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HOJE ALGUMAS FRASES ME DEFINEM: Clarice Lispector "Os contos de fadas são assim. Uma manhã, a gente acorda. E diz: "Era só um conto de fadas"... Mas no fundo, não estamos sorrindo. Sabemos muito bem que os contos de fadas são a única verdade da vida." Antoine de Saint-Exupéry. Contando Histórias e restaurando Almas."Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa

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quinta-feira, 24 de junho de 2010

''Estou Voltando..."

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(Um conto africano)
De: Agamenon Troyan (*)
Um jovem angolano caminhava solitário pela praia. Parou por alguns instantes para agradecer aos deuses por aquele momento milagroso: o deslumbramento de sua terra natal. O silêncio o fez adormecer em seu âmago, despertando inesperadamente com o bater das ondas sobre as pedras. De repente, surgiram das matas homens estranhos e pálidos que o agarraram e o acorrentaram. Sua coragem e o medo travaram naquele momento uma longa batalha... Ele chamou pelos seus pais e clamou pelo seu Deus. Mas ninguém o ouviu. Subitamente mais e mais rostos estranhos e pálidos se uniram para rirem de sua humilhação. Vendo que não havia saída, o jovem angolano atacou um deles, mas foi impedido por um golpe. Tudo se transformou em trevas...
Um balanço interminável o fez despertar dentro do estômago de uma criatura. Ainda zonzo, ele notou a presença de guerreiros de outras tribos. Todos se demonstraram incrédulos no que estava acontecendo. Seus olhos cheios de medo se indagavam. Passos e risos de seus algozes foram ouvidos acima. Durante a viagem muitos guerreiros morreram, sendo seus corpos lançados ao mar. Dias depois, já em terra firme, o jovem angolano é tratado e vendido como a um animal. Com o coração cheio de "banzo" Ele e outros negros foram levados para um engenho bem longe dali. Foram recebidos pelo proprietário (senhor do engenho) e pelo feitor que, com o estalar do seu chicote não precisou expressar uma só palavra. Um dia, em meio ao trabalho, o jovem angolano fugiu. Mas não foi muito longe, pois fora capturado por um capitão do mato. Como castigo foi levado ao tronco onde recebeu não duas, mas cinqüenta chibatadas. Seu sangue se uniu ao solo bastardo que não o viu nascer.
Os anos se passaram, mas a sua sede por liberdade era insaciável. Várias vezes foi testemunha dos maus tratos que o senhor aplicava sobre as negras, obrigando-as a se entregarem. Quando uma recusava era imediatamente açoitada pelo seu atrevimento. A Sinhá, desonrada, vingava-se sobre uma delas, mandando que cortassem-lhe os mamilos para que não pudesse aleitar... O jovem angolano não suportando mais aquilo fugiu novamente. No meio do caminho encontrou outros negros fugidos que o conduziram ao topo de uma colina onde uma aldeia fortificada - um quilombo -, estava sendo mantida e protegida por escravos.
Ali ele aprendeu a manejar armas e, principalmente a ensinar as crianças o valor da cultura africana. Também foi ali que conheceu a sua esposa, a mãe de seu filho. Com o menino nos braços, ele o ergue diante as estrelas mostrando-o a Olorum, o deus supremo... Surgem novos rostos estranhos e pálidos, mas de coração puro, os abolicionistas. Eram pessoas que há anos vinham lutando pelo fim do cativeiro. Suas pressões surtiram efeito. Leis começaram a vigorar, embora lentamente, para o fim da escravatura: A Lei Eusébio de Queiroz; A do Ventre-Livre, A do Sexagenário e, finalmente a Lei Áurea. A juventude se foi. O velho angolano agora observa seus netos correndo livremente pelos campos. Aprenderam com o pai a zelarem pelas velhas tradições e andarem de cabeça erguida. Um dia o velho ouviu o clamor do seu coração: com dificuldade, caminhou solitário até a praia. Olhou compenetrado para o horizonte. Agora podia ouvir as vozes de seus pais e avós sendo trazidas pelas ondas do mar. A noite caiu cobrindo o velho angolano com o seu manto... Os tambores se calaram... No coração do silêncio, suas palavras lentamente ecoaram: "Estou voltando... Estou voltando".
(*) Carlos Roberto de Souza (Agamenon Troyan)
Auxiliar de Faturamento - Machado-MG--

O Jabuti e o Leopardo

Agora vamos encontrar um lugar bem aconchegante ao redor desta fogueira para ouvir...Vovô Ussumane dá uma tragada no cachimbo enquanto a garotada conversa sobre o caçador
que passara pela aldeia pela manhã a caminho de outro povoado, onde um leão vem causando grandes estragos. O que mais impressionou os meninos foi a quantidade de amuletos mágicos que o caçador trazia em volta do corpo , bem como sua espingarda.
Todos querem se tornar caçadores quando crescidos, mas o velho sábio lhes diz que para isto precisarão de muito anos de aprendizado, pois entre outras coisas um caçador tem que conhecer os hábitos de todos os animais da floresta e seus horários, fazer armadilhas, e outras coisas assim.
A garotada muito entusiasmada pede a ele que conte uma história sobre armadilhas , e o Griot começa a narrativa...
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"O Jabuti e o Leopardo"
O jabuti, distraido como sempre, estava voltando apressado para casa . A noite começava a cobrir a floresta com seu manto escuro e o melhor era apertar o passo.
De repente ...caiu numa armadilha ! Um buraco profundo coberto por folhas de palmeiras que havia sido cavado na trilha, no meio da floresta, pelos caçadores da aldeia para aprisionar os animais. O jabuti, graças a seu grosso casco, não se machucou na queda, mas...como escapulir dali ? Tinha que encontrar uma solução antes do amanhecer se não quisesse virar sopa para os aldeões... Esta ainda perdido em seus pensamentos quando um leopardo caiu também na mesma armadilha !!! O jabuti deu um pulo, fingindo ter sido incomodado em seu refúgio, e berrou para o leopardo:"-Que é isto ? o que está fazendo aqui ? Isto são modos de entrar em minha casa ? Não sabe pedir licença ?!" E quanto mais gritava. E continuou..."-Não vê por onde anda ? Não sabe que não gosto de receber visitas a estas horas da noite? Saia já daqui ! Seu pintado mal-educado !!!" O leopardo bufando de raiva com tal atrevimento, agarrou o jabuti...e com toda a força jogou-o para fora do buraco !
O jabuti - feliz da vida - foi andando para sua casa tranquilamente!Ha espantado ficava o leopardo...
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Estas Histórias foram retiradas do blog da Betty:
http://canto-do-conto.blogspot.com/

28H MMN - A Mosca Trapalhona (Griots)

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Imagens retiradas do Google


"O nome Griots faz referência a grandes contadores de hitórias africanos que, apesar de ainda atuarem isoladamente em algumas regiões da África Ocidental, tiveram, há séculos, um vasto e importantíssimo papel na evolução e manutenção da cultura e tradição de todo continente.Os Griots, contadores e cantadores de histórias, eram considerados verdadeiras bibliotecas ambulantes e sua importância era tão grande que eram poupados até pelos inimigos nas guerras. Lendas, feitos heróicos e lições de vida, tudo era adorado e servia de alimento para o espírito alegre e guerreiro do povo do continente. Quando falecia, o corpo de um Griot era colocado, literalmente, dentro de uma gigantesca árvore chamada Baobá, para que suas histórias e canções pudessem continuar brotando e alegrando todos aqueles que as consumiam."






Imagens retiradas do Google



"A Mosca Trapalhona"



Uma mosca viu uma cobra dormindo sobre um monte de lenha e, prestimosa como sempre, foi logo avisando:
-Ó Dona Cobra, fuja daí porque está chegando alguém pra buscar lenha e vendo-a a í pode matá-la. A cobra seguiu o conselho e se enfiou apressadamente na toca de um rato.
Este ao vê-la adentrando a sua casa deu um guincho e fugiu esbaforido pela saída de emergência.
Do lado de fora esbarrou no faisão que começou a berrar. O macaco que dormia, com aquela gritaria deu um pulo tão alto que um galho se partiu caindo na cabeça do elefante que passava por ali naquele momento. O elefante apavorado saiu esmagando tudo o que encontrava a sua frente, e pisou no ninho do ntiétié. O pássaro que tem penas vermelhas como fogo de tão zangado incendiou a planície. Ia passando por ali um veado que queimou as patas, e saiu correndo para se refrescar no rio. estava tão assustado que se esqueceu de gritar avisando as mulheres que se banhavam no rio para que se vestissem. As mulheres sairam correndo e foram se queixar ao chefe da aldeia. O veado foi chamado para se explicar...ele pediu desculpas e pôs a culpa no ntiétié... este foi chamado também, e se defendeu acusando o elefante de culpado.
O elefante ao ser chamado culpou o macaco que culpou o faisão..que culpou o rato...que culpou a cobra...Asssim todos o animais envolvidos na confusão foram chamados para se apresentar ao enfurecido chefe da aldeia até que chegou a vez da mosca !
Esta se explicou dizendo que quis fazer um bem avisando a cobra, mas acabou se dando mal...
O chefe da aldeia reuniu o Conselho Ancião para julgar o caso. A mosca acabou sendo perdoada pelo barulho e confusão que provocou, mas até hoje ela vive por aí ...zumbindo no nariz da gente ! - Bom garotada , por hoje é só !" Disse o vovô Ussumane, levantando-se com uma certa dificuldade. "Boa noite, e durmam bem !"




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A Força


Um conto da África Ocidental


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imagens retiradas do Google
Os animais decidiram fazer um concurso para ver qual deles era o mais forte.A ideia do concurso foi do Elefante.
— Encontramo-nos todos na quarta-feira. Veremos quem tem FORÇA.
O primeiro a chegar foi o Chimpanzé, que chegou aos saltos.
— Força! Eu tenho força. Vejam só estes BRAÇOS! Esperem só até verem a minha força!
O Chimpanzé sentou-se. Chegou o Veado.
— Força! Olhem para estas PERNAS! Tenho tanta força!
O Veado sentou-se. A seguir veio o Leopardo. Mostrava as garras e rugia.
— Força! Olhem para estas GARRAS! Eu tenho força!
O Leopardo sentou-se. Depois veio o Bode, que baixou os seus chifres fortes.
— Força! Vejam estes CHIFRES! Isto é força.
O Bode sentou-se. Chegou o Elefante. Caminhava muito devagar.
— El…e…fante…significa força.
O Elefante sentou-se. Esperaram e voltaram a esperar. Faltava mais um animal.
Finalmente o Homem chegou, a correr.
— Força! Força!
O Homem exibia os seus músculos.
— Eis-me aqui! Podemos começar!
O Homem tinha trazido a sua espingarda para a floresta e tinha-a escondido nos arbustos. Era por isso que estava atrasado. O Elefante encarregou-se de dar início ao concurso.
— Agora que o Homem chegou, podemos começar. Chimpanzé, mostra-nos a tua força!
O Chimpanzé deu um pulo. Correu para uma pequena árvore e trepou-a. Dobrou-a e deu-lhe um nó. Desceu da árvore e disse:
— Então? Isto não é força?
Os animais exultaram.
— Força! Força! Força! Força! Isso é que é força!
Depois acalmaram.
— Bem…Chimpanzé. Senta-te. O próximo!
O Veado pôs-se de pé com um salto. Correu três quilómetros em direcção à floresta. Correu outros três quilómetros de volta. Nem sequer estava ofegante. Vangloriou-se:
— Vejam só! Se isto não é força…
Os animais concordaram.
— Força! Força! Força! Força! Isso é que é força!
— Bem…Veado. Senta-te. O próximo!
O Leopardo pôs-se de pé e esticou as garras enormes. Começou a esgravatar a terra. Scrung…scrung…scrung…scrung… Como o pó voava! Os animais saltaram para trás. Estavam assustados. O Leopardo perguntou:
— Aaaah! Isto é força ou não é?
— Força! Força! Força! Força! Isso é que é força!
— Bem… Leopardo. Senta-te. O próximo!
O Bode era o seguinte. Baixou os chifres enormes. Havia por ali um campo de canas e o Bode começou a escavar o campo. Shuuu…shuuu…shuuu…shuuu… Os chifres fizeram uma estrada através do campo. O Bode voltou-se. E escavou outra estrada até ao lugar onde estavam os animais. Depois perguntou:
— Não é força, isto?
Os animais ficaram impressionados.
— Força! Força! Força! Força! Isso é que é força!
— Bem… Bode. Senta-te. A seguir?
A seguir vinha o Elefante. Havia muitas árvores em redor que cresciam bem juntas. O Elefante encostou o seu ombro enorme de encontro às árvores. E eennhh…eeennhh… eeennhh…kangplong! As árvores caíram todas. O Elefante exclamou:
— Que tal? Isto não é força?
Os animais ficaram impressionados.
— Força! Força! Força! Força! Isso é que é força!
— Bem… Elefante. Senta-te. O próximo!
Era a vez do Homem. O Homem correu para o meio do círculo. Começou a rodopiar. Deu saltos mortais. Fez a roda. Fez o pino. Volteou em redor deles sem cessar. Depois parou e perguntou:
— Força! Força! Isto não é força?
Os animais entreolharam-se.
— Bem…foi excitante.
— Mas era força, aquilo?
— Nem por isso…
— Só sabes fazer isso?
O Homem sentiu-se insultado.
— Muito bem, então vejam isto!
O Homem subiu a uma palmeira. Tão depressa! Tão depressa! Atirou cocos da palmeira. Desceu da árvore. Perguntou de novo:
— Força! Força! Isto não é força?
Os animais olharam para ele.
— Chamarias àquilo força?
— Só subiu a uma árvore.
— Isso não é bem força.
— Há mais alguma coisa…?
O Homem estava zangado.
— Força? Eu mostro-vos o que é FORÇA!
O Homem correu para o arbusto. Agarrou na arma. Correu de novo para junto deles. O Homem apontou a arma ao Elefante. Ting… Puxou o gatilho. Kangalang! O Elefante tombou. Estava morto. Morto. O Homem dava pulos e gabava-se:
— Força! Força! Isto não é FORÇA?
O Homem olhou em redor. Os animais tinham ido embora. Tinham fugido para a floresta.
— Força!…
Não havia ninguém para o ouvir gabar-se. O Homem estava sozinho. Na floresta, os animais juntaram-se a um canto para trocar impressões.
— Viste aquilo?
— Era força aquilo?
— Chamarias àquilo força?
— Não. Aquilo era MORTE.
— Aquilo era MORTE.
A partir desse dia, os animais não voltaram a caminhar com o Homem. Quando o Homem entra na floresta, tem de caminhar sozinho. Os animais ainda falam do Homem… Da criatura Homem… O Homem é aquele que não conhece a diferença entre força e morte.


Estas Histórias foram retiradas do blog da Betty:




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domingo, 20 de junho de 2010

27H MMN - Advinha o Quanto te Amo


Era hora de ir para a cama, e o Coelhinho se agarrou firme nas longas orelhas do Coelho Pai. Ele queria ter certeza de que o Coelho Pai estava ouvindo. - Adivinha quanto eu te amo? - disse ele. - Ah, acho que isso eu não consigo adivinhar - respondeu o Coelho Pai. - Tudo isso - disse o Coelhinho, esticando seus bracinhos o máximo que podia. Só que o Coelho Pai tinha os braços mais compridos. E disse: - E eu te amo tudo isto ! Huuum, isso é um bocado, pensou o Coelhinho. - Eu te amo toda a minha altura - disse o Coelhinho. - E eu te amo toda minha altura - disse o Coelho Pai. Puxa, isso é bem alto, pensou o Coelhinho. Eu queria ter os braços compridos assim. Então o Coelhinho teve uma boa idéia. Ele se virou de ponta cabeça, apoiando as patinhas na árvore. - Eu te amo até as pontas dos dedos de meus pés! - E eu te amo até as pontas dos dedos dos teus pés - disse o Coelho Pai balançando o filho no ar. - Eu te amo a altura de meu pulo! - riu o Coelhinho saltando, para lá e para cá. - E eu te amo a altura do meu pulo - riu também o Coelho Pai e saltou tão alto que suas orelhas tocaram os galhos das árvores. - Eu te amo toda a estradinha daqui até o rio - gritou o Coelhinho. - Eu te amo até depois do rio até as colinas - disse o Coelho Pai. É uma bela distância, pensou o Coelhinho. Ele estava sonolento demais para continuar pensando. Então ele olhou para além das copas das árvores, para a imensa escuridão da noite. Nada podia ser maior do que o Céu. - Eu te amo ATÉ A LUA! - disse ele, e fechou os olhos. - Puxa, isso é longe disse o Coelho Pai. Longe mesmo! O Coelho Pai deitou o Coelhinho na sua caminha de folhas. E então se inclinou para lhe dar um beijo de Boa Noite. Depois, deitou-se ao lado do filho e sussurrou sorrindo: - Eu te amo até a lua...IDA E VOLTA !


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Fábula de Sam Mc Bratney

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Outras de Clarice Lispector 02

"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."
Clarice Lispector

Outras de Clarice Lispector

"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo."
Clarice Lispector
"Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam."
(A Hora da Estrela)
Clarice Lispector
"Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho."
Clarice Lispector
"Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite."
Clarice Lispector
"Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome."
(Perto do Coração Selvagem)
Clarice Lispector
"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir,de entrar em contato... Ou toca, ou não toca."
Clarice Lispector
"A palavra é o meu domínio sobre o mundo."
Clarice Lispector
"Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite."
Clarice Lispector
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