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HOJE ALGUMAS FRASES ME DEFINEM: Clarice Lispector "Os contos de fadas são assim. Uma manhã, a gente acorda. E diz: "Era só um conto de fadas"... Mas no fundo, não estamos sorrindo. Sabemos muito bem que os contos de fadas são a única verdade da vida." Antoine de Saint-Exupéry. Contando Histórias e restaurando Almas."Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa

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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A Bonequinha Preta - 11H MMN

Era uma vez uma bonequinha preta, que morava em uma linda casa com Mariazinha. As duas brincavam o tempo todo, e até dormiam juntas quando estavam cansadas. Todos os outros brinquedos dormiam em outros lugares, pois Mariazinha queria sempre a sua bonequinha junto. Mas, o que ela não sabia, era que as bonequinhas não dormem como as meninas, aquele tempo todo, sem ver o mundo aqui fora. Eram diferentes das meninas e meninos de verdade em muitas coisas. Mesmo assim, Mariazinha ensinava à sua bonequinha preferida tudo o que aprendia com a mamãe: tomar banho, escovar os dentes, trocar roupas limpas, e tudo mais.Naquele dia, quando foi dormir um pouquinho depois do almoço, explicou direitinho à bonequinha preta que ela não deveria subir sozinha na janela: - A janela é muito perigosa! A criança pode cair lá fora e nunca mais voltar para casa. Papai disse que precisa ter gente grande perto sempre que a gente quiser ir à janela. Mariazinha viu que a bonequinha entendeu tudo muito bem, como sempre. Então dormiu sossegada... A bonequinha preta também começou a dormir mas, ... Uma voz diferente, forte e interessante entrava pela janela trazendo uma novidade que ela não conhecia: - Verdureiro, verdureiro! O que será isso pensou a bonequinha. Mariazinha, que sempre sabia tudo, estava dormindo e não podia contar nada sobre verdureiros, que deviam ser seres novos e sensacionais! Ela precisava ver!Talvez seja isto: um cara todo verde!Ou quem sabe isto: alguém saindo coberto de folhas verdes. Também podia ser um destes: Fazendeiro nunca tinha visto um. - Verdureiro, verdureiro! Ir ou não ir só um pouquinho na janela? A dúvida passou rapidinho e logo ela já estava lá, tentando olhar tudo. Ela não queria cair, mas estava difícil ver. Subiu só mais um tantinho e tibum! Caiu lá embaixo!Por sorte, o verdureiro estava passando bem na hora, e a bonequinha caiu em cima das verduras fofinhas de seu grande cesto. Ela era tão levinha que ele nem percebeu e continuou andando pelas calçadas com seu canto:- Verdureiro, verdureiro! Passou por várias ruas onde a bonequinha preta nunca tinha ido, cada vez mais longe... Então o verdureiro decidiu voltar para casa, pois já era tarde. Entrou pela garagem escura, sem ver a bonequinha assustada que estava ali. E subiu as escadas para chegar a casa, largando o cesto no chão. A bonequinha preta começou a chorar, de tanto medo que estava daquele lugar estranho e escuro. Cair da janela assim tinha sido uma grande besteira, e Mariazinha não ia gostar nada de ter sido desobedecida. Então chorou e chorou mais ainda, sem nenhum consolo... Nenhum?Um gatinho que ia passando por ali ouviu aquele choro tão doído e ficou com muita pena da bonequinha. Tentou fazer gracinhas para ela sorrir, mas não deu certo. - Então o gatinho perguntou, o que posso fazer por você?A bonequinha disse:- Não sei, eu fui olhar só um pouquinho na janela, sem Mariazinha saber. Ela disse para eu não ir sozinha, e agora perdi minha linda Casa!O gatinho disse:- Talvez eu possa ajudar. Os gatos passeiam pela noite, e se você me contar como é sua casa, talvez eu a encontre. A bonequinha disse:- É uma linda casa branca, com janelas azuis, e uma Mariazinha dentro, que deve estar muito triste agora.E assim, o gatinho saiu pelas ruas à noite, procurando a casa certa. Procurou, procurou e. Encontrou aquela linda casa branca, com janelas azuis, e uma linda mariazinha que chorava muito. O gatinho disse: -Vamos lá buscar sua bonequinha preta que caiu no cesto do verdureiro!E lá foram os dois. Quando chegaram, foi aquele abraço! Toda a choradeira passou e as duas se prometeram nunca mais se separar. Voltaram juntas para casa, mas, na hora de se despedir do gatinho, ficaram com tanta pena, que o convidaram a morar com elas na linda casa. Ele gostou muito da idéia. Assim, a história acaba com todos felizes, merecendo no fim um ponto de alegria bem grande.

* * *

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Carlos Drumond de Andrade

Num momento de descontração, o grande poeta Carlos Drumond de Andrade escreveu:

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"Satânico é meu pensamento a teu respeito e ardente é o meu desejo de apertar-te em minhas mãos, numa sede de vingança incontestável pelo que me fizeste ontem. A noite era quente e calma e eu estava em minha cama, quando, sorrateiramente, te aproximaste. Encostaste o teu corpo sem roupa no meu corpo nu, sem o mínimo pudor! Percebendo minha aparente indiferença, aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem escrúpulos. Até nos mais íntimos lugares. Eu adormeci. Hoje quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente, mas em vão. Deixaste em meu corpo e no lençol provas irrefutáveis do que entre nós ocorreu durante a noite. Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama te esperar.... Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força. Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos. Só descansarei quando vir sair o sangue quente do seu corpo.. Só assim, livrar-me-ei de ti, pernilongo Filho da Puta!

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Cinderela

derela

João e Maria

Rapunzel

Rapunzel

A Princesa e a Ervilha

Adaptado do conto de Hans Christian
Andersen


Era uma vez um príncipe que queria se casar
com uma princesa, mas uma princesa de verdade, de sangue real
meeeeesmo. Viajou pelo mundo inteiro, à procura da princesa dos
seus sonhos, mas todas as que encontrava tinham algum defeito. Não
é que faltassem princesas, não: havia de sobra, mas a dificuldade
era saber se realmente eram de sangue real. E o príncipe retornou
ao seu castelo, muito triste e desiludido, pois queria muito casar
com uma princesa de verdade.
Uma noite desabou uma tempestade medonha. Chovia
desabaladamente, com trovoadas, raios, relâmpagos. Um espetáculo
tremendo!
De repente bateram à porta do castelo, e o rei em pessoa foi
atender, pois os criados estavam ocupados enxugando as salas cujas
janelas foram abertas pela tempestade.
Era uma moça, que dizia ser uma princesa. Mas estava
encharcada de tal maneira, os cabelos escorrendo, as roupas
grudadas ao corpo, os sapatos quase desmanchando... que era
difícil acreditar que fosse realmente uma princesa real.
A moça tanto afirmou que era uma princesa que a rainha pensou
numa forma de provar se o que ela dizia era verdade.
Ordenou que sua criada de confiança empilhasse vinte colchões no
quarto de hóspedes e colocou sob eles uma ervilha. Aquela seria a
cama da “princesa”.
A moça estranhou a altura da cama, mas conseguiu, com a ajuda
de uma escada, se deitar.
No dia seguinte, a rainha perguntou como ela havia dormido.
— Oh! Não consegui dormir — respondeu a moça,
— havia algo duro na minha cama, e me deixou até manchas
roxas no corpo!
O rei, a rainha e o príncipe se olharam com surpresa. A moça
era realmente uma princesa! Só mesmo uma princesa verdadeira teria
pele tão sensível para sentir um grão de ervilha sob vinte
colchões!!!
O príncipe casou com a princesa, feliz da vida, e a ervilha
foi enviada para um museu, e ainda deve estar por lá...
Acredite se quiser, mas esta história realmente aconteceu!

A Pequena Sereia

Adaptado do conto original de Hans ChristianAndersen
Muito longe da terra, onde o mar é muito azul, vivia o povo do mar.
O rei desse povo tinha seis filhas,todas muito bonitas, e donas das vozes mais belas de todo o mar,porém a mais moça se destacava, com sua pele fina e delicada como uma pétala de rosa e os olhos azuis como o mar. Como as irmãs, não tinha pés mas sim uma cauda de peixe. Ela era uma sereia. Essa princesa era a mais interessada nas histórias sobre o mundo de cima, e desejava poder ir à superfície; queria saber tudo sobre os navios, as cidades, as pessoas e os animais.— Quando você tiver 15 anos — dizia a avó —subirá à superfície e poderá se sentar nos rochedos para ver o luar, os navios, as cidades e as florestas. Os anos se passaram... Quando a princesa completou 15 anos mal pôde acreditar. Subiu até a superfície e viu o céu, o sol, as nuvens... viu também um navio e ficou muito curiosa. Foi nadando até se aproximar da grande embarcação. Viu, através dos vidros das vigias, passageiros ricamente trajados. O mais belo de todos era um príncipe que estava fazendo aniversário, ele não deveria termais de 16 anos, e a pequena sereia se apaixonou por ele. A sereiazinha ficou horas admirando seu príncipe, e só despertou de seu devaneio quando o navio foi pego de surpresa poruma tempestade e começou a tombar. A menina viu o príncipe cair no mar e afundar, e se lembrou de que os homens não conseguem viver dentro da água. Mergulhou na sua direção e o pegou já desmaiado,levando-o para uma praia. Ao amanhecer, o príncipe continuava desacordado. A sereia,vendo que um grupo de moças se aproximava, escondeu-se atrás das pedras, ocultando o rosto entre os flocos de espuma.As moças viram o náufrago deitado na areia e foram buscar ajuda. Quando finalmente acordou, o príncipe não sabia como havia chegado àquela praia, e tampouco fazia idéia de quem o havia salvado do naufrágio. A princesa voltou para o castelo muito triste e calada, e não respondia às perguntas de suas irmãs sobre sua primeira visita à superfície. A sereia voltou várias vezes à praia onde tinha deixado opríncipe, mas ele nunca aparecia por lá, o que a deixava ainda mais triste. Suas irmãs estavam muito preocupadas, e fizeram tantas perguntas que ela acabou contando o que havia acontecido.Uma das amigas de uma das princesas conhecia o príncipe e sabia onde ele morava. A pequena sereia se encheu de alegria, e ia nadar todos os dias na praia em que ficava seu palácio. Observava seu amado de longe e cada vez mais gostava dos seres humanos,desejando ardentemente viver entre eles.A princesa, muito curiosa para conhecer melhor os humanos, perguntou a sua avó se eles também morriam.— Sim, morrem como nós, e vivem menos. Nós podemos viver trezentos anos, e quando “desaparecemos” somos transformadas em espuma. Nossa alma não é imortal. Já os humanos têm uma alma que vive eternamente. — Eu daria tudo para ter a alma imortal como os humanos! — suspirou a sereia.— Se um homem vier a te amar profundamente, se ele concentrar em ti todos os seus pensamentos e todo o seu amor, e se deixar que um sacerdote ponha a sua mão direita na tua, prometendo-te ser fiel nesta vida e na eternidade, então a sua alma se transferirá para o teu corpo. Ele te dará uma alma, sem perder a dele... Mas isso jamais acontecerá! Tua cauda de peixe, que para nós é um símbolo de beleza, é considerada uma deformidade na terra.A sereiazinha suspirou, olhando tristemente para a sua cauda de peixe e desejando ter um par de pernas em seu lugar. Mas a menina não esquecia a idéia de ter uma alma imortal e resolveu procurar a bruxa do mar, famosa por tornar sonhos de jovens sereias em realidade... desde que elas pagassem um preço por isso.O lugar onde a bruxa do mar morava era horrível, e a princesa precisou de muita coragem para chegar lá. A bruxa já a esperava, e foi logo dizendo:— Já sei o que você quer. É uma loucura querer ter pernas, isso trará muita infelicidade a você! Mesmo assim vou preparar uma poção, mas essa transformação será dolorosa. Cada passo que você der será como se estivesse pisando em facas afiadas, e a dor a fará pensar que seus pés foram dilacerados.Você está disposta a suportar tamanho sofrimento?— Sim, estou pronta! — disse a sereia, pensando no príncipe e na sua alma imortal.— Pense bem, menina. Depois de tomar a poção você nunca mais poderá voltar à forma de sereia... E se o seu príncipe se casar com outra você não terá uma alma imortal e morrerá no dia seguinte ao casamento dele. A sereiazinha assentiu com a cabeça e, sem dizer uma palavra, ficou observando a bruxa fazer a poção.— Pronto, aqui está ela... Mas antes de entregá-la a você, aviso que meu preço por este trabalho é alto: quero a sua linda voz como pagamento. nunca mais poderá falar ou cantar...A princesa quase desistiu, mas pensou no seu príncipe e pegou a poção que a bruxa lhe estendia. Não quis voltar para o palácio, pois não poderia falar com suas irmãs, sua avó e seu pai. Olhou de longe o palácio onde nasceu e cresceu, soltou um beijo na sua direção e nadou para a praia. Assim que bebeu a poção, sentiu como se uma espada lhe atravessasse o corpo e desmaiou. Acordou com o príncipe observando-a. Ele a tomou docemente pela mão e a conduziu ao seu palácio. Como a bruxa havia dito, a cada passo que a menina dava sentia como se estivesse pisando sobre lâminas afiadíssimas, mas suportava tudo com alegria pois finalmente estava ao lado de seu amado príncipe. A beleza da moça encantou o príncipe, e ela passou a acompanhá-lo em todos os lugares. À noite, dançava para ele, e seus olhos se enchiam de lágrimas, tamanha dor sentia nos pés.Quem a visse dançando ficava hipnotizado com sua graça e leveza, e acreditava que suas lágrimas eram de emoção. O príncipe, no entanto, não pensava em se casar com ela, pois ainda tinha esperança de encontrar a linda moça que ele vira na praia, após o naufrágio, e por quem se apaixonara. Ele não se lembrava muito bem da moça, e nem imaginava que aquela menina muda era essa pessoa...Todas as noites a princesinha ia refrescar os pés na água do mar. Nessas horas, suas irmãs se aproximavam da praia para matar a saudade da caçulinha. Sua avó e seu pai, o rei dos mares, também apareciam para vê-la, mesmo que de longe. A família do príncipe queria que ele se casasse com a filha do rei vizinho, e organizou uma viagem para apresentá-los. O príncipe, a sereiazinha e um numeroso séquito seguiram em viagem para o reino vizinho.Quando o príncipe viu a princesa, não se conteve e gritou:— Foi você que me salvou! Foi você que eu vi na praia !Finalmente encontrei você, minha amada! A princesa era realmente uma das moças que estava naquela praia, mas não havia salvado o rapaz. Para tristeza da sereia, a princesa também se apaixonara pelo príncipe e os dois marcaram o casamento para o dia seguinte. Seria o fim da sereiazinha. Todo o seu sacrifício havia sido em vão. Depois do casamento, os noivos e a comitiva voltaram para o palácio do príncipe de navio, e a sereia ficou observando o amanhecer, esperando o primeiro raio de sol que deveria matá-la.Viu então suas irmãs, pálidas e sem a longa cabeleira, nadando ao lado do navio. Em suas mãos brilhava um objeto.— Nós entregamos nossos cabelos para a bruxa do mar em troca desta faca. Você deve enterrá-la no coração do príncipe. Só assim poderá voltar a ser uma sereia novamente e escapará da morte. Corra, você deve matá-lo antes do nascer do sol. A sereia pegou a faca e foi até o quarto do príncipe, mas ao vê-lo não teve coragem de matá-lo. Caminhou lentamente até a murada do navio, mergulhou no mar azul e, ao confundir-se com as ondas, sentiu que seu corpo ia se diluindo em espuma.
* * *

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Branca de Neve eos Sete Anões

Adaptado do conto dos Irmãos Grimm

Há muito tempo, num reino distante, viviam
um rei, uma rainha e sua filhinha, a princesa Branca de Neve. Sua
pele era branca como a neve, os lábios vermelhos como o sangue e
os cabelos pretos como o ébano.
Um dia, a rainha ficou muito doente e morreu. O rei,
sentindo-se muito sozinho, casou-se novamente.
O que ninguém sabia é que a nova rainha era uma feiticeira
cruel, invejosa e muito vaidosa. Ela possuía um espelho mágico,
para o qual perguntava todos os dias:
— Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais bela
do que eu?
— És a mais bela de todas as mulheres, minha rainha!
— respondia ele.
Branca de Neve crescia e ficava cada vez mais bonita,
encantadora e meiga. Todos gostavam muito dela, exceto a rainha,
pois tinha medo que Branca de Neve se tornasse mais bonita que
ela.
Depois que o rei morreu, a rainha obrigava a princesa a
vestir-se com trapos e a trabalhar na limpeza e na arrumação de
todo o castelo. Branca de Neve passava os dias lavando, passando e
esfregando, mas não reclamava. Era meiga, educada e amada por
todos.
Um dia, como de costume, a rainha perguntou ao espelho:
— Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais bela
do que eu?
— Sim, minha rainha! Branca de Neve é agora a mais
bela!
A rainha ficou furiosa, pois queria ser a mais bela para
sempre. Imediatamente mandou chamar seu melhor caçador e ordenou
que ele matasse a princesa e trouxesse seu coração numa caixa.
No dia seguinte, ele convidou a menina para um passeio na
floresta, mas não a matou.
— Princesa, — disse ele — a rainha ordenou
que eu a mate, mas não posso fazer isso. Eu a vi crescer e sempre
fui leal a seu pai.
— A rainha?! Mas, por quê? — perguntou a
princesa.
— Infelizmente não sei, mas não vou obedecer a rainha
dessa vez. Fuja, princesa, e por favor não volte ao castelo,
porque ela é capaz de matá-la!
Branca de Neve correu pela floresta muito assustada,
chorando, sem ter para onde ir.
O caçador matou uma gazela, colocou seu coração numa caixa e
levou para a rainha, que ficou bastante satisfeita, pensando que a
enteada estava morta.
Anoiteceu. Branca de Neve vagou pela floresta até encontrar
uma cabana. Era pequena e muito graciosa. Parecia habitada por
crianças, pois tudo ali era pequeno.
A casa estava muito desarrumada e suja, mas Branca de Neve
lavou a louça, as roupas e varreu a casa. No andar de cima da
casinha encontrou sete caminhas, uma ao lado da outra. A moça
estava tão cansada que juntou as caminhas, deitou-se e dormiu.
Os donos da cabana eram sete anõezinhos que, ao voltarem
para casa, se assustaram ao ver tudo arrumado e limpo.
Os sete homenzinhos subiram a escada e ficaram muito
espantados ao encontrar uma linda jovem dormindo em suas camas.
Branca de Neve acordou e contou sua história para os anões,
que logo se afeiçoaram a ela e a convidaram para morar com eles.
O tempo passou... Um dia, a rainha resolveu consultar
novamente seu espelho e descobriu que a princesa continuava viva.
Ficou furiosa. Fez uma poção venenosa, que colocou dentro de uma
maçã, e transformou-se numa velhinha maltrapilha.
— Uma mordida nesta maçã fará Branca de Neve dormir
para sempre — disse a bruxa.
No dia seguinte, os anões saíram para trabalhar e Branca de
Neve ficou sozinha.
Pouco depois, a velha maltrapilha chegou perto da janela da
cozinha. A princesa ofereceu-lhe um copo d’água e
conversou com ela.
— Muito obrigada! — falou a velhinha —
coma uma maçã... eu faço questão!
No mesmo instante em que mordeu a maçã, a princesa caiu
desmaiada no chão. Os anões, alertados pelos animais da floresta,
chegaram na cabana enquanto a rainha fugia. Na fuga, ela acabou
caindo num abismo e morreu.
Os anõezinhos encontraram Branca de Neve caída, como se
estivesse dormindo. Então colocaram-na num lindo caixão de
cristal, em uma clareira e ficaram vigiando noite e dia,
esperando que um dia ela acordasse.
Um certo dia, chegou até a clareira um príncipe do reino
vizinho e logo que viu Branca de Neve se apaixonou por ela. Ele pediu aos anões que o deixassem levar o corpo da princesa para seu castelo, e prometeu que velaria por ela.
Os anões concordaram e, quando foram erguer o caixão, este caiu, fazendo com que o pedaço de maçã que estava alojado na garganta de Branca de Neve saísse por sua boca, desfazendo o feitiço e acordando a princesa. Quando a moça viu o príncipe, se apaixonou por ele. Branca de Neve despediu-se dos sete anões e partiu junto com o príncipe para um castelo distante onde se
casaram e foram felizes para sempre.



* * *

A Bela e a Fera

Adaptado dos contos dos irmãos Grimm

Há muitos anos, em uma terra distante, viviam um mercador e suas
três filhas . A mais jovem era a mais linda e carinhosa, por isso
era chamada de "BELA".
Um dia, o pai teve de viajar para longe a negócios. Reuniu as
suas filhas e disse:
— Não ficarei fora por muito tempo. Quando voltar trarei
presentes. O que vocês querem? - As irmãs de Bela pediram
presentes caros, enquanto ela permanecia quieta.
O pai se voltou para ela, dizendo :
— E você, Bela, o que quer ganhar?
— Quero uma rosa, querido pai, porque neste país elas não
crescem, respondeu Bela, abraçando-o forte.
O homem partiu, conclui os seus negócios, pôs-se na estrada para
a volta. Tanta era a vontade de abraçar as filhas, que viajou por
muito tempo sem descansar. Estava muito cansado e faminto, quando,
a pouca distância de casa, foi surpreendido, em uma mata, por
furiosa tempestade, que lhe fez perder o caminho.
Desesperado, começou a vagar em busca de uma pousada, quando, de
repente, descobriu ao longe uma luz fraca. Com as forças que lhe
restavam dirigiu-se para aquela última esperança.
Chegou a um magnífico palácio, o qual tinha o portão aberto e
acolhedor. Bateu várias vezes, mas sem resposta. Então, decidiu
entrar para esquentar-se e esperar os donos da casa. Ointerior,
realmente, era suntuoso, ricamente iluminado e mobiliado de
maneira esquisita.
O velho mercador ficou defronte da lareira para enxugar-se e
percebeu que havia uma mesa para uma pessoa, com comida quente e
vinho delicioso.
Extenuado, sentou-se e começou a devorar tudo. Atraído depois
pela luz que saía de um quarto vizinho, foi para lá, encontrou uma
grande sala com uma cama acolhedora, onde o homem se esticou,
adormecendo logo. De manhã, acordando, encontrou vestimentas
limpas e uma refeição muito farta. Repousado e satisfeito, o pai
de Bela saiu do palácio, perguntando-se espantado por que não
havia encontrado nenhuma pessoa. Perto do portão viu uma roseira
com lindíssimas rosas e se lembrou da promessa feita a Bela. Parou
e colheu a mais perfumada flor. Ouviu, então, atrás de si um
rugido pavoroso e, voltando-se, viu um ser monstruoso que disse:
— É assim que pagas a minha hospitalidade, roubando as
minhas rosas? Para castigar-te, sou obrigado a matar-te!
O mercador jogou-se de joelhos, suplicando-lhe para ao menos
deixá-lo ir abraçar pela última vez as filhas. A fera lhe propôs,
então, uma troca: dentro de uma semana devia voltar ou ele ou uma
de suas filhas em seu lugar.
Apavorado e infeliz, o homem retornou para casa, jogando-se aos
pés das filhas e perguntando-lhes o que devia fazer. Bela
aproximou-se dele e lhe disse:
— Foi por minha causa que incorreste na ira do monstro. É
justo que eu vá...
De nada valeram os protestos do pai, Bela estava decidida.
Passados os sete dias, partiu para o misterioso destino.
Chegada à morada do monstro, encontrou tudo como lhe havia
descrito o pai e também não conseguiu encontrar alma viva.
Pôs-se então a visitar o palácio e, qual não foi a sua surpresa,
quando, chegando a uma extraordinária porta, leu ali a inscrição
com caracteres dourados: "Apartamento de Bela".
Entrou e se encontrou em uma grande ala do palácio, luminosa e
esplêndida. Das janelas tinha uma encantadora vista do jardim.
Na hora do almoço, sentiu bater e se aproximou temerosa da porta.
Abriu-a com cautela e se encontrou ante de Fera. Amedrontada,
retornou e fugiu através da salas. Alcançada a última, percebeu
que fora seguida pelo monstro. Sentiu-se perdida e já ia implorar
piedade ao terrível ser, quando este, com um grunhido gentil e
suplicante lhe disse:
— Sei que tenho um aspecto horrível e me desculpo ; mas não
sou mau e espero que a minha companhia, um dia, possa ser-te
agradável. Para o momento, queria pedir-te, se podes, honrar-me
com tua presença no jantar.
Ainda apavorada, mas um pouco menos temerosa, bela consentiu e ao
fim da tarde compreendeu que a fera não era assim malvada.
Passaram juntos muitas semanas e Bela cada dia se sentia
afeiçoada àquele estranho ser, que sabia revelar-se muito gentil,
culto e educado.
Uma tarde , a Fera levou Bela à parte e, timidamente, lhe disse:
— Desde quando estás aqui a minha vida mudou. Descobri que
me apaixonei por ti. Bela, queres casar-te comigo?
A moça, pega de surpresa, não soube o que responder e, para
ganhar tempo, disse:
— Para tomar uma decisão tão importante, quero pedir
conselhos a meu pai que não vejo há muito tempo!
A Fera pensou um pouco, mas tanto era o amor que tinha por ela
que, ao final, a deixou ir, fazendo-se prometer que após sete dias
voltaria.
Quando o pai viu Bela voltar, não acreditou nos próprios olhos,
pois a imaginava já devorada pelo monstro. Pulou-lhe ao pescoço e
a cobriu de beijos. Depois começaram a contar-se tudo que
acontecera e os dias passaram tão velozes que Bela não percebeu
que já haviam transcorridos bem mais de sete.
Uma noite, em sonhos, pensou ver a Fera morta perto da roseira.
Lembrou-se da promessa e correu desesperadamente ao palácio.
Perto da roseira encontrou a Fera que morria.
Então, Bela a abraçou forte, dizendo:
— Oh! Eu te suplico: não morras! Acreditava ter por ti só
uma grande estima, mas como sofro, percebo que te amo.
Com aquelas palavras a Fera abriu os olhos e soltou um sorriso
radioso e diante de grande espanto de Bela começou a
transformar-se em um esplêndido jovem, o qual a olhou comovido e
disse:
— Um malvado encantamento me havia preso naquele corpo
monstruoso. Somente fazendo uma moça apaixonar-se podia vencê-lo e
tu és a escolhida. Queres casar-te comigo agora?
Bela não fez repetir o pedido e a partir de então viveram felizes
e apaixonados.
* * *

As Doze Princesas

Era uma vez um rei que tinha doze filhas muito lindas. Dormiam em doze camas, todas no mesmo quarto; e quando iam para a cama, as portas do quarto eram trancadas a chave por fora. Pela manhã, porém, os seus sapatos apresentavam as solas gastas, como se tivessem dançado com eles toda a noite; ninguém conseguia descobrir como acontecia isso.Então, o rei anunciou por todo o país que se alguém pudesse descobrir o segredo, e saber onde as princesas dançavam de noite, casaria com aquela de quem mais gostasse e seria o seu herdeiro do trono; mas quem tentasse descobrir isso, e ao fim de três dias e três noites não o conseguisse, seria morto. Apresentou-se logo o filho de um rei. Foi muito bem recebido e à noite levaram-no para o quarto ao lado daquele onde as princesas dormiam nas suas doze camas. Ele tinha que ficar sentado para ver onde elas iam dançar; e, para que nada se passasse sem ele ouvir, deixaram-lhe aberta aporta do quarto. Mas o rapaz daí a pouco adormeceu; e, quando acordou de manhã, viu que as princesas tinham dançado de noite, porque as solas dos seus sapatos estavam cheias de buracos. O mesmo aconteceu nas duas noites seguintes e por isso o rei ordenouque lhe cortassem a cabeça. Depois dele vieram vários outros; nenhum teve melhor sorte, e to dos perderam a vida da mesma maneira.Ora, um ex-soldado, que tinha sido ferido em combate e já não mais podia guerrear, chegou ao país. Um dia, ao atravessar uma floresta, encontrou uma velha, que lhe perguntou aonde ia.— Quero descobrir onde é que as princesas dançam, e assim,mais tarde, vir a ser rei.— Bem, disse a velha, - isso não custa muito. Basta que tenhas cuidado e não bebas do vinho que uma das princesas te trouxer à noite. Logo que ela se afastar, deves fingir estar dormindo profundamente. E, dando-lhe uma capa, acrescentou:— Logo que puseres esta capa tornar-te-ás invisível e poderás seguir as princesas para onde quer que elas forem.Quando o soldado ouviu estes conselhos, foi ter com o rei, que ordenou lhe fossem dados ricos trajes; e, quando veio a noite, conduziram-no até o quarto de fora. Quando ia deitar-se, a mais velha das princesas trouxe-lhe uma taça de vinho, mas o soldado entornou-a toda sem ela o perceber. Depois estendeu-se na cama, e daí a pouco pôs-se a ressonar como se estivesse dormindo. As doze princesas puseram-se a rir, levantaram-se, abriram as malas, e,vestindo-se esplendidamente, começaram a saltitar de contentes, como se já se preparassem para dançar. A mais nova de todas, porém, subitamente preocupada, disse:— Não me sinto bem. Tenho certeza de que nos vai suceder alguma desgraça.— Tola!, replicou a mais velha. Já não te lembras de quantos filhos de rei nos têm vindo espiar sem resultado? E,quanto ao soldado, tive o cuidado de lhe dar a bebida que o fará dormir.Quando todas estavam prontas, foram espiar o soldado, que continuava a ressonar e estava imóvel. Então julgaram-se seguras;e a mais velha foi até a sua cama e bateu palmas: a cama enfiou-se logo pelo chão abaixo, abrindo-se ali um alçapão. O soldado viu-asdescer pelo alçapão, uma atrás das outra. Levantou-se, pôs a capa que a velha lhe tinha dado, e seguiu-as. No meio da escada, inadvertidamente, pisou a cauda do vestido da princesa mais nova, que gritou às irmãs:— Alguém me puxou pelo vestido!—Que tola!, disse a mais velha. Foi um prego da parede.Lá foram todas descendo e, quando chegaram ao fim, encontraram-senum bosque de lindas árvores. As folhas eram todas de prata e tinham um brilho maravilhoso. O soldado quis levar uma lembrança dali, e partiu um raminho de uma das árvores.Foram ter depois a outro bosque, onde as folhas das árvores eram de ouro; e depois a um terceiro, onde as folhas eram de diamantes. E o soldado partiu um raminho em cada um dos bosques. Chegaram finalmente a um grande lago; à margem estavam encostados doze barcos pequeninos, dentro dos quais doze príncipes muito belos pareciam à espera das princesas.Cada uma das princesas entrou em um barco, e o soldado saltou para onde ia a mais moça.

Quando iam atravessando o lago, opríncipe que remava o barco da princesa mais nova disse:—Não sei por que é, mas apesar de estar remando com quanta força tenho, parece-me que vamos mais devagar do que de costume. O barco parece estar hoje muito pesado.—Deve ser do calor do tempo, disse a jovem princesa. Do outro lado do lago ficava um grande castelo, de onde vinha um som de clarins e trompas. Desembarcaram todos e entraram no castelo, e cada príncipe dançou com a sua princesa; o soldado invisível dançou entre eles, também; e quando punham uma taça de vinho junto a qualquer das princesas, o soldado bebia-a toda, de modo que a princesa, quando a levava à boca, achava-a vazia. A mais moça assustava-se muito, porém a mais velha fazia-a calar. Dançaram até as três horas da madrugada, e então já os seus sapatos estavam gastos e tiveram que parar. Os príncipes levaram-nas outra vez para o outro lado do lago - mas desta vez o soldado veio no barco da princesa mais velha - e na margem oposta despediram-se, prometendo voltar na noite seguinte. Quando chegaram ao pé da escada, o soldado adiantou-se às princesas e subiu primeiro, indo logo deitar-se. As princesas, subindo devagar, porque estavam muito cansadas, ouviam-no sempre ressonando, e disseram:—Está tudo bem. Depois despiram-se, guardaram outra vez os seus ricos trajes,tiraram os sapatos e deitaram-se. De manhã o soldado não dissenada do que tinha visto, mas desejando tornar a ver a estranha aventura, foi ainda com as princesas nas duas noites seguintes. Na terceira noite, porém, o soldado levou consigo uma das taças de ouro como prova de onde tinha estado. Chegada a ocasião de revelar o segredo, foi levado à presença dorei com os três ramos e a taça de ouro. As doze princesas puseram-se a escutar atrás da porta para ouvir o que ele diria. Quando o rei lhe perguntou: —Onde é que as minhas doze filhas gastam seus sapatos de noite?Ele respondeu:—Dançando com doze príncipes num castelo debaixo da terra. Depois contou ao rei tudo o que tinha sucedido, e mostrou-lhe ostrês ramos e a taça de ouro que trouxera consigo. O rei chamou as princesas e perguntou-lhes se era verdade o que o soldado tinha dito. Vendo que seu segredo havia sido descoberto, elas confessaram tudo. O rei perguntou ao soldado com qual delas ele gostaria de casar. —Já não sou muito novo, respondeu, - por isso quero a mais velha. Casaram-se nesse mesmo dia e o soldado tornou-se herdeiro do trono.Quanto às outras princesas e seus bailes no castelo encantado...Pelos buracos nas solas dos sapatos, elas continuam dançando até hoje...

* * *
Tradição Oral :
do Folclore escrita pelos Irmãos Grimm
* * *

Contos de Fadas

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O Ratinho e o Leão - 10H MMN

Na beira de uma lagoa, os sapos em profusão, cantavam bem ritmados,
a sua velha canção. No mais, tudo era silêncio.
No entanto, nesse momento, surgiu um velho leão, a procura de alimento. Andava orgulhosamente, com passos lentos, pesados. E por onde ele passava, os bichos apavorados, fugiam para suas tocas, deixando livre o caminho. Porém, eis que de repente, surgiu um pobre ratinho. O leão não perdeu tempo e assim estendendo a pata, alcançou o pobrezinho que corria pela mata.
- Vejam só, que sorte a minha! Abocanhei-te seu moço. Tu não és lá muito grande, mas já serve para o almoço!- Tenha piedade senhor! - Oh, solte-me por favor! Do que lhe serve matar-me! Pois veja bem, se me come, eu sou tão pequenininho, que mal posso matar-lhe a fome. - Pensando bem, tens razão! Eu vou soltar-te ratinho. O que ia fazer contigo, assim pequeno, magrinho. Segue em paz o teu passeio. Não vês, sou teu amigo, para mim de nada serves, quase não pode contigo!
- Seu Leão, esse favor, eu jamais esquecerei. Se puder, algum dia, ainda lhe pagarei.
- Oh! - Pagar-me? Ora! Tu mal aguenta contigo! O que poderias fazer a meu favor, pobre amigo!
- Não sei, não sei majestade, mas prometo-lhe outra vez, algum dia, hei de pagar-lhe, o grande bem que me fez
E assim dizendo, o ratinho correu e muito feliz entrou no seu buraquinho. E o leão tranquilamente, embrenhou-se na floresta. Entretanto, de repente . . .
- Vejam, meninos, que horror!
O pobre animal, caiu na rede de um caçador. E a fera se debatendo de raiva e pavor, urrava!
E quanto mais se esforçava, mais a corda o enlaçava.
Nesse instante, o tal ratinho, que de longe tudo ouvia, chegou perto do leão,
que urrando se debatia. - Não se aflija meu amigo, aqui estou para salvá-lo. Espere. Fique tranquilo, pois vou tentar libertá-lo. Deixe-me roer a corda que o prendeu... assim...assim... não se mexa por favor, descanse e confie em mim.
E o ratinho foi roendo, roendo insistentemente,
até que a corda cedeu e arrebentou finalmente!
- Pronto, estou livre afinal! - Muito obrigado ratinho.
O que seria de mim sem tua ajuda, amiguinho!
E o ratinho humildemente, cheio de satisfação, estendeu sua patinha ao grande e velho leão!
- Amigo, não me agradeça, entretanto aprenda bem, não faça pouco dos fracos, confie neles também- E o leão compreendeu esta lição acertada!
"Mais vale, a calma e a prudência, à fúria desenfreada."
"Os pequenos amigos podem se revelar seus grandes aliados."



* * *
Fábula de Esopo recontada por Jean de La Fontaine

* * *

A Tese do Coelhinho

Outra fábula sobre estereótipos, preconceito, discriminação e também sobre como se dá a produção científica (risos).

A Tese do Coelhinho:

Num dia lindo e ensolarado o coelho saiu de sua toca com o notebook e pôs-se a trabalhar, bem concentrado. Pouco depois passou por ali a raposa e viu aquele suculento coelhinho, tão distraído, que chegou a salivar. No entanto, ela ficou intrigada com a atividade do coelho e aproximou-se, curiosa:R: – Coelhinho, o que você está fazendo aí tão concentrado?

C: – Estou redigindo a minha tese de doutorado, disse o coelho sem tirar os olhos do trabalho.R: – Humm .. . e qual é o tema da sua tese?

C: – Ah, é uma teoria provando que os coelhos são os verdadeiros predadores naturais de animais como as raposas.

A raposa fica indignada:

R: – Ora! Isso é ridículo! Nos é que somos os predadores dos coelhos!

C: – Absolutamente! Venha comigo a minha toca que eu mostro a minha prova experimental.

O coelho e a raposa entram na toca. Poucos instantes depois ouve-se alguns ruídos indecifráveis, alguns poucos grunhidos e depois silêncio. Em seguida o coelho volta, sozinho, e mais uma vez retoma os trabalhos da sua tese, como se nada tivesse acontecido.

Meia hora depois passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho tão distraído agradece mentalmente à cadeia alimentar por estar com o seu jantar
garantido. No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho trabalhando naquela concentração toda. O lobo então resolve saber do que se
trata aquilo tudo, antes de devorar o coelhinho:

L: – Olá, jovem coelhinho. O que o faz trabalhar tão arduamente?

C: – Minha tese de doutorado, seu lobo. É uma teoria que venho desenvolvendo há algum tempo e que prova que nós, coelhos, somos os grandes
predadores naturais de vários animais carnívoros, inclusive dos lobos.

O lobo não se contém e farfalha de risos com a petulância do coelho.

L: – Ah, ah, ah, ah!! Coelhinho! Apetitoso coelhinho! Isto é um despropósito. Nós, os lobos, é que somos os genuínos predadores naturais
dos coelhos. Alias, chega de conversa…

C: – Desculpe-me, mas se você quiser eu posso apresentar a minha prova experimental. Você gostaria de acompanhar-me à minha toca?

O lobo não consegue acreditar na sua boa sorte. Ambos desaparecem toca adentro. Alguns instantes depois ouve-se uivos desesperados, ruídos de mastigação e … silêncio. Mais uma vez o coelho retorna sozinho, impassível, e volta ao trabalho de redação da sua tese, como se nada
tivesse acontecido…

Dentro da toca do coelho vê-se uma enorme pilha de ossos ensangüentados e pelancas de diversas ex-raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos. Ao centro das duas pilhas de ossos, um enorme LEÃO, satisfeito, bem alimentado e sonolento, a palitar os dentes.

MORAL DA HISTORIA:

Não importa quão absurdo é o tema de sua tese.
Não importa que não tenha o mínimo fundamento cientifico.
Não importa se os seus experimentos nunca cheguem a provar sua teoria.
Não importa nem mesmo se suas idéias vão contra o mais óbvio dos conceitos lógicos .

O importante é : QUEM é seu orientador.


* * *

OS RICOS-POBRES

Marta Medeiros
Anos atrás escrevi sobre um apresentador de televisão que ganhava um milhão de reais por mês e que em entrevista vangloriava-se de nunca ter lido um livro na vida. Classifiquei-o imediatamente como uma pessoa pobre.Agora leio uma declaração do publicitário Washington Olivetto em que ele fala sobre isso de forma exemplar. Ele diz que há no mundo os ricos-ricos (que têm dinheiro e têm cultura), os pobres-ricos (que não têm dinheiro, mas são agitadores intelectuais, possuem antenas que captam boas e novas idéias) e os ricos-pobres, que são a pior espécie: têm dinheiro, mas não gastam um único tostão da sua fortuna em livrarias, museus ou galerias de arte, apenas torram em futilidades e propagam a ignorância e a grosseria.Os ricos-ricos movimentam a economia gastando em cultura, educação e viagens, e com isso propagam o que conhecem e divulgam bons hábitos. Os pobres-ricos não têm saldo invejável no banco, mas são criativos, efervescentes, abertos. A riqueza destes dois grupos está na qualidade da informação que possuem, na sua curiosidade, na inteligência que cultivam e passam adiante. São estes dois grupos que fazem com que uma nação se desenvolva. Infelizmente, são os dois grupos menos representativos da sociedade brasileira. O que temos aqui, em maior número, é o grupo que Olivetto não mencionou, os pobres-pobres, que devido ao baixíssimo poder aquisitivo e quase inexistente acesso à cultura, infelizmente não ganham, não gastam, não aprendem e não ensinam: ficam à margem, feito zumbis.E temos os ricos-pobres, que têm o bolso cheio e poderiam ajudar a fazer deste país um lugar que mereça ser chamado de civilizado, mas que nada: eles só propagam atraso, só propagam arrogância, só propagam sua pobreza de espírito.Exemplos?Vou começar por uma cena que testemunhei semana passada. Estava dirigindo quando o sinal fechou. Parei atrás de um Audi preto do ano. Carrão. Dentro, um sujeito de terno e gravata que, cheio de si, não teve dúvida: abriu o vidro automático, amassou uma embalagem de cigarro vazia e a jogou pela janela no meio da rua, como se o asfalto fosse uma lixeira pública.O Audi é só um disfarce que ele pôde comprar, no fundo é um pobretão que só tem a oferecer sua miséria existencial. Os ricos-pobres não têm verniz, não têm sensibilidade, não têm alcance para ir além do óbvio. Só tem dinheiro. Os ricos-pobres pedem no restaurante o vinho mais caro e tratam o garçom com desdém, vestem-se de Prada e sentam com as pernas abertas, viajam para Paris e não sabem quem foi Degas ou Monet, possuem tevês de plasma em todos os aposentos da casa e só assistem a programas de auditório, mandam o filho pra Disney e nunca foram a uma reunião da escola. E, claro, dirigem um Audi e jogam lixo pela janela. Uma esmolinha pra eles, pelo amor de Deus.O Brasil tem saída se deixar de ser preconceituoso com os rico-ricos (que ganham dinheiro honestamente e sabem que ele serve não só para proporcionar conforto, mas também para promover o conhecimento) e se valorizar os pobres-ricos, que são aqueles inúmeros indivíduos que fazem malabarismo para sobreviver, mas, por outro lado, são interessados em teatro, música, cinema, literatura, moda, esportes, gastronomia, tecnologia e, principalmente, interessados nos outros seres humanos, fazendo da sua cidade um lugar desafiante e empolgante.
É este o luxo de que precisamos, porque luxo é ter recursos para melhorar o mundo que nos coube, e recurso não é só money: é atitude e informação.

* * *

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Cachorro Velho

Uma velha senhora foi para um safari na África e levou seu velho cão vira-lata com ela.
Um dia, caçando borboletas, o velho cão, de repente, deu-se conta de que estava perdido.
Vagando a esmo, procurando o caminho de volta, o velho cão percebe que um jovem leopardo o viu e caminha em sua direção,com intenção de conseguir um bom almoço ...
O cachorro velho pensa:
-'Oh, oh! Estou mesmo enrascado !
Olhou à volta e viu ossos espalhados no chão por perto.
Em vez de apavorar-se mais ainda, o velho cão ajeita-se junto
ao osso mais próximo, e começa a roê-lo, dando as costas ao predador ...
Quando o leopardo estava a ponto de dar o bote,
o velho cachorro exclama bem alto:
-Cara, este leopardo estava delicioso ! Será que há outros por aí ?
Ouvindo isso, o jovem leopardo, com um arrepio de terror,
suspende seu ataque, já quase começado,
e se esgueira na direção das árvores. -Caramba! pensa o leopardo, essa foi por pouco !
O velho vira-lata quase me pega! Um macaco, numa árvore ali perto,
viu toda a cena e logo imaginou como fazer bom uso do que vira:
em troca de proteção para si, informaria ao predador que o vira-lata
não havia comido leopardo algum.. . E assim foi, rápido, em direção ao leopardo.
Mas o velho cachorro o vê correndo na direção do predador
em grande velocidade, e pensa : -Aí tem coisa!
O macaco logo alcança o felino, cochicha-lhe o que interessa e
faz um acordo com o leopardo.
O jovem leopardo fica furioso por ter sido feito de bobo, e diz:
-'Aí, macaco! Suba nas minhas costas para você ver o
que acontece com aquele cachorro abusado!'
Agora, o velho cachorro vê um leopardo furioso,
vindo em sua direção, com um macaco nas costas, e pensa:
-E agora, o que é que eu posso fazer ?
Mas, em vez de correr (sabe que suas pernas doloridas não o levariam longe...)
o cachorro senta, mais uma vez dando costas aos agressores,
e fazendo de conta que ainda não os viu, e quando estavam perto
o bastante para ouvi-lo,
o velho cão diz :
-'Cadê o f da p daquele macaco? Tô morrendo de fome!
Ele disse que ia trazer outro leopardo para mim e não chega nunca!
' Moral da história: não mexa com cachorro velho...
idade e habilidade se sobrepõem à juventude e intriga.
Sabedoria só vem com idade e experiência.

* * *

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Aborto

Uma mulher chega apavorada no consultório de seu ginecologista e diz:
- Doutor, o senhor terá que me ajudar num problema muito sério.
Este meu bebê ainda não completou um ano e já estou grávida novamente.
Não quero filhos em tão curto espaço de tempo, mas num espaço grande
entre
um e outro...
O médico então perguntou:
Muito bem. O que a senhora quer que eu faça?
A mulher respondeu:
Desejo interromper esta gravidez e conto com a sua ajuda.
O médico então pensou um pouco e depois de algum tempo em silêncio disse
para a mulher:
Acho que tenho um método melhor para solucionar o problema.
E é menos perigoso para a senhora.
A mulher sorriu, acreditando que o médico aceitaria seu pedido.
Ele então completou:
Veja bem minha senhora, para não ter que ficar com dois bebês de uma vez,
em tão curto espaço de tempo, vamos matar este que está em seus braços.
Assim, a senhora poderá descansar para ter o outro, terá um período de
descanso até o outro nascer.
Se vamos matar, não há diferença entre um e outro.
Até porque sacrificar este que a senhora tem nos braços é mais fácil,
pois a senhora não correrá nenhum risco...
A mulher apavorou-se e disse:
Não doutor! Que horror! Matar um criança é um crime.
Também acho minha senhora, mas me pareceu tão convencida disso,
que por um momento pensei em ajudá-la.
O médico sorriu e, depois de algumas considerações, viu que a sua
lição surtira efeito.
Convenceu a mãe que não há menor diferença entre matar a criança que
nasceu
e matar uma ainda por nascer, mas já viva no seio materno.
Email recebido.

* * *

A Arte da Imperfeição

Não sei quanto a você, mas eu ando definitivamente exausta de correr atrás da perfeição. No outro dia me peguei medindo as toalhas de banho dobradas para que elas formassem impecáveis pilhas no meu armário. Uma amiga me diz que arruma os vidros de tempero por ordem alfabética. Não é incrível?Nosso índice de tolerância aos "defeitos de fabricação" do universo anda mesmo muito baixo. E isso nos torna a espécie mais reclamona do universo, provavelmente a única!
Ou será que bois e vacas interiormente também reclamam do calor e daquelas moscas sempre em volta dos seus rabos... Passamos um bocado de tempo tentando caber nas molduras que inventamos para nós mesmos. Isso quando escapamos de tentar vestir à força as expectativas que os OUTROS criaram para NÓS. Senão, me digam por que seres humanos razoáveis investiriam tanto tempo, dinheiro e energia para tentar recuperar a imagem que tinham aos 18 anos?Perceber a beleza que se esconde nas frestas do mundo imperfeito é uma Arte. Você conhece aquela história de que os tapetes persas sempre tem um pequeno erro, um minúsculo defeito, apenas para lembrar a quem olha de que só Deus é perfeito? Pois é, a Arte da Imperfeição começa quando a gente reconhece e aceita nossa tola condição humana.
Para isso precisamos aprender a aceitar nossas falhas com a mesma graça e humildade com que aceitamos nossas melhores qualidades. E,importante:
estar disposto, sempre, a perdoar a nós mesmos. Não precisamos ser perfeitos para ser um ser humano bem-sucedido. De fato, com mais frequência do que imaginamos, o desejo de acertar sempre impede as coisas de melhorarem e a necessidade de estar no controle aumenta a desordem e o caos.A Arte da Imperfeição, no entanto, não se limita ao reconhecimento das imperfeições humanas. Também tem a ver com nosso jeito de olhar para as coisas mais banais, mais corriqueiras e enxergá-las com outros olhos.
Leonard Koren publicou alguns livros tentando revelar para o nosso jeito ocidental as delicadezas do olhar wabi sabi. Wabi sabi é a expressão que os japoneses inventaram para definir a beleza que mora nas coisas imperfeitas e incompletas. O termo é quase que intraduzível. Na verdade, wabi sabi é um jeito de "ver" as coisas através de uma ótica de simplicidade,naturalidade e aceitação da realidade.Contam que o conceito surgiu por volta do século 15. Um jovem chamado Sen no Rikyu (1522-1591) queria aprender os complicados rituais da Cerimônia do Chá. E foi procurar o grande mestre Takeno Joo. Para testar o rapaz, o mestre mandou que ele varresse o jardim. Rikyu lançou-se ao trabalho feliz. Limpou o jardim até que não restasse nem uma folhinha fora do lugar. Ao terminar, examinou cuidadosamente o que tinha feito: o jardim perfeito, impecável, cada centímetro de areia imaculadamente varrido, cada pedra no lugar, todas as plantas caprichadamente ajeitadas. E então, antes de apresentar o resultado ao mestre Rikyu chacoalhou o tronco de uma cerejeira e fez caírem algumas flores que se espalharam displicentes pelo chão.
Mestre Joo, impressionado, admitiu o jovem no seu mosteiro. Rikyu virou um grande Mestre do Chá e desde então é reverenciado como aquele que entendeu a essência do conceito de wabi-sabi: a arte da imperfeição.O que a historinha de Rikyu tem para nos ensinar é que estes mestres japoneses, com sua sofisticadíssima cultura inspirada nos ensinamentos do taoísmo e do zen budismo, conseguiram perceber que a ação humana sobre o mundo deve ser tão delicada que não impeça a verdadeira natureza das coisas de se revelar. E a natureza das coisas é percorrer seu ciclo de nascimento, deslumbramento e morte; efêmeras e frágeis.Eles enxergaram a beleza e a elegância que existe em tudo que é tocado pelo carinho do tempo. Um velho bule de chá, musgo cobrindo as pedras do caminho, a toalha amarelada da avó, a cadeira de madeira branqueada de chuva que espreguiça no jardim, uma única rosa solta no vaso, a maçaneta da porta nublada das mãos que deixou entrar e sair.Wabi sabi é olhar para o mundo com uma certa melancolia de quem sabe que a vida é passageira e, por isso mesmo, bela.Para os olhos artistas de Leonard Koren wabi sabi é inseparável da sabedoria budista que ensina:
  • Todas as coisas são impermanentes
  • Todas as coisas são imperfeitas
  • Todas as coisas são incompletas
Daí olhar para elas de um modo wabi sabi é ver:
A beleza que existe naquilo que tem as marcas do tempo.
A beleza do que é humilde e simples.A beleza de tudo que não é convencional. A beleza dos materiais que ainda guardam em si a natureza.A beleza da mudança das estações.
A Arte da Imperfeição é ver a vida com a tranquilidade de quem sabe que a busca da perfeição exaure nossas forças e corrói nossas pequenas alegrias. Porque, como disse Thomas Moore, "a perfeição pertence a um mundo imaginário". No nosso mundo de verdade, aqui e agora.
Que tal abrir os olhos para o estilo wabi sabi?
* * *
Texto enviado por Denise Tiseu -
Contadora de Histórias.
* * *

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Lendas de Uma Paixão

Conta lenda dos índios Sioux que Touro Bravo,
o mais valente dos jovens guerreiros,
e Nuvem Azul, a mais formosa mulheres da tribo,
foram até a tenda do velho feiticeiro da tribo.
- “Nós nos amamos. E vamos nos casar” - disse o jovem.”
E nos amamos tanto que
queremos um feitiço, um conselho, ou algo que nos garanta que poderemos ficar
sempre juntos, que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até
encontrarmos a morte.”
E o velho ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos disse:
Tem uma coisa a ser feita, mas é uma tarefa difícil.
Nuvem Azul deve escalar o monte ao norte dessa aldeia,
e apenas com uma rede, caçar o falcão mais
vigoroso e trazê-lo aqui com vida, até o 3 dia depois da lua cheia.
Touro Bravo, deve escalar a montanha do trono, e encontrarás a mais brava
de todas as águias, e somente com uma rede, deverás trazendo-a para mim, viva!”
Os jovens abraçaram-se e partiram para cumprir a missão.
No dia estabelecido,
à frente da tenda do feiticeiro,
os dois esperavam com as aves dentro de um saco.
O velho pediu que com cuidado as tirassem dos sacos.
E agora o que faremos? perguntou o jovem!
As matamos e depois bebemos a honra de seu sangue?
Ou cozinhamos e depois comemos o valor da sua carne? propôs a jovem. Não! disse o feiticeiro.Apanhem as aves e amarrem-nas entre si pelos pés com essas fitas de couro.
Quando tiverem amarradas, soltem-nas, para que voem livres.
O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado,
e soltaram os pássaros.
A águia e o falcão, tentaram voar mas apenas conseguiram
saltar pelo terreno.
Minutos depois, irritadas pela incapacidade do vôo,
as aves arremessavam-se
entre si, bicando-se até se machucar.
E o velho disse: Jamais esqueçam o que estão vendo!
Este é o meu conselho. Vocês são como
a águia e o falcão. Se estiverem amarrados um ao outro,
ainda que por amor, não só viverão arrastando-se,
como também, cedo ou tarde, começarão a machucar-se
um ao outro.
E o velho feiticeiro finalizou:
“Se quiserem que o AmoR entre vocês perdure:
"Voem Juntos...
Mas jamais amarrados"
* * *
História enviada por
Denise Tiseu,
Contadora de Histórias.
* * *

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Pinóquio - 9H - MMN


Certa vez um velho carpinteiro chamado Gepeto
fez um boneco de madeira.
Deu-lhe o nome de Pinóquio.
De repente aparece a fada madrinha de Pinóquio e
o transforma em um menino de verdade, o boneco criou vida.
Gepeto ficou muito feliz, agora tinha um filho.
Gepeto queria fazer de Pinóquio um menino educado.
Colocou-o na escola.
Mas Pinóquio fugiu e foi divertir-se no teatro de bonecos.
O dono do teatro queria ficar com Pinóquio.
Mas ele chorou tanto que o homem deu-lhe umas moedas e
o deixou partir.Na volta para casa encontrou dois ladrões.
Apesar dos conselhos do grilo falante,
eleito sua consciência pela fada madrinha,
seguiu com eles e foi roubado.
Pinóquio, triste, resolveu voltarpara casa e obedecer Gepeto.
No caminho, um passarinho avisou que Gepeto foi procurá-lo no mar.
Ele ia ao encontro de Gepeto, quando viu umas crianças que
se dirigiam ao país da alegria.Pinóquio foi com eles.
Estava brincando quando percebeu que estava se
transformando em um burro.
E o nariz de Pinóquio começou a crescer...
Crescer... e...crescer! Chorou arrependido.
Uma fada apareceu e desfez o encanto.
Mas avisou:
- Toda a vez que mentir, seu nariz vai crescer.
Pinóquio então foi ao encontro de Gepeto.
Chegando ao mar, Pinóquio e o Grilo foram procurar Gepeto.
Apareceu uma baleia e os engoliu.
Lá dentro encontraram Gepeto.
Quando a baleia abriu a boca de novo,
eles fugiram.Chegando a casa,
a fada recompensou a coragem de Pinóquio,
transformando-o num menino de verdade.
Pinóquio e Gepeto
foram muito felizes.

Pinóquio (em italiano Pinocchio) é uma personagem de ficção cuja primeira aparição deu-se em 1883, no romance As aventuras de Pinóquio escrita por Carlo Collodi.

Retirado da http://pt.wikipedia.org/wiki/Pinóquio

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