conto Russo



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Um viúvo se casou com uma mulher muito malvada, que odiava a filha dele. Um dia, estando sozinha com a enteada, a madrasta lhe ordenou: “Vá até a casa de minha irmã e peça emprestado um carretel de linha”. A irmã da madrasta era Baba Yaga Pernafina, a bruxa que morava na floresta, numa cabana sustentada por pernas de galinha. Quando a menina chegou lá e

 pediu o carretel, Baba Yaga falou: “Vou procurar em meus guardados. Enquanto isso, teça um pouco para mim”. A filha do viúvo se pôs a tecer, e um segundo depois ouviu a bruxa ordenar à empregada: “Ferva água e dê um banho em minha sobrinha, pois quero comê-la no café da manhã”. Esforçando-se para não perder a calama, a menina esperou a criada aparecer na varanda e lhe suplicou que não fevesse a água; em troca lhe deu um lindo lenço de cabeça. Pouco depois Baba Yaga ordenou ao gato: “Arranque os olhos de minha sobrinha”. O gato, porém, ganhou da menina um pedaço de presunto e lhe deu um pente e uma toalha. “Fuja”, falou. “Se perceber que Baba Yaga está em seu rastro, jogue essa coisa para trás”. A filha do viúvo saiu correndo. Os cachorros da bruxa a seguiram, arreganhando os dentes, mas ela os acalmou com um pouco de pão. Chegando ao portão, só conseguiu abri-lo depois de despejar algumas gotas de óleo nas dobradiças. Ao sair, viu-se presa nos galhos de um velho pinheiro; afastou-os com determinação e os amarrou com uma fita para que a deixassem passar. Enquanto isso o gato trabalhava no tear. “Você está tecendo?”, Baba Yaga perguntava a todo instante, lá de dentro. “Sim, titia”, o bichano respondia. Desconfiada, a bruxa foi ver o que estava acontecendo na varanda. Ao constatar que a menina escapara, bateu no gato sem dó nem piedade. “Você nunca me deu sequer uma espinha de peixe, mas sua sobrinha me presenteou com um pedaço de presunto”, disse ele. Espumando de raiva, Baba Yaga bateu na empregada, nos cachorros, no portão, no pinheiro, e todos afirmaram que sua sobrinha os tratara muito melhor que ela. Cansada de ouvir a mesma história, a bruxa montou seu pilão mágico como se fosse um corcel e, usando o socador como açoite, partiu ao encalçço da fugitiva. A menina percebeu sua aproximação e jogou para trás a toalha, que no mesmo instante se transformou num rio caudaloso. Mais furiosa ainda, pois não podia atravessar aquela torrente, Baba Yaga voltou para casa, reuniu seus bois e mandou que bebessem toda a água do rio. Feito isso, passou para o outro lado e continuou em sua feroz perseguição. Ouvindo-a bufar em seu rastro, a fugitiva jogou para trás o pente, que se converteu numa densa floresta. Estimulada pela raiva, a bruxa tratou de abrir caminho com os próprios dentes, roendo troncos e galhos. De nada lhe valeu o esforço, pois, quando conseguiu sair da floresta, a menina já estava em sua casa, com a porta bem trancada. Depois disso o viúvo expulsou a esposa malvada e viveu em paz com a filha até o fim de seus dias.
Veja abaixo uma em video de Baba Yaga nos dias atuais, achei bem legal:
Sobre Baba Yaga:

Baba Yaga (em russo: Баба-Яга), é, no folclore eslavo, a mulher selvagem de idade; a bruxa, e amante da magia. Ela também é visto como um espírito da floresta, levando hostes de espíritos. É uma mulher velha e ossuda que viaja pelos céus montada em um almofariz. Os rastros que deixa, apaga com uma vassoura. Mora em uma casa móvel, com patas de galinha, cuja fechadura é uma boca cheia de dentes. Isaac Bashevis Singer descreveu Baba Yaga com um nariz vermelho arrebitado (apesar de alguns escritores comentarem um nariz azul), com narinas largas e ardentes, olhos em chama como carvão em brasa e com cardos a sair do crânio em vez de cabelos. Singer referiu também a existência de babas menores e de pequenos demônios chamados dziads.


Ajuda os puros de coração e devora os impuros.


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