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HOJE ALGUMAS FRASES ME DEFINEM: Clarice Lispector "Os contos de fadas são assim. Uma manhã, a gente acorda. E diz: "Era só um conto de fadas"... Mas no fundo, não estamos sorrindo. Sabemos muito bem que os contos de fadas são a única verdade da vida." Antoine de Saint-Exupéry. Contando Histórias e restaurando Almas."Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa

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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Passagem do Ano

Carlos Drummond de Andrade
O último dia do ano
não é o último dia do tempo.
Outros dias virão
e novas coxas e ventres te comunicarão o calor da vida.
Beijarás bocas, rasgarás papéis,
farás viagens e tantas celebrações
de aniversário, formatura, promoção, glória, doce morte com [sinfonia e coral,
que o tempo ficará repleto e não ouvirás o clamor,
os irreparáveis uivos
do lobo, na solidão.
O último dia do tempo
não é o último dia de tudo.
Fica sempre uma franja de vida
onde se sentam dois homens.
Um homem e seu contrário,
uma mulher e seu pé,
um corpo e sua memória,
um olho e seu brilho,
uma voz e seu eco,
e quem sabe até se Deus...
Recebe com simplicidade este presente do acaso.
Mereceste viver mais um ano.
Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos séculos.
Teu pai morreu, teu avô também.
Em ti mesmo muita coisa já expirou, outras espreitam a morte,
mas estás vivo. Ainda uma vez estás vivo,
e de copo na mão
esperas amanhecer.
O recurso de se embriagar.
O recurso da dança e do grito,
o recurso da bola colorida,
o recurso de Kant e da poesia,
todos eles... e nenhum resolve.
Surge a manhã de um novo ano.
As coisas estão limpas, ordenadas.
O corpo gasto renova-se em espuma.
Todos os sentidos alerta funcionam.
A boca está comendo vida.
A boca está entupida de vida.
A vida escorre da boca,
lambuza as mãos, a calçada.
A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.

domingo, 19 de dezembro de 2010

51H MMN - Os Pinheiros - Conto de Natal

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Havia em uma linda floresta de pinheiros. Alguns que conversavam entre si. Um pinheiro dizia ao outro: Estou cansado da floresta.Gostaria que um lenhador me cortasse e me levasse para ser um majestoso mastro de navio. Como adoro o mar! Como queria conhecer outros lugares, estar em cada porto. Deve ser emocionante!Outro pinheiro já pensava assim: Eu gostaria de ser levado para uma serraria e de que minha madeira fosse transformada em um bonito móvel. Um piano por exemplo... onde um pianista sensível fizesse vibrar as harmoniosas sonoridade que sairiam do meu interior. Como eu gostaria de ser um piano.Havia ainda, um lindo e pequenino pinheiro que suspirando dizia: Ah!Quem me dera ser uma árvore de Natal, em uma residência com grandes salas, ricos tapetes e lustres, espelhos e quadros. Finos cristais de festa. Muitas crianças a minha volta, e entre meus ramos ricos presentinhos, bolas coloridas, velas multicores, balas doces e bombons. Que alegria, que felicidade! Nada poderia ser igual.No entanto na floresta a beleza da natureza não era apreciada pelos pinheiros descontentes. O sol todas as manhãs vinha beijar-lhes a copa esverdeada. Os pássaros cantavam em seus ramos e os insetos zumbiam, zumbiam.O aroma das pequenas flores silvestres não os sensibilizavam. Os esquilos brincavam a sua volta e de vez em quando algumas lebres saltitantes apareciam para conversar, uma com as outras. Mas os pinheiros tinham outros sonhos. A claridade da lua, o frescor das madrugadas, não os enterneciam. Sonhavam com uma felicidade distante.Um dia, um lenhador, cortou-os e foram levados separadamente. Não sabemos para onde todos foram, porem acompanhamos o mais pequenino que desejava ser árvore de Natal. Vamos encontra-lo, engalanado de enfeites e guloseimas, assim mesmo como houvera sonhado. Estava radiante! Que alegria, como estava bonito! As crianças brincavam ao seu redor. Tantos presentes em caixas estavam colocados aos meus pés.A festa foi maravilhosa: porem o contentamento não durou muito. Lá pela meia noite todos queriam os presentes e as crianças, arrancaram-lhe todas as bolas e uma vela caiu acesa e começou a queimar-lhe um galho - ai, ai, ai, gemeu o pobre pinheiro. No outro dia, puseram-no em um porão junto a outras coisas velhas, e ali ficou , esquecido de todos. Seus ramos e folhas antes tão verdes e viçosos estavam agora amarelecidos e murchos. Estava triste e infeliz, arrependido de seu sonho. Sentia saudades da floresta agora. O sol, os pássaros as borboletas, os coelhos e os esquilos pulando e brincando ao seu redor distraiam-no tanto! Que saudades! Só os ratinhos visitavam-no, casualmente. Um dia um passou e perguntou-lhe: Sabe onde fica a cozinha? Estou com tanta fome, com vontade de comer um naco de toucinho ou de queijo. Não sei respondeu o pinheiro,mas estou tão só, não me deixes,Fique aqui comigo.Não, não disse o ratinho tenho que correr, correr... Lá se foi e aqui ficou o pobre pinheiro, chorando a sua solidão. Passou o tempo, foi-se o verão outono e já vinha o inverno e o nosso pinheiro estava velho e seco. Um dia o dono da casa resolveu fazer uma limpeza no porão e tirou o pobre pinheiro para o quintal,mandando o jardineiro cortá-lo para o fogo. As crianças ainda acharam uma estrela que servira-lhe de enfeite, quando estivera na sala como árvore de Natal. É minha disse o menino, e arrancou-lhe a peça,cheio de alegria.As últimas lágrimas, fluíram para a infeliz árvore.Feita em pedaços foi aproveitada para uma fogueira, e de seu tronco e poucas amagens, restou apenas um punhado de cinzas.As crianças estiveram ao seu redor, aproveitando o calor das chamas para o aquecimento de suas de suas mãos. O pinheiro era matéria que se transformou em energia, disse o menino maior que já conhecia ciência.

Moral: devemos estar contentes onde Deus nos colocou. Fazemos o nosso destino, dentro da Lei de Causa e Efeito. Também nada se perde, tudo se transforma.


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

50H MMN - Como Um Velho Perdeu Sua Verruga


Há muito tempo atrás um velhinho morava com sua esposa perto de uma floresta. Na juventude ele fora um belo rapaz, mas à medida que envelhecia, uma feia verruga cresceu-lhe na face, ficando, com a idade, cada vez maior. Durante anos, recorreu a médicos e magos e experimentou pós e poções, mas nada adiantou. Por fim resignou-se com a verruga e tentava mesmo brincar a respeito. Um dia, o velho precisou de lenha para o fogo; foi então para as
montanhas e cortou algumas achas. Fazia um dia fresco de outono e ele
se sentia tão feliz que nem viu as nuvens se adensarem. Quando caíram
as primeiras gotas, correu a procurar abrigo. Encontrou uma árvore oca
e lá se escondeu, no exacto momento em que irrompeu a tempestade.Trovões sacudiam as montanhas e raios cintilavam ao seu redor; ele, porém, estava seco e seguro. Depois de muitas horas, a tempestade amainou e o velho saiu de seu refúgio. Ouviu vozes à distância e
pensou que seus vizinhos tinham vindo à sua procura. Mas quando viu do que se tratava, pasmou horrorizado - uma horda de gnomos e demônios se aproximava! Mais que depressa, volou para seu esconderijo na árvore, tremendo de medo. Os demônios chegaram e um dos gnomos - o mais horrendo de todos e obviamente o chefe - dirigiu-se ao seu bando, dizendo com um gesto: - Vamos dar uma festa aqui. Então o rei-demônio acomodou-se de costas para o velho, na frente da árvore oca. O pobre homem quase desmaiou de medo. Os demónios organizaram rapidamente um piquenique e começaram a cantar. O velho observava atónito - nunca vira nada semelhante. Mas quando os demónios começaram a dançar, não pôde conter o riso. Eram
desajeitados e deselegantes, e todos pareciam ridículos, dando coices para todo lado e caindo. Finalmente, o rei dos demónios com um gesto ordenou aos dançarinos que parassem. - Vocês são ruins demais! - disse, se lastimando. - Não existe ninguém aqui que saiba dançar bem? Ora, o velho adorava dançar e sabia dançar muito bem. - Eu poderia ensinar-lhe uns passos - pensou consigo mesmo, mas não ousava revelar sua presença, temendo que os demónios o matassem. O rei-demónio tornou a perguntar se alguém sabia dançar e o velho continuava dividido entre
seu amor pela dança e seu medo dos demónios. O rei-demónio perguntou uma terceira vez e o velho mandou seus receios às favas. Saiu da árvore e curvou-se perante o chefe dos demónios.
- Eu sei dançar, meu senhor - disse e começou a fazê-lo. Os demónios ficaram escandalizados por terem um homem em seu meio, mas, bem logo, admiraram a arte do velho. Começaram a marcar o ritmo com seus cascos, acompanhando a música e alguns se juntaram ao velho.
Por sua vez, o velho sabia que sua vida dependia de ele dançar bem, de forma que pôs toda sua alma e todo seu coração em seus movimentos e divertiu-se, realmente. Quando parou, o rei-demónio aplaudiu e convidou-o a sentar-se ao seu lado, oferecendo-lhe um copo de vinho.
- Você precisa voltar amanhã para dançar para nós - o rei-demónio disse. - Gostaria muito de vir - respondeu o velho. Um dos conselheiros do rei admoestou-o. - Não se ode confiar nos
homens. Precisamos ficar com algo que nos dê certeza de que ele vai voltar. - Infelizmente, o velho nada trazia de valor consigo. - Bem, então - o rei-demónio disse - vou ficar com isto como penhor - e, estedendo a mão, agarrou a verruga do velho e arrancou-a com a facilidade de quem arranca um pessêgo maduro. - Trate de voltar amanhã - ordenou, e todos os gnomos desapareceram. O velho mal podia acreditar no que acontecera. Passou a mão pelo rosto e percebeu o quão suave - e simétrico! - estava. Ficou tão feliz, que
foi para casa pulando, cantando - e dançando - durante todo o trajecto. A esposa, ao vê-lo livre da verruga, mostrou-se eufórica e ambos celebravam sua boa sorte. Ora, o velho tinha um vizinho malvado e vaidoso que também tinha uma verruga e que nunca se cansara de procurar um tratamento para ela. Quando soube da celebração, foi espiar e ficou perplexo ao ver que a
verruga do velho havia sumido. este homem invejosos imediatamente perguntou o que acontecera e o velho lhe contou a história dos demónios. O vizinho, então, insistiu para ir vê-los, no dia seguinte, em lugar do velho. No dia seguinte, pois, o vizinho vaidoso rumou para as montanhas e encontrou a árvore oca, exactamente como o velho lhe dissera. E, sem sombra de dúvida, ao anoitecer, o bando de demónios apareceu. - Onde está o velho que ia dançar para nós? - o rei-demônio perguntou. O mau vizinho rastejou para fora da árvore, tremendo de pavor. - Aqui estou! - disse e começou a dançar. Ele, no entanto, nunca havia aprendido a dançar; considerava a dança aviltante à sua dignidade de forma que apenas pulava de um lado para outro, agitando os braços. Ele achava que os demónios não iriam notar a diferença, porém o rei ficou ofendido. - Mas que coisa horrível! - o rei-gnomo exclamou. - Você não está dançando como ontem! - O rei não atinara que estava tratando com outra pessoa porque, a seu ver, todos os humanos eram iguais. - Não dá para aguentar! - o rei-demónio gritou, afinal. Vasculhou o bolo e encontrou a verruga. - Olhe, devolvo-lhe o penhor. Dizendo isso, atirou a verruga no homem vaidoso e esta grudou-lhe no rosto e não havia dúvida: tinha duas verrugas, uma em cada face!
Esgueirou-se para dentro de casa bem mais tarde da noite, e ninguém viu sua cara nunca mais porque, desse dia em diante, passou a usar um chapéu de abas largas, bem enfiado na cabeça.
Quanto ao velho que perdeu sua verruga, ele viveu ainda muito tempo e dançava quando se sentia feliz. O que, na verdade, acontecia quase sempre!
Lenda do Japão
Retirado do Blog

http://contosencantar.blogspot.com/

* * *
Resumo Esse artigo tem como objetivo mostrar a importância do arquétipo da criança divina a partir das noções básicas de psicologia analítica de C.G.Jung, e encontrando na arteterapia um meio facilitador da conexão com esse arquétipo. Liga Diniz “... Sem a criança, não existiria deus-pai nem deus-mãe. Sem o filho, obviamente, não existiria o ser humano. Por isso, porque o gênero humano significa existência, vida, e essa vida se inicia bem pequena, com mãozinhas e pezinhos minúsculos, e porque essa vida estabelece a união com Deus, e Deus criou a vida - à sua imagem, por isso a criança é divina.” Angela Waiblinger O Arquétipo da Criança Divina
C.G.Jung, psiquiatra Suíço, criador da psicologia analítica, considerava a existência de três níveis da psique humana: a consciência, o inconsciente pessoal, o inconsciente coletivo.
A consciência aglomera pensamentos, palavras, lembranças, identidade, sensações, gestos, sentimentos, imagens, fantasias... Refere-se ao estar desperto e atento, observando e registrando tudo o que acontece no mundo que nos rodeia e dentro de nós..Tem como função primordial situar o sujeito no tempo e no espaço, realizando todas as orientações e adaptações necessárias para possibilitar a relação que se estabelece na troca do sujeito com o meio físico e humano. Para que qualquer conteúdo psíquico torne-se consciente terá necessariamente de relacionar-se com o ego, que é o centro da consciência. Inconsciente pessoal corresponde a “... uma camada mais ou menos superficial” (Jung, OC V.XVIII/2, 1159) de conteúdos, cujo marco divisório com o consciente não é tão rígido. Contém todos os conteúdos esquecidos ou reprimidos pelo indivíduo, deliberada ou involuntariamente. Estes se referem às experiências vividas, ligadas às disposições internas do indivíduo. Encontram-se também no inconsciente pessoal as percepções e impressões subliminares dotadas de carga energética insuficiente para atingir o consciente. Nele encontram-se os complexos “grupos de representações carregados de
forte potencial afetivo, incompatíveis com a atitude consciente” (Jung, Vida e Obra; Nise Silveira – pág.73) Inconsciente coletivo seria a camada mais profunda da psique constituída pelos materiais que foram herdados da humanidade. No Inconsciente Coletivo encontram-se os arquétipos, formas estruturantes herdadas que é comum a todo ser humano embora se manifestem de maneira diferente de acordo com as culturas. Como exemplos de arquétipos são:
o Herói, a Grande Mãe, do Pai, da Criança Divina, do Órfão, dos Irmãos Inimigos, entre tantos outros. O arquétipo da criança divina diz respeito a nossa criatividade, espontaneidade, essência, é o futuro em potencial. ”Um aspecto fundamental do motivo da criança é o seu caráter de futuro.” (Jung, OC V. IX/I, 278) “... a “ criança” é dotada de um poder superior e que se impõe
inesperadamente, apesar de todos os perigos.A “ criança” nasce do útero do inconsciente,gerada no fundamento da natureza viva. É uma personificação de forças vitais, que vão além do alcance limitado da nossa consciência, dos nossos caminhos e possibilidades,desconhecidos pela consciência e sua unilateralidade, e uma inteireza que abrange as profundidades da natureza. Ela representa o mais forte e inelutável impulso do ser, isto é, o impulso de realizar-se a si mesmo”. (Jung, OC V. IX/I 289) RESGATANDO A CRIANÇA INTERIOR "Fui convidada para dar uma palestra e workshop numa universidade com a finalidade de falar sobre a criança interior e a importância de ativar a criatividade e espontaneidade no individuo e na sociedade. A nossa saúde e a nossa criatividade esta relacionada com a forma com que lidamos com a nossa criança, não só a criança concreta, como a criança interior. criança é criativa. Resgatar a criança é resgatar o núcleo de saúde do indivíduo, e esse resgate de saúde do indivíduo tem repercussão na
coletividade. Utilizei-me então do conto “O velho que perdeu a verruga” como instrumento de trabalho para ilustrar esse assunto, pois este retrata esse resgate da criança interior. "
Ligia Diniz

domingo, 5 de dezembro de 2010

49H- MMN - Formiguinha Aventureira


Era uma vez uma formiguinha muito curiosa, muito espertinha, muito corajosa e também muito vaidosa. Sempre procurava estar asseada, sempre se vestia diferente das outras formigas, era a mais bonita. Tinha a mania de ficar a mirar-se ao espelho. Ela era também muito sonhadora. Sonhava em viajar pelo mundo e adorava passear pelo bosque. A rainha Paciência ficava sempre de olho na formiguinha, pois ela era órfã, seus pais tinham morrido de uma morte superpesada, eles foram pisados por uma pessoa de um metro e oitenta e cinco centímetros, e
cento e dez quilos, que tinha vindo fazer um piquenique no bosque. A rainha queria educá-la à sua maneira, pois achava que ela tinha uma caídinha pra ser preguiçosa, achava que ela vivia nas nuvens. E quem já viu formiga preguiçosa e sonhadora? A rainha dizia que ela tinha
vocação pra ser cigarra. Mas como? Se nem cantar bonito como uma cigarra ela sabia, embora tentasse, mas não tinha jeito, tava mais pra cantiga de grilo do que de cigarra.
A rainha Paciência mesmo com toda sua paciência, vivia brigando com
ela. Não dava trégua, queria que ela trabalhasse igual as outras formigas. O inverno estava chegando, tinham que encher a despensa com bastante alimento, pois tinha saído no jornal da televisão que esse
inverno seria muito forte. Todas as formigas estavam pegando alimento e lenha no bosque. Ela também trabalhava, mas sozinha, pois detestava aquela fila das formigas. Sempre tudo igual, todas se vestiam do mesmo jeito, faziam as mesmas coisas, viviam sempre em fila. E só faziam
trabalhar, trabalhar, trabalhar. Ela sempre sonhava e dizia:
_Ainda vou ser a rainha das formigas, a primeira coisa que vou decretar será acabar com a fila. Quem já viu tanta fila? Parece bando de abelhas...fila pra pegar folha; fila pra trazer água; fila pra tomar banho; fila até pra ir pra cama. Não aguento mais essa vida de andar uma atrás da outra, não sou vagão de trem, eu hem?! Quero liberdade, quero ser independente, viajar, conhecer o mundo, trabalha-se demais aqui, ninguém brinca, ninguém curte a vida. A rainha passa o dia naquele trono, não coloca nem a cabeça na janela,vivemos todos num formigueiro superapertado, quando entram duas formigas na cozinha, uma tem que sair de ré, pois não dá pra fazer a
curva com o corpo. Quando eu for a rainha, tudo vai ser diferente.Então, um dia que estavam todos dormindo, inclusive o vigia do buraco de formiga , ela arrumou sua trouxinha enrolada num lençol e amarrado no pau de vassoura e saiu pelo mundo atrás de aventuras. Quando amanheceu, já estava bem longe do seu buraco. De repente ela viu um coelhinho vindo na sua direção, quase que a atropelava. _ Ei! Olha por onde anda! Quase que você me pisava.
Desculpa, não te vi. E o que você está fazendo sozinha? Nunca vi
formiga andar só. Vocês só andam em grupo, uma atrás da outra._ Eu sou diferente. Sou orfã. E ainda mais eu detesto a vida de formiga. Não aguentava mais aquela vida de fila, minha vida era uma fila só. Dei um basta a tudo isso, quero ser independente.Sou sozinha
no mundo mesmo, como já disse, não tenho família. _ E daí? Conheço um monte de formigas orfãs, não interessa se tem pais ou não, quem manda mesmo é a rainha. Ué...e a sua rainha deixou você ir embora do buraco - quartel? Que rainha mais negligente, sem
autoridade, nunca vi disso. Uma revolucionária dentro do buraco e ela não fez nada?.Se você fosse uma formiga do reinado da rainha Ditadurajá com certeza você estaria de castigo na solitária. _ Quem é essa rainha? Nunca ouvi falar. E olha que eu conheço algumas rainhas. Os formigueiros de vez em quando se visitam, temos
que estar sempre unidas. Mas essa rainha Ditado...quero dizer
Dentadura não conheço. _ Rainha Ditadurajá, formiguinha! Ih... você é meio maluquinha, né?
_ Ditadurajá, Dentadura, seja lá o que for... não conheço nem quero conhecer e tenho raiva de quem conhece. Tchau! Estou perdendo meu tempo com voce. _Que formiguinha abusada, eu hem?! Se cuide, tchau! E lá vai a formiguinha Aventureira se aventurar pelo mundo. Ela
prestava atenção a tudo que passava: cada árvore diferente, cada pedra, cada flor, só não prestou atenção ao dia que já tava passando, estava quase escurecendo.
E aí? Onde ela iria passar a noite? _ Ai...tou ficando com medo, tá ficando escuro. Se pelo menos eu achasse um buraco de formiga. Vai embora medo! Nem vem que não tem! Não tenho medo de nada! Continuou sua caminhada, quando, de repente, começou a escutar um barulho:_ Parece uma batucada, será uma festa? O barulho vem daquele lado, perto da mangueira elegante.
O barulho vinha de um formigueiro que ficava embaixo da mangueira elegante. A formiguinha foi devagarinho se aproximando. Ela era tão corajosa que teve a ousadia de entrar no formigueiro. Êta formiguinha
danadinha! O que ela viu deixou-a chocada: Um monte de formigas trabalhando com correntes amarradas nas pernas. Formigas velhas,
crianças, doentes; formigas que não podiam de forma alguma estar trabalhando. Que loucura era essa que ela estava vendo? Pensou em sair dali correndo, mas não podia fazer isso com aquelas
formigas, tinha que ajudá-las de alguma forma, e também estava supercuriosa para saber por que estavam trabalhando de madrugada e daquela forma como priosioneiras.
Ela se escondeu atrás de uma saliência do buraco de formiga e conseguiu falar com uma delas. Era uma formiga bem velhinha, bem magrinha, as perninhas eram mais finas do que a mais fina das teias de aranha que podia existir no mundo. A formiguinha Aventureira teve uma
pena enorme, teve até vontade de chorar, mas se controlou e perguntou:
_ Por que vocês estão trabalhando, se vocês não têm mais condições
de trabalhar? Por que até formigas nenêns estão trabalhando? Por que estão trabalhando amarradas? E por que estão trabalhando a essa hora da noite?
Eram tantos porquês que a formiga velhinha magricela ficou tonta.
_ Primeiro você quer saber o quê? Aliás, antes de responder todas suas perguntas eu gostaria de saber quem é você, e o que está fazendo aqui no buraco-prisão Casa de Detenção Tirana, pertencente ao formigueiro da rainha Ditadurajá. _ Eu estava passando aqui por perto quando escutei um barulho esquisito, então, me aproximei para ver o que era, pensei que estava
havendo uma festa, pois o barulho do martelo de vocês parecia uma
batucada de samba. Acabei de ouvir falar dessa rainha Ditadurajá.
_ É que a gente fica fazendo isso para tentar distrair as crianças,
fazemos nosso trabalho em ritmo de samba para elas não ficarem tão
tristes, pois como você deve ter percebido somos prisioneiras da rainha Ditadurajá. Quando manda prender alguém que ela acha que fez alguma coisa errada, a família da dita cuja é presa também, por isso que tem aqui velhos, crianças e formigas doentes. Pois a família toda
tem que ser presa, independente de idade e de saúde. Mas o que você
estava fazendo sozinha na floresta? A sua rainha deixa você sair sozinha?
_ Eu fugi do meu formigueiro. Mas a rainha Paciência era um amor de formiga. Eu fugi porque não aguentava mais a vida de formiga. Mas
deixa isso prá lá...eu gostaria de ajudar vocês. Eu só vi dois vigias na entrada da prisão, e mesmo assim estavam distraídos jogando dominó, tem mais algum vigia por perto?
_ Não. Ninguém se arrisca a fugir. Temos medo, pois o fugitivo vai parar na solitária.
_ Mas que rainha cruel! Isso não pode continuar. Irei ajudar vocês.Eu tenho aqui na minha mochila um canivete super amolado, ele corta até metal, irei cortar sua corrente e você me ajuda a cortar das outras. Depois amarraremos os vigias e fugiremos pela floresta, correremos a
noite toda e quando amanhecer já estaremos bastante longe. _Mas isso não é certo...temos que obedecer nossa rainha. _ Eu topo e a senhora também, viu dona Graciosa? Muito prazer, eu me
chamo Dona Dorinha, escutei toda conversa de vocês. Gostei do seu plano e gostei muito de você, muito obrigada por ter a coragem de nos ajudar. _ Muito prazer dona Dorinha, também gostei da senhora, mas vamos lá, pois temos que aproveitar a noite, e pelo que estou vendo, tem formiga
que não vai ter condições de correr, vamos ter que carregá-las, portanto, vamos logo com isso!
Depois que todas estavam soltas e os vigias presos, as mais fortes carregaram nas costas as mais fraquinhas e os nenens, e saíram correndo mais rápido do que coelho assustado com bomba de São João. Quando o dia amanheceu, elas já estavam bem longe da prisão. Mesmo
assim a formiguinha Aventureira achou melhor as últimas ficarem apagando os rastos, e para se sentirem mais seguras ainda achou melhor atravessarem o rio. A formiga Aventureira pegou um pedaço de pau grande e empurrou pra perto do rio, pediu pra que todas as formigas subissem nele e deixassem a correnteza levá-las para bem longe. Desceram cascatas enormes e foram parar num bosque lindo. Chegando lá a formiguinha Aventureira reuniu todos numa pedra e fez uma reunião. _Bem amigas...graças a Deus conseguimos fugir. Vocês agora são livres. Acho que aqui não tem mais perigo. Jamais a rainha Ditadurajá encontrará vocês aqui, pois estamos bastante longe do seu buraco reinado. E para comemorar vamos catar comidas e bebidas, quem for músico improvise um instrumento, pois vamos fazer uma festança, vamos cantar e dançar para comemorar nossa vitória, e vamos ao grito de vitória! Iupi!!iupi!!
E todos gritaram: Iupi!!Iupi!! A festa foi de uma animação tamanha, os outros bichos atraídos pela alegria também participaram, mesmo sem saber o motivo da comemoração.A festa durou o dia inteiro.Quando acabou, todos adormeceram exaustos. Ao amanhecer a formiguinha
Aventureira organizou suas coisas para continuar a viagem, então, dona Graciosa com o barulho da formiguinha Aventureira, acordou. _Ué...você vai pra onde? Não vai ficar com a gente? E quem vai tomar conta da gente? Quem vai mandar na gente?_ Vocês agora são livres. Podem fazer com as suas vidas o que quiserem. _ Ei! Acordem formigas! A formiga Aventureira vai nos abandonar! E agora como vamos viver? Todas se levantaram assustadas.
_ Você não pode nos abandonar, não faça isso com a gente, senão podemos morrer. - Calma! Tudo bem. Irei ficar com vocês uns dias até ver que já estão organizadas. Primeira coisa que temos a fazer é um formigueiro. De preferência bem grande e bem bonito. Vou fazer o projeto nessa folha. Ela fez um formigueiro enorme, cada família com seu quarto. Uma
piscina, um parque para as crianças, uma salão para dança, um salão
para a ceia, ninguém tinha visto um projeto de formigueiro tão bonito. Depois de alguns dias ficou pronto. O formigueiro ficou maior do que pensavam. E ficou de uma beleza estonteante. Todo enfeitado de flores,
cada cantinho era mais bonito do que o outro. Dava prazer ficar nesse formigueiro no inverno.
Ela ensinou pra elas a dividirem as tarefas de uma forma que ficasse
com tempo livre para se divertirem, e não precisava ficar em fila,
cada um fazia sua parte, todos faziam suas tarefas com o maior
capricho, mas no seu ritmo e cada um com sua vocação. As que tinham
vocação para lenhador cuidavam da lenha, as que gostavam de cozinhar
trabalhavam na cozinha. E assim a vida do formigueiro era alegria só.
Tinha noite que cantavam e dançavam sem parar. Todos viviam felizes, as doentes ficaram com saúde novamente. As velhinhas eram tratadas com respeito. As crianças viviam sorrindo e
fazendo suas traquinagens. Os outros bichos do bosque nunca tinham visto um formigueiro tão
feliz. Mas um dia a formiguinha Aventureira deu a péssima notícia:
iria embora. _Bem, o combinado foi esse, por favor não fiquem tristes. _Nós sabemos, mas você não é feliz aqui? _Nunca fui tão feliz na minha vida. Mas eu tenho que continuar o meu destino.
_ E quem foi que disse que o seu destino não é ser rainha desse formigueiro que você mesma criou? Ela se virou para ver quem tinha falado isso com uma voz tão bonita. Era o formiguinha Delírio e realmente ele era delirante, era o colírio de todas as formiguinhas do formigueiro. Ela o achava lindo, forte, trabalhador, mas sempre discreto, calado. Todas ficaram
surpresas quando ouviram-no falar assim. E ele continuou:
_ Vocês não concordam comigo? Ela já pode ser considerada nossa rainha oficial; aliás desde o início ela tem feito o papel de rainha, e das melhores! Acho que não existe nesse planeta um formigueiro mais feliz. Não passamos o dia em fila, todos nós somos livres, e aprendemos a
dividir nosso tempo de uma forma que trabalhamos com prazer e para viver com mais conforto e alegria, e não como os outros formigueiros que vivem para trabalhar. Portanto, desejamos do fundo dos nossos corações que você seja nossa rainha. Iremos respeitá-la como a rainha das rainhas. Todos aplaudiram de pé. A formiguinha ficou toda emocionada. Realmente
ela era muito feliz ali. Teve mais aventuras do que nunca imaginou. E
principalmente ficou encantada com o discurso do formiguinha Delírio. Ela aceitou toda feliz ser a rainha oficial. Os dias foram passando, ela e o formiguinha Delírio foram se
apaixonando e resolveram casar. Convidaram todas as formigas do formigueiro da rainha Paciência. O casamento durou três dias e três noites de festa. O formigueiro da rainha Ditadurajá teve uma revolução e tiraram a rainha Ditadurajá do seu trono. O exemplo do formigueiro da rainha Aventureira foi falado e imitado em todos os formigueiros do planeta
Terra e até do planeta Marte. Até as abelhas começaram a imitar a rainha Aventureira.
E todas as formigas de todos os formigueiros viveram felizes para sempre.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Pedreiro


Um velho pedreiro que construía casas estava
pronto para se aposentar...
Ele informou o chefe do seu desejo de se aposentar e passar
mais tempo com sua família.
Ele ainda disse que sentiria falta do salário, mas realmente
queria se aposentar.
A empresa não seria muito afetada pela saída do pedreiro, mas o
chefe estava triste em ver um bom funcionário partindo e pediu ao
pedreiro para trabalhar em mais um projeto, como um favor.
O pedreiro não gostou mas, acabou concordando.
Foi fácil ver que ele não estava entusiasmado com a idéia.
Assim ele prosseguiu fazendo um trabalho de segunda qualidade
e usando materiais inadequados.
Quando o pedreiro acabou, o chefe veio fazer a inspeção da
casa construída.
Depois de inspecioná-la, deu a chave da casa ao pedreiro e disse:
- "Esta é a sua casa. Ela é o meu presente para você".
O pedreiro ficou muito surpreso. Que pena! Se ele soubesse que estava construindo sua própria casa, teria feito tudo diferente....
O mesmo acontece conosco...
Nós construímos nossa vida, um dia de cada vez e muitas vezes
fazendo menos que o melhor possível na sua construção.
Depois, com surpresa, nós descobrimos que precisamos viver na
casa que nós construímos. Se pudéssemos fazer tudo de novo, faríamos
tudo diferente. Mas não podemos voltar atrás.
Tu és o pedreiro. Todo dia martelas pregos, ajustas tábuas e constróis paredes.
Alguém já disse que: "A vida é um projeto que você mesmo
constrói"?.
Tuas atitudes e escolhas de hoje estão construindo a "casa" em
que vais morar amanhã.
Portanto construa com sabedoria!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Fardos Inúteis

Conta uma lenda, que dois monges atravessavam uma área deserta, quando diante de um rio violento, avistaram uma linda jovem que tentava atravessá-lo sem sucesso.
Um dos monges, não sem dificuldades, atravessou o rio, e colocando a mulher em suas costas, conseguiu atravessar o rio em segurança.
A jovem abraçou-o agradecida, comovida com o seu gesto e seguiu seu caminho.
Retomando a jornada, o outro monge que assistiu a tudo calado, repreendeu o amigo, falando do contato carnal que houve com aquela jovem, da tentação de ter aquele contato mais direto com uma mulher, o que era proibido pelas suas leis.
E durante um bom trecho do caminho, esse monge falou sobre a mulher e sobre o pecado cometido, até que aquele que ajudou a jovem na travessia falou: "querido amigo, eu atravessei o rio com a jovem e lá eu a deixei, mas você ainda continua carregando-a em seus pensamentos!"
Assim, todos sabem que Deus não nos dá fardos maiores que aqueles que podemos suportar, e muitos dos nossos fardos já poderiam estar abandonados em outras curvas da vida, mas nós insistimos em carregá-los!
Levamos nossas dores e frustrações ao extremo. Dramatizamos demais, multiplicamos cada dor, cada ofensa, cada contrariedade e por isso, não conseguimos relaxar, perdoar ou mesmo sermos felizes, pois o peso que vamos acumulando em nossas costas são demais para qualquer pessoa!
Neste dia, eu lhe convido a uma reflexão.
Quais são os fardos que você continua carregando e que já não estão mais com você?
Qual é a dor que você anda revivendo e fazendo com que velhas feridas voltem a sangrar?
Por que você não consegue perdoar quem lhe magoou?
Quantas oportunidades você anda deixando para trás por estar amarrado ao passado?
Desarme-se dos velhos pensamentos, do espírito da revolta, da tristeza . Hoje é dia de desmontar o velho acampamento do comodismo e seguir adiante na longa jornada que a vida apresenta.
Quanto mais leve a sua mochila, mais fácil a subida rumo a felicidade!

A Lenda da Lagoa das Sete Cidades

Imagem do Google

Há muitos, muitos anos, vivia no Reino das Sete Cidades uma pequena Princesa chamada Antília. A menina era a filha única de um velho Rei viúvo que era conhecido pelo seu mau feitio. Senhor das Alquimias e do Saber, o Rei vivia em exclusivo para a sua filhinha, não gostando que a Princesa falasse com ninguém. A menina ora estava com o pai, ora estava com a velha ama que a criara desde o nascimento, altura em que a Rainha sua mãe falecera. Os anos foram passando, Antília foi crescendo e um dia já não era mais aquela menina de tranças loiras caídas sobre os ombros, enfeitadas com flores silvestres; tinha-se transformado numa linda jovem, uma Princesa capaz de encantar qualquer rapaz do seu reino. Contudo, se todos ouviam falar da beleza da jovem Princesa, eram poucos ou nenhuns os que a conheciam, pois o Rei não gostava que ela saísse do castelo nem dos jardins que o circundavam. Mas Antília não se deixava intimidar pelo pai, e com a ajuda da velha ama costumava esquivar-se todas as tardes, enquanto o Rei dormia a sesta depois do almoço. Saía pelas traseiras, sem que ninguém a visse, e ia passear pelos montes e vales próximos. Num desses passeios, andando pela floresta, um dia a Princesa escutou uma música. A música era tão linda, encantou-a de tal forma, que ela se deixou guiar pelo som e foi descobrir um jovem pastor a tocar flauta, sentado no cimo de um monte. Era ele o autor de tanta maravilha! A Princesa, encantada, deixou-se ficar escondida a ouvir o jovem a tocar flauta. E ouviu-o escondida durante semanas, até que o pastor, um dia, a descobriu por detrás de uns arbustos. Ao vê-la foi amor à primeira vista, e era recíproco, pois ela também estava apaixonada por ele. Os jovens continuaram a encontrar-se. Passavam as tardes a conversar e a rir, o pastor a tocar para a Princesa e ela a escutá-lo enlevada, e ambos se sentiam muito felizes juntos. Um belo dia o pastor decidiu pedir a Princesa em casamento. Logo pela manhãzinha, o jovem bateu à porta do Castelo, e pediu ao criado para falar com o Rei. Pouco depois o criado voltou e levou-o à presença do Soberano. Muito nervoso mas determinado, o pastor fez-lhe uma vénia e, olhando-o nos olhos, disse:
- Majestade, gosto muito de Antília, sua filha, e gostaria de pedir a sua mão em casamento.
- A mão de minha filha, NUNCA... OUVIS-TE... NUNCA!- disse o Rei aos berros.- Criado, põe este pastor atrevido na rua.
O jovem bem tentou argumentar, mas ele não o deixava falar, e expulsou-o do Castelo. Em seguida o Rei mandou chamar Antília e proibiu-a de ver o pastor. Antília mais não fez do que acatar as ordens do Rei seu pai. E nessa mesma tarde foi ter com o seu amor e disse-lhe que nunca mais se podiam encontrar. Os dois jovens choraram toda a tarde abraçados. As suas lágrimas, de tantas serem, formaram duas lindas e grandes lagoas, uma verde da cor dos olhos da Princesa, a outra azul da cor dos olhos do pastor. E ainda hoje estas duas lagoas continuam no Vale das Sete Cidades, na Ilha de São Miguel, lá nos Açores, para avivar a memória de todos quantos por ali passam, e recordar o drama dos dois apaixonados.

Lenda Portuguesa.
Fonte: http://contosencantar.blogspot.com/2009/01/lenda-da-lagoa-das-sete-cidades.html

domingo, 28 de novembro de 2010

48H MMN - Kaguya Hime - A lenda do Monte Fugi

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A lenda do Monte Fuji
Um casal de velhinhos morava bem ao fundo de um bambuzal... Eles não tinham filhos e viviam modestamente fazendo cestos e caixotes de taquara. Certo dia, quando o velhinho cortava bambus, viu que um deles brilhava muito pela raiz. "Mas o que será isso?" Curioso, o velhinho cortou o bambu com o machado. Dentro do bambu, uma linda menininha!Ela era tão pequenina que cabia na palma da mão. O velhinho levou a
menina para casa e mostrou para a mulher: "Foi Deus quem nos enviou!" A velhinha também ficou muito feliz e disse:
__ Vamos chamá-la de Kaguya Hime!

Depois desse dia, o velhinho começou a encontrar outros bambus brilhando. E, de dentro, saíam muitas moedas de ouro. Só havia uma explicação: era a menina quem lhes trazia tanta sorte.
Kaguya Hime cresceu rápido. Depois de três meses, ela se transformou em uma bela moça, tão bela quanto um raio de luar. Logo a beleza da jovem começou a ser comentada pela região. Muitas pessoas vinham só para vê-la e formava-se uma longa fila em frente a casa. Pretendentes também não paravam de chegar: alguns vinham de muito
longe, outros eram pessoas importantes. Mas ela...
Ela não queria se casar com ninguém!
No entanto, cinco dos pretendentes vinham todos os dias, sempre com pedidos de casamento. Kaguya Hime então disse "Se algum de vocês conseguir trazer os objetos que eu pedir, então me casarei com essa pessoa: um vaso de pedra dos deuses que nunca se quebra, o galho de uma árvore de pedras vermelhas, um manto de pele de animal que não se
queima no fogo." Os objetos que Kaguya Hime pediu eram todos impossíveis de serem conseguidos. Os pretendentes tentaram falsificá-los, mas todos foram desmascarados.
Um dia, o próprio príncipe chegou à casa de Kaguya Hime: Sua beleza é ainda maior que sua fama. - e ele pediu:
Gostaria muito que se casasse comigo. Mas a moça respondeu: "Eu não posso me casar com ninguém." O príncipe respeitando a sua vontade, voltou triste para o seu palácio.
As cores do Outono tingia o céu...
Kaguya Hime começou a olhar para a lua, com grande tristeza...uma tristeza que ia aumentando a cada dia. Os pais ficaram muito preocupados e, então, perguntaram:
__ Por que você fica olhando a lua, assim tão triste?
__ Estou triste porque logo preciso ir embora.verdade vim de muito longe. Sou uma princesa do reino da lua e, na próxima cheia, virão me buscar.
Os velhinhos ficaram muito assustados: como se separar de uma filha tão querida?
Chegou a temida noite de lua cheia.
Os velhinhos pediram ajuda ao príncipe que enviou um batalhão de mil homens para impedir que alguém se aproximasse da casa. A princesa foi levada para o quarto dos fundos e os velhinhos aguardaram ao lado da jovem.
De repente, a lua começou a brilhar, brilhar, brilhar cada vez mais forte. "Preparem os arcos!" -- gritou o chefe da Guarda! Cegos com a luz da lua, ninguém pôde ver a chuva de pétalas que caía, nem a grande comitiva que descia, montada em nuvens, trazendo uma carruagem dourada... Quando todos puderam abrir os olhos, a comitiva já ia alta, levando embora a princesa.CONTAM AINDA que Kaguya Hime deixou para os pais uma poção mágica de vida eterna. Mas sem a filha querida, os velhinhos não quiseram viver eternamente. Então, queimaram a poção na montanha mais alta e, até hoje, um fio de fumaça bem branquinha continua subindo ao céu, ou talvez, até a lua... essa montanha é o Monte Fuji.
KAGUYA HIME, a princesa da lua. adapt. Lúcia Hiratsuka e Peter O'Sagae. Narração: Bia Grimaldi. In: MUKASHI... IMA - contos e
lendas do Japão. São Paulo: Casa de Bambu/MCD, 1997. faixa 1.
Visite a página da escritora e ilustradora Lúcia Hiratsuka.
Informações sobre o CD Mukashi... Ima.

domingo, 21 de novembro de 2010

Lembre-se de viver

> Esta é uma propaganda exibida pelo Citybank nos outdors de Sao paulo.
> "Crie filhos em vez de herdeiros."
> "Dinheiro só chama dinheiro, não chama para um cineminha, nem para tomar um sorvete."
> "Não deixe que o trabalho sobre sua mesa tampe a vista da janela.."
> "Não é justo fazer declarações anuais ao Fisco e nenhuma para quem você ama."
> "Para cada almoço de negócios, faça um jantar à luz de velas."
> "Por que as semanas demoram tanto e os anos passam tão rapidinho?"
> "Quantas reuniões foram mesmo esta semana? Reúna os amigos."
> "Trabalhe, trabalhe, trabalhe. Mas não se esqueça, vírgulas significam pausas..."
> e em seguida a esse Outdoor na Marginal Pinheiros vinha um outro dizendo: ....
> "quem sabe assim você seja promovido o melhor pai/mãe do mundo!"
> "Você pode dar uma festa sem dinheiro. Mas não sem amigos."
> Contrato 2010/2050
> Depois de uma séria e cautelosa consideração,
> Quero notificar-te que o nosso "Contrato de amizade"
> Foi renovado para os anos de 2010/2050
> Mande o para todos que você não quer perder nos próximos anos...
> Nunca desvalorize ninguém
> Guarde cada pessoa perto do seu coração
> Porque um dia você pode acordar
> E perceber que você perdeu um diamante
> Enquanto você estava muito ocupado colecionando pedras.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Plano Nacional de Cultura (PNC) é aprovado no Senado


O Senado aprovou nesta terça-feira (09 de novembro) o Plano Nacional de Cultura que estabelece metas obrigatórias para os próximos dez anos. O texto foi aprovado pela Comissão de Educação e Cultura do Senado sem alterações e agora aguarda somente a sanção do Presidente Lula.
Segundo o MinC, a principal ferramenta de acompanhamento metas estipuladas pelo Ministério da Cultura após a promulgação do PNC será o Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC).
O SNIIC já está em desenvolvimento tecnológico e será uma ampla base de dados e indicadores culturais, que abrangerá informações sobre equipamentos culturais, grupos artísticos, órgãos gestores da cultura, conselhos municipais, editais, sobre a economia da cultura, estudos e pesquisas sobre o setor cultural, entre outros.
A plataforma será essencial ao compartilhamento de informações da cultura entre os governos federal, estadual e municipal e o setor privado. Também irá gerar indicadores da gestão pública, permitindo o conhecimento e a interação da sociedade civil com as ações e políticas.
O Plano Nacional é uma diretriz a ser seguida pelos estados e municípios para criarem seus próprios planos de cultura. A adesão, porém, não é automática ou obrigatória. O MinC irá criar protocolos de adesão para esses entes federativos e então subsidiar com consultoria técnica e apoio orçamentário a elaboração desses planos.
As linguagens artísticas também irão elaborar planos para seus setores. Os colegiados setoriais ligados ao Conselho Nacional de Política Cultural os responsáveis por isso. Música, Teatro, Dança, Circo, Museus, Culturas Populares e Culturas Indígenas já têm planos.

Os 13 princípios do PNC são:

- Liberdade de expressão, criação e fruição
- Diversidade cultural
- Respeito aos direitos humanos
- Direito de todos à arte e à cultura
- Direito à informação, à comunicação e à crítica cultural
- Direito à memória e às tradições
- Responsabilidade socioambiental
- Valorização da cultura como vetor do desenvolvimento sustentável
- Democratização das instâncias de formulação das políticas culturais
- Responsabilidade dos agentes públicos pela implementação das políticas culturais
- Colaboração entre agentes públicos e privados para o desenvolvimento da economia da cultura
- Participação e controle social na formulação e acompanhamento das políticas culturais
São objetivos do Plano Nacional de Cultura:

I – reconhecer e valorizar a diversidade cultural, étnica e regional brasileira;
II – proteger e promover o patrimônio histórico e artístico, material e imaterial;
III – valorizar e difundir as criações artísticas e os bens culturais;
IV – promover o direito à memória por meio dos museus, arquivos e coleções;
V – universalizar o acesso à arte e à cultura;
VI – estimular a presença da arte e da cultura no ambiente educacional;
VII – estimular o pensamento crítico e reflexivo em torno dos valores simbólicos;
VIII – estimular a sustentabilidade socioambiental;
IX – desenvolver a economia da cultura, o mercado interno, o consumo cultural e a exportação de bens, serviços e conteúdos culturais;
X – reconhecer os saberes, conhecimentos e expressões tradicionais e os direitos de seus detentores;
XI – qualificar a gestão na área cultural nos setores público e privado;
XII – profissionalizar e especializar os agentes e gestores culturais;
XIII – descentralizar a implementação das políticas públicas de cultura;
XIV – consolidar processos de consulta e participação da sociedade na formulação das políticas culturais;
XV – ampliar a presença e o intercâmbio da cultura brasileira no mundo contemporâneo;
XVI – articular e integrar sistemas de gestão cultural.

Segundo o Ministro Juca Ferreira, em entrevista para Luis Nassif:

“O Plano Nacional de Cultura se estrutura exatamente sobre essas três dimensões. A gente assume um compromisso com a diversidade cultural brasileira, e a necessidade de democratizar o acesso a todas as regiões do Brasil. Todas as manifestações culturais têm direito de acesso aos recursos públicos. E todas as iniciativas que levem ao acesso um número maior de brasileiros, devem contar com a ajuda do governo.
Então, temos uma conformação dessa política global para todo país, temos as definições dos marcos centrais das políticas setoriais (patrimônios, museus, música, dança, teatro, cultura popular, construção de cidadania através da cultura). Esse conjunto de definições e formulações foi possível depois de um ciclo enorme de discussões. Só nós aqui do ministério organizamos, para apresentar o projeto de leii,uma quantidade enorme de todos os cantos do país, e o próprio Congresso também organizou suas audiências públicas. E, agora, temos um Plano Nacional que vai servir de base.
O que o Plano permite é a institucionalização da política de cultura, ou seja, dá estabilidade, dá perenidade, e de dez em dez anos deve, obrigatoriamente, ser revisto e aprofundado para correção de erros.”

Fonte: http://blogs.cultura.gov.br/pnc/

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

João Ubaldo Ribeiro

"Precisa-se de Matéria Prima para construir um País"
A crença geral anterior era que Collor não servia, bem como Itamar e Fernando Henrique.
Agora dizemos que Lula não serve.
E o que vier depois de Lula também não servirá para nada...
Por isso estou começando a suspeitar que o problema não está no ladrão corruptoque foi Collor,
ou na farsa que é o Lula.
O problema está em nós.
Nós como POVO.
Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a "ESPERTEZA“ é a moeda que sempre é valorizada,
tanto ou mais do que o dólar.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma
família, baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como
em outros países, isto é, pondo umas caixas nas calçadas onde se paga por um só jornal
E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as
"EMPRESAS PRIVADAS" são papelarias particulares de seus empregados desonestos,
que levam para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clipes e
tudo o que possa ser útil para o trabalho dos filhos...E para eles mesmos.
Pertenço a um país onde a gente se sente o máximo porque conseguiu"puxar"
a tevê a cabo do vizinho, onde a gente frauda a declaração de imposto de renda para não
pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país onde a falta de pontualidade é um hábito.
Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano.
Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam
do governo por não limpar os esgotos.
Onde nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis
que só servem para afundar o que não tem, encher o sacodo que tem pouco e
beneficiar só a alguns.
Pertenço a um país onde as carteiras de motorista e os certificados médicos podem ser
"comprados", sem fazer nenhum exame.
Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido,fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para
não dar o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre.
Um país onde fazemos um monte de coisa errada, mas nos esbaldamos em
criticar nossos governantes.
Como "Matéria Prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas nos falta muito para sermos os homens e mulheres de que nosso País precisa.
Esses defeitos, essa "ESPERTEZA BRASILEIRA" congênita, essa desonestidade em
pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos de escândalo,
essa falta de qualidade humana, mais do que Collor, Itamar, Fernando Henrique ou Lula, é que
é real e honestamente ruim, porque todos eles são brasileiros como nós, ELEITOS POR NÓS.
Nascidos aqui, não em outra parte...
Entristeço-me.
Porque, ainda que Lula renunciasse hoje mesmo, o próximo presidente que o suceder
terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo,
somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém o possa fazer melhor. Mas enquanto alguém
não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo,
ninguém servirá.
Nem serviu Collor, nem serviu Itamar, não serviu Fernando Henrique, e nem
serve Lula, nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?
Aqui faz falta outra coisa.
E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima
para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente
condenados, igualmente estancados...Igualmente sacaneados!
Nós temos que mudar! Um novo governante com os mesmos brasileiros não poderá fazer nada..
Está muito claro...
Somos nós os que temos que mudar.
Somos nós os que temos que mudar.
Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo,
senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se
faça de surdo, de
desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO
ME OLHAR NO ESPELHO.
É O QUE EU SEMPRE DIGO.“O GOVERNO SOMOS NÓS, OS POLÍTICOS,
NEM TANTO ASSIM.” (PAULO BUSKO)
"MEDITE!!!"
E eu acrescento: o que nos falta é EDUCAÇÃO!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Receita de Dona Cacilda

Imagem retirada do Google
Dona Cacilda é uma senhora de 92 anos, miúda, e tão elegante, que todo dia às 08 da manhã ela já está toda vestida, bem penteada e discretamente maquiada, apesar de sua pouca visão.
E hoje ela se mudou para uma casa de repouso: o marido, com quem ela viveu 70 anos, morreu recentemente, e não havia outra solução...
Depois de esperar pacientemente por duas horas na sala de visitas, ela ainda deu um lindo sorriso quando a atendente veio dizer que seu quarto estava pronto. Enquanto ela manobrava o andador em direção ao elevador, dei uma descrição do seu minúsculo quartinho, inclusive das cortinas floridas que enfeitavam a janela.
Ela me interrompeu com o entusiasmo de uma garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorrinho.
- Ah, eu adoro essas cortinas...
- Dona Cacilda, a senhora ainda nem viu seu quarto... Espera um pouco...
- Isto não tem nada a ver, ela respondeu, felicidade é algo que você decide por princípio. Se eu vou gostar ou não do meu quarto, não depende de como a mobília vai estar arrumada... Vai depender de como eu preparo minha expectativa. E eu já decidi que vou adorar. É uma decisão que tomo todo dia quando acordo.
Sabe, eu posso passar o dia inteiro na cama, contando as dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo que não funcionam bem...
Ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem.
- Simples assim?
- Nem tanto; isto é para quem tem autocontrole e exigiu de mim um certo 'treino' pelos anos a fora, mas é bom saber que ainda posso dirigir meus pensamentos e escolher, em conseqüência, os sentimentos.
Calmamente ela continuou:
- Cada dia é um presente, e enquanto meus olhos se abrirem, vou focalizar o novo dia, mas também as lembranças alegres que eu guardei para esta época da vida. A velhice é como uma conta bancária: você só retira aquilo que guardou. Então, meu conselho para você é depositar um monte de alegrias e felicidades na sua Conta de Lembranças. E, aliás, obrigada por este seu depósito no meu Banco de lembranças. Como você vê, eu ainda continuo depositando e acredito que, por mais complexa que seja a vida, sábio é quem a simplifica...
Depois me pediu para anotar:
Como manter-se jovem:
1. Deixe fora os números que não são essenciais. Isto inclui a idade, o peso e a altura.
Deixe que os médicos se preocupem com isso.
2. Mantenha só os amigos divertidos. Os depressivos puxam para baixo.
(Lembre-se disto se for um desses depressivos!)
3. Aprenda sempre:
Aprenda mais sobre computadores, artes, jardinagem, o que quer que seja. Não deixe que o cérebro se torne preguiçoso.
'Uma mente preguiçosa é oficina do Alemão.' E o nome do Alemão é Alzheimer!
4. Aprecie mais as pequenas coisas
5. Ria muitas vezes, durante muito tempo e alto. Ria até lhe faltar o ar.
E se tiver um amigo que o faça rir, passe muito e muito tempo com ele / ela!
6. Quando as lágrimas aparecerem
Aguente, sofra e ultrapasse.
A única pessoa que fica conosco toda a nossa vida somos nós próprios.
VIVA enquanto estiver vivo.
7. Rodeie-se das coisas que ama:
Quer seja a família, animais, plantas, hobbies, o que quer que seja.
O seu lar é o seu refugio.
8. Tome cuidado com a sua saúde:
Se é boa, mantenha-a..
Se é instável, melhore-a.
Se não consegue melhora-la , procure ajuda.
9. Não faça viagens de culpa.. Faça uma viagem ao centro comercial, até a um país diferente,
mas NÃO para onde haja culpa
10. Diga às pessoas que ama que as ama a cada oportunidade.


Email mandado por Maria José.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Sinais de Deus

-
Ao nascer de mais um dia,tudo é lindo e maravilhoso.O caminho que se prossegue,a verdade que se faz presente e a vida que expressa são os dons da plenitude Divina”
Conta-se que um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor e com tanto carinho, cada noite, que certa vez, o rico chefe de grande caravana chamou-o a sua presença e lhe perguntou:
- Por que oras com tanta fé?
Como sabes que Deus existe,
Quando nem ao menos sabes ler?
O fiel de Deus respondeu:
- Grande senhor,
conheço a existência de Nosso Pai Celeste pelos sinais dele.
- Como assim?
- indagou o chefe, admirado.
O servo humilde explicou-se:
- Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem A escreveu?
- Pela letra.
- Quando o senhor recebe uma jóia,
como é que se informa quanto ao autor dela?
- Pela marca do ourives.
O empregado sorriu e acrescentou:
Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda,
como sabe, depois, se foi um carneiro, um cavalo um boi?
- Pelos rastros
- respondeu o chefe, surpreendido.
Então, o velho crente convidou-o para fora da barraca e, mostrando-lhe o
céu, onde a Lua brilhava, cercada por multidões de estrelas, exclamou, respeitoso:
- Senhor, aqueles sinais, lá em cima, não podem ser dos homens!
Nesse momento, o orgulhoso caravaneiro, de olhos lacrimosos,
ajoelhou-se na areia e começou a orar também.
Deus, mesmo sendo invisível aos nossos olhos;
deixa-nos sinais em todos os lugares:
Na manhã que nasce calma, no dia que transcorre
com o calor do sol ou com a chuva que molha a relva...
Ele deixa sinais quando alguém se lembra de você,
quando alguém te considera importante...
Email enviado pela poeta Márcia Araujo.

domingo, 7 de novembro de 2010

Viver Como as Flores

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Mestre, como faço para não me aborrecer com as pessoas?
Algumas falam demais, falam de nossa vida, gostam de fazer intriga, fofoca, outras são ignorantes.
Algumas são indiferentes.
Fico magoado com as que são mentirosas. Sofro com as que caluniam.
- "Pois viva como as flores!", advertiu o mestre.
- "Como é viver como as flores?" Perguntou o discípulo.
- "Repare nestas flores", continuou o mestre, apontando lírios que cresciam no jardim.
"Elas nascem no esterco, entretanto são puras e perfumadas.
Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas.
É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros o importunem.
Os defeitos deles são deles e não seus. Se não são seus, não há razão para aborrecimento.
Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora. Isso é viver como as flores..."
Email enviado pela poeta Márcia Araujo.

47H MMN - A Fábula da Águia e da Galinha

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Esta é uma história que vem de um pequeno país da África Ocidental, Gana,narrada por um educador popular, James Aggrey, nos inícios deste século, quando se davam os embates pela descolonização. Oxalá nos faça pensar sempre a respeito.
"Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro, a fim de mantê-lo cativo em casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto às galinhas. Cresceu como uma galinha. Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista: - Esse pássaro aí não é uma galinha. É uma águia. - De fato, disse o homem.- É uma águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais águia. É uma galinha como as outras. - Não, retrucou o naturalista.- Ela é e será sempre uma águia. Este coração a fará um dia voar às alturas. - Não, insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia. Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e, desafiando-a, disse: - Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe! A águia ficou sentada sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas. O camponês comentou: - Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!- Não, tornou a insistir o naturalista. - Ela é uma águia. E uma águia sempre será uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurrou-lhe: - Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!Mas, quando a águia viu lá embaixo as galinhas ciscando o chão, pulou e foi parar junto delas. O camponês sorriu e voltou a carga: - Eu havia lhe dito, ela virou galinha! - Não, respondeu firmemente o naturalista. - Ela é águia e possui sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar. No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para o alto de uma montanha. O sol estava nascendo e dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe: - Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe! A águia olhou ao redor. Tremia, como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então, o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, de sorte que seus olhos pudessem se encher de claridade e ganhar as dimensões do vasto horizonte. Foi quando ela abriu suas potentes asas.Ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto e voar cada vez mais para o alto. Voou. E nunca mais retornou.
" Existem pessoas que nos fazem pensar como galinhas. E ainda até pensamos que somos efetivamente galinhas. Porém é preciso ser águia. Abrir as asas e voar. Voar como as águias. E jamais se contentar com os grãos que jogam aos pés para ciscar."
Extraído de artigo publicado pela Folha de São Paulo, por Leonardo Boff, teólogo, escritor e professor de ética da UERJ.
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