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HOJE ALGUMAS FRASES ME DEFINEM: Clarice Lispector "Os contos de fadas são assim. Uma manhã, a gente acorda. E diz: "Era só um conto de fadas"... Mas no fundo, não estamos sorrindo. Sabemos muito bem que os contos de fadas são a única verdade da vida." Antoine de Saint-Exupéry. Contando Histórias e restaurando Almas."Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa

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domingo, 31 de outubro de 2010

46H MMN - O Peixinho de Ouro

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Em uma ilha distante daqui, a Ilha Buián, viviam um pescador e sua esposa. Muito velhos e muito pobres, tinham apenas sua cabana para viver e uma rede que o homem fizera com suas próprias mãos para pescar.
Um dia, ao mar, o homem sentiu que a rede lhe vinha mais pesada. E, pensando na boa pescaria que fizera, veio puxando, puxando a rede, puxando com toda a sua força... entre as malhas, a mesma água, o mesmo sal, e um peixinho do tamanho de quase nada. No entanto, não era um peixe comum: suas escamas eram de puro ouro.
O velho pescador já ia agarrá-lo quando o animaleto assim falou:
"Não me leves, avozinho... Deixa-me livre nas águas do mar que te serei de grande valia. Tudo o que desejares, dar-te-ei em recompensa."
Embora perdesse a pesca e o almoço, o velho respondeu:
"Vai-te embora, não preciso nada de ti. Vive em paz no mar!"
Voltando para casa, o homem viu viu que a velha lhe esperava à porta. "E que tal foi a pesca hoje?" Sem dar importância ao ocorrido, foi contando...
__ Que velho mais idiota! Tivestes a sorte entre as mãos e não soubestes aproveitar! Ao menos, tivesses pedido um bocado de pão... com o que havemos de forrar o estômago, se não há nesta casa nem uma pobre migalha?
E a velha brigou o dia inteiro com o marido -- até que ele, não podendo mais ouvir sua voz, foi à beira-d'água:
__ Peixe, peixinho, vem cá! Vira a cabeça para mim e põe o rabo para o mar!
O peixe de ouro nadou em sua direção:
"O que desejas, bom velho?"
__ Minha mulher está zangada e diz querer pão.
"Volta para casa que pão não vos faltará."
Ao chegar, o velho encontrou a mulher mais brava do que antes. (Ela era do tipo difícil de agradar!) Pão havia de sobra, uma gaveta cheia. O que agora ela queria era uma tina nova -- a madeira havia rachado e ela não tinha onde lavar a roupa:
__ Vai dizer ao tal peixe que nos providencie uma!
O homem obedeceu e, mais uma vez, foi à praia:
__ Peixe, peixinho, vem cá! Vira a cabeça para mim e põe o rabo para o mar!
O peixe de ouro veio a nadar.
"E o que desejas, meu bom velho?"
__ Minha mulher precisa de uma tina nova.
"Volta para casa que a tina nova lá está."
O pescador estava ainda uns vinte passos de cabana, a mulher correu ao seu encontro:
__ Vá imediatamente falar com o peixe e peça-lhe que construa uma casa nova para nós! Aqui já é impossível alguém morar...
Girando nos calcanhares, o homem voltou ao mar. Repetiu as mesmas palavras (que você já sabe, por isso não vou repetir) e o peixe apareceu, dourado e solícito como sempre. No entanto, de novo em casa, o pobre do pescador viu sua esposa soltando fumaça pelas orelhas:
__ Quão estúpido tu me vens! Esta casa é muito pequena! Não a quero! Vai outra vez ter com o tal peixinho de ouro e faça-o saber que não quero ser mais uma camponesa: quero ser esposa de governador, ter uma casa decente para morar!
Mais uma vez, lá foi o bom velho:
__ Peixe, peixinho, vem cá! Vira a cabeça para mim e põe o rabo para o mar!
O peixe nadou até a margem e assim fez, a cauda na água e a cabeça ao céu a falar:
"Que agora desejas?"
__ Minha mulher deve estar maluca: ela não me deixa em paz. Diz que já não quer ser camponesa, prefere ser esposa de governador.
"Não te aflijas, que tudo estará resolvido."
Ao voltar, não mais encontrou a velha cabana, nem outra mais nova sequer... Erguia-se, no mesmo terreno, uma mansão de três andares, contruída sobre largas bases de pedra. Sim, o peixe de ouro havia atendido com prontidão a mais esse pedido. Foi achegando-se e os criados vieram recebê-lo no pátio, perguntou por sua esposa... não tardou por encontrá-la refestaleda em uma poltrona, toda vestida em luxo.
__ Como estás, minha esposa? Contente?
__ Tens o atrevimento de chamar-me tua mulher, justo a mim, mulher do governador?
E assim dizendo, deu ordens aos criados para despejarem-no à rua. Lá fora, o pescador levou boa surra com paus e cordas. Apanhou de tal jeito que, só com muito custo, conseguiu ficar de pé outra vez... e, além de tudo, foi nomeado varredor da casa, obrigado à vassoura e a deixar o pátio sempre limpo... se encontrassem uma folhinha no chão ou qualquer sujeira sequer, deciam-lhe o pau!
Foi vivendo assim humilhado até o dia em que a esposa do governador quis vê-lo pessoalmente. Já estava cansada daquela vida.
__ Vai, agora mesmo, velho tonto, falar com o teu peixe. Desejo ser czarina para toda gente me obedecer e respeitar! Devo morar em um palacete e todos deverão se inclinar quando me virem passar! Andas, sem demora!
E foi ao mar ao pescador e veio à praia o peixe de ouro.
Tudo se fez como contam as palavras... e, naquele mesmo lugar, onde muito tempo atrás existiu uma cabana, no lugar dela, estava um palácio coberto com telhas de ouro. Sentinelas tomavam conta à porta. E ele entrou por um rico jardim, viu muito mais criados correndo de um lado para o outro. Na cozinha, descobriu-se um bom cheiro pelo ar, preparavam um banquete. E cada vez mais ressabiado, o pescador procurou pela mulher.
Ela, estava lá, no alto de uma esplanada, entre nobres e generais, passando revista às tropas. Tambores e trompetes faziam soar o hino do Czar...
O pescador desistiu de falar-lhe, procurou pela vassoura e ficou bem quieto em seu posto.
Mas não demorou para que a velha esposa se entendiasse com toda aquela vida de riqueza e honrarias; então, ordenou que trouxessem o pescador à sua presença. Nobres, generais, soldados e criados colocaram-se em polvorosa pois ninguém jamais havia ouvido falar de tal pessoa entre os afetos da czarina... Foi com muita dificuldade que conseguiram encontrar o bom velho, levado imediatamente para o salão do trono.
__ Tens sorte de ainda viver para ver-me deusa dos mares. Este é meu desejo, comandar toda gente que vive sob as águas. Sem demora, retornas ao peixe e ordene-lhe!
Coração muito apertado, o pescador obedeceu.
__ Peixe, peixinho, vem cá! Vira a cabeça para mim e põe o rabo para o mar!
Mas o peixe de ouro não apareceu na primeira chamada, nem na segunda, nem na terceira...
Foi então que o mar se ergueu, ondas revoltas, o azul ficando escuro. As águas ficaram irreconhecíveis e, neste momento, o peixe de ouro chegou à beira-praia:
"Que mais queres, bom velho?"
E ele tudo foi contando como havia acontecido, mas o peixe, sem mais nada dizer, deu as costas e... desapareceu nas profundezas do mar!
O pobre pescador foi-se também embora, pensando na guilhotina à espera de seu pescoço. Mas, chegando, que surpresa encontrou no lugar do palácio: a velha cabana, pequena e mal-acabada, sua mulher sentada num toco de árvore remendando uma roupa por costurar. Tudo de volta ao mesmo lugar, toda vida como era antes.
Pescando dia após dia, o velho, a rede e o mar, nunca mais teve a mesma sorte de encontrar seu amigo de ouro.

Conto russo adaptado por Peter O'Sagae

Como Um Velho Perdeu Sua Verruga

Imagem retirada do Bing
Há muito tempo atrás um velhinho morava com sua esposa perto de uma floresta. Na juventude ele fora um belo rapaz, mas à medida que envelhecia, uma feia verruga cresceu-lhe na face, ficando, com a idade, cada vez maior. Durante anos, recorreu a médicos e magos e experimentou pós e poções, mas nada adiantou. Por fim resignou-se com a verruga e tentava mesmo brincar a respeito.
Um dia, o velho precisou de lenha para o fogo; foi então para as montanhas e cortou algumas achas. Fazia um dia fresco de outono e ele se sentia tão feliz que nem viu as nuvens se adensarem. Quando caíram as primeiras gotas, correu a procurar abrigo. Encontrou uma árvore oca e lá se escondeu, no exacto momento em que irrompeu a tempestade. Trovões sacudiam as montanhas e raios cintilavam ao seu redor; ele, porém, estava seco e seguro. Depois de muitas horas, a tempestade amainou e o velho saiu de seu refúgio. Ouviu vozes à distância e pensou que seus vizinhos tinham vindo à sua procura. Mas quando viu do que se tratava, pasmou horrorizado - uma horda de gnomos e demônios se aproximava!
Mais que depressa, volou para seu esconderijo na árvore, tremendo de medo. Os demônios chegaram e um dos gnomos - o mais horrendo de todos e obviamente o chefe - dirigiu-se ao seu bando, dizendo com um gesto:
- Vamos dar uma festa aqui.
Então o rei-demônio acomodou-se de costas para o velho, na frente da árvore oca. O pobre homem quase desmaiou de medo.
Os demónios organizaram rapidamente um piquenique e começaram a cantar. O velho observava atónito - nunca vira nada semelhante. Mas quando os demónios começaram a dançar, não pôde conter o riso. Eram desajeitados e deselegantes, e todos pareciam ridículos, dando coices para todo lado e caindo. Finalmente, o rei dos demónios com um gesto ordenou aos dançarinos que parassem.
- Vocês são ruins demais! - disse, se lastimando. - Não existe ninguém aqui que saiba dançar bem?
Ora, o velho adorava dançar e sabia dançar muito bem. - Eu poderia ensinar-lhe uns passos - pensou consigo mesmo, mas não ousava revelar sua presença, temendo que os demónios o matassem. O rei-demónio tornou a perguntar se alguém sabia dançar e o velho continuava dividido entre seu amor pela dança e seu medo dos demónios. O rei-demónio perguntou uma terceira vez e o velho mandou seus receios às favas.
Saiu da árvore e curvou-se perante o chefe dos demónios.
- Eu sei dançar, meu senhor - disse e começou a fazê-lo.
Os demónios ficaram escandalizados por terem um homem em seu meio, mas, bem logo, admiraram a arte do velho. Começaram a marcar o ritmo com seus cascos, acompanhando a música e alguns se juntaram ao velho. Por sua vez, o velho sabia que sua vida dependia de ele dançar bem, de forma que pôs toda sua alma e todo seu coração em seus movimentos e divertiu-se, realmente. Quando parou, o rei-demónio aplaudiu e convidou-o a sentar-se ao seu lado, oferecendo-lhe um copo de vinho.
- Você precisa voltar amanhã para dançar para nós - o rei-demónio disse.
- Gostaria muito de vir - respondeu o velho.
Um dos conselheiros do rei admoestou-o. - Não se ode confiar nos homens. Precisamos ficar com algo que nos dê certeza de que ele vai voltar. - Infelizmente, o velho nada trazia de valor consigo.
- Bem, então - o rei-demónio disse - vou ficar com isto como penhor - e, estedendo a mão, agarrou a verruga do velho e arrancou-a com a facilidade de quem arranca um pessêgo maduro.
- Trate de voltar amanhã - ordenou, e todos os gnomos desapareceram.
O velho mal podia acreditar no que acontecera. Passou a mão pelo rosto e percebeu o quão suave - e simétrico! - estava. Ficou tão feliz, que foi para casa pulando, cantando - e dançando - durante todo o trajecto. A esposa, ao vê-lo livre da verruga, mostrou-se eufórica e ambos celebravam sua boa sorte.
Ora, o velho tinha um vizinho malvado e vaidoso que também tinha uma verruga e que nunca se cansara de procurar um tratamento para ela. Quando soube da celebração, foi espiar e ficou perplexo ao ver que a verruga do velho havia sumido. este homem invejosos imediatamente perguntou o que acontecera e o velho lhe contou a história dos demónios. O vizinho, então, insistiu para ir vê-los, no dia seguinte, em lugar do velho.
No dia seguinte, pois, o vizinho vaidoso rumou para as montanhas e encontrou a árvore oca, exactamente como o velho lhe dissera. E, sem sombra de dúvida, ao anoitecer, o bando de demónios apareceu.
- Onde está o velho que ia dançar para nós? - o rei-demônio perguntou. O mau vizinho rastejou para fora da árvore, tremendo de pavor. - Aqui estou! - disse e começou a dançar. Ele, no entanto, nunca havia aprendido a dançar; considerava a dança aviltante à sua dignidade de forma que apenas pulava de um lado para outro, agitando os braços. Ele achava que os demónios não iriam notar a diferença, porém o rei ficou ofendido.
- Mas que coisa horrível! - o rei-gnomo exclamou. - Você não está dançando como ontem! - O rei não atinara que estava tratando com outra pessoa porque, a seu ver, todos os humanos eram iguais. - Não dá para aguentar! - o rei-demónio gritou, afinal. Vasculhou o bolo e encontrou a verruga.
- Olhe, devolvo-lhe o penhor.
Dizendo isso, atirou a verruga no homem vaidoso e esta grudou-lhe no rosto e não havia dúvida: tinha duas verrugas, uma em cada face! Esgueirou-se para dentro de casa bem mais tarde da noite, e ninguém viu sua cara nunca mais porque, desse dia em diante, passou a usar um chapéu de abas largas, bem enfiado na cabeça.
Quanto ao velho que perdeu sua verruga, ele viveu ainda muito tempo e dançava quando se sentia feliz. O que, na verdade, acontecia quase sempre!

Lenda do Japão
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Resumo
Esse artigo tem como objetivo mostrar a importância do arquétipo da criança divina a partir das noções básicas de psicologia analítica de C.G.Jung, e encontrando na arteterapia um meio facilitador da conexão com esse arquétipo.
Liga Diniz

“... Sem a criança, não existiria deus-pai nem deus-mãe. Sem o filho, obviamente, não existiria o ser humano. Por isso, porque o gênero humano significa existência, vida, e essa vida se inicia bem pequena, com mãozinhas e pezinhos minúsculos, e porque essa vida estabelece a união com Deus, e Deus criou a vida - à sua imagem, por isso a criança é divina.”
Angela Waiblinger

O Arquétipo da Criança Divina
C.G.Jung, psiquiatra Suíço, criador da psicologia analítica, considerava a existência de três níveis da psique humana: a consciência, o inconsciente pessoal, o inconsciente coletivo.
A consciência aglomera pensamentos, palavras, lembranças, identidade, sensações, gestos, sentimentos, imagens, fantasias... Refere-se ao estar desperto e atento, observando e registrando tudo o que acontece no mundo que nos rodeia e dentro de nós..Tem como função primordial situar o sujeito no tempo e no espaço, realizando todas as orientações e adaptações necessárias para possibilitar a relação que se estabelece na troca do sujeito com o meio físico e humano. Para que qualquer conteúdo psíquico torne-se consciente terá necessariamente de relacionar-se com o ego, que é o centro da consciência.
Inconsciente pessoal corresponde a “... uma camada mais ou menos superficial” (Jung, OC V.XVIII/2, 1159) de conteúdos, cujo marco divisório com o consciente não é tão rígido. Contém todos os conteúdos esquecidos ou reprimidos pelo indivíduo, deliberada ou involuntariamente. Estes se referem às experiências vividas, ligadas às disposições internas do indivíduo. Encontram-se também no inconsciente pessoal as percepções e impressões subliminares dotadas de carga energética insuficiente para atingir o consciente. Nele encontram-se os complexos “grupos de representações carregados de forte potencial afetivo, incompatíveis com a atitude consciente” (Jung, Vida e Obra; Nise Silveira – pág.73)
Inconsciente coletivo seria a camada mais profunda da psique constituída pelos materiais que foram herdados da humanidade. No Inconsciente Coletivo encontram-se os arquétipos, formas estruturantes herdadas que é comum a todo ser humano embora se manifestem de maneira diferente de acordo com as culturas. Como exemplos de arquétipos são: o Herói, a Grande Mãe, do Pai, da Criança Divina, do Órfão, dos Irmãos Inimigos, entre tantos outros.
O arquétipo da criança divina diz respeito a nossa criatividade, espontaneidade, essência, é o futuro em potencial. ”Um aspecto fundamental do motivo da criança é o seu caráter de futuro.” (Jung, OC V. IX/I, 278)
“... a “ criança” é dotada de um poder superior e que se impõe inesperadamente, apesar de todos os perigos.A “ criança” nasce do útero do inconsciente,gerada no fundamento da natureza viva. É uma personificação de forças vitais, que vão além do alcance limitado da nossa consciência, dos nossos caminhos e possibilidades,desconhecidos pela consciência e sua unilateralidade, e uma inteireza que abrange as profundidades da natureza. Ela representa o mais forte e inelutável impulso do ser, isto é, o impulso de realizar-se a si mesmo”. (Jung, OC V. IX/I 289)

RESGATANDO A CRIANÇA INTERIOR
"Fui convidada para dar uma palestra e workshop numa universidade com a finalidade de falar sobre a criança interior e a importância de ativar a criatividade e espontaneidade no individuo e na sociedade.
A nossa saúde e a nossa criatividade esta relacionada com a forma com que lidamos com a nossa criança, não só a criança concreta, como a criança interior.
A criança é criativa. Resgatar a criança é resgatar o núcleo de saúde do indivíduo, e esse resgate de saúde do indivíduo tem repercussão na coletividade.
Utilizei-me então do conto “O velho que perdeu a verruga” como instrumento de trabalho para ilustrar esse assunto, pois este retrata esse resgate da criança interior. "
Ligia Diniz

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Todos Dependem da Boca


Certo dia, a boca, com ar vaidoso, perguntou:
-Embora o corpo seja um só, qual é o órgão mais importante?
Os olhos responderam:
- O órgão mais importante somos nós: observamos o que se passa e vemos as coisas.
- Somos nós, porque ouvimos - disseram os ouvidos.
- Estão enganados. Nós é que somos mais importantes porque agarramos as coisas, disseram as mãos.
Mas o coração também tomou a palavra:
- Então e eu? Eu é que sou importante: faço funcionar todo o corpo!
- E eu trago em mim os alimentos! - interveio a barriga.
- Olha! Importante é aguentar todo o corpo como nós, as pernas, fazemos.
Estavam nisto quando a mulher trouxe a massa, chamando-os para comer. Então os olhos viram a massa, o coração emocionou-se, a barriga esperou ficar farta, os ouvidos escutavam, as mãos podiam tirar bocados, as pernas andaram... mas a boca recusou comer. E continuou a recusar.
Por isso, todos os outros órgãos começaram a ficar sem forças...
Então a boca voltou a perguntar:
- Afinal qual é o órgão mais importante no corpo?
- És tu boca, responderam todos em coro. Tu é o nosso rei!
Nota: todos nós somos importantes e, para viver,temos de aprender a colaborar uns com os outros...
Apólogo africano. Fonte: "Eu conto, tu contas, ele conta... Estórias africanas",org. de Aldónio Gomes, 1999

A Palavra de Um Sábio


Tendo Chevreuil, célebre químico, pronunciado durante uma aula o nome de Deus, foi interpelado no momento por um de seus discípulos.
- Mestre - perguntou o jovem, petulante e audacioso - acreditas em Deus? Já o viste? O sábio respondeu:
- Sim, meu caro amigo, já O vi, não em si mesmo, que Ele é puro espírito, mas em Suas obras. Vi Sua onipotência na grandeza e no rápido movimento dos astros; vi Sua inteligência e Sua infinita sabedoria na ordem do Universo; vi a Sua bondade infinita nos admiráveis benefícios que Ele me dispensou.
- E tu, meu jovem, não conseguiste ver nada disso? Não vês o pintor divino no estupendo quadro da criação? Não vês o mecânico celeste nesta bela máquina do mundo? Não vês o artífice em sua obra?
- Moço, lamento a tua ignorância: dela unicamente resulta a cegueira em que vives! Procura aprender para sempre a sublime verdade!
Deus é espírito. Por isso O não podemos perceber pelos nossos sentidos, porque não tem corpo, nem figura, nem cor, nem algum dos atributos que se reconhecem nas coisas materiais. Criador de todas as coisas, Deus não foi criado por nenhum outro ser. Não teve, pois, princípio, nem há de ter fim. É eterno, isto é, existiu sempre e sempre há de existir.
Superior a todos os entes criados por Ele, as Suas perfeições são infinitas. É onipotente, isto é, pode tudo; é imutável, isto é, não pode ter mudança nos Seus atributos; é criador de todas as coisas, e nenhuma das coisas criadas tem o poder de criar outros entes Seus subordinados; é infinitamente bom; é senhor de tudo, tudo governa no mundo; a Sua misericordiosa providencia a tudo acode e tudo regula segundo as leis da Sua eterna e infinita sabedoria.
Pretender encerrar Deus nos limites de nossa compreensão é o mesmo que pretender encerrar todo o oceano dentro de um pequenino dedal.
Somente Deus - ensinava Santo Agostinho - sacia os nossos desejos, porque Ele é a imensidade. Sempre os saciará, porque Ele é a eternidade.
Parábola de Malba Tahan, fonte:Lendas do Céu e da Terra, editora Record.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

45H MMN - O Vestido Azul

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O Vestido Azul
Num bairro pobre de uma cidade distante, morava uma garotinha muito bonita.
Ela freqüentava a escola local. Sua mãe não tinha muito cuidado e a criança quase sempre se apresentava suja. Suas roupas eram muito velhas e maltratadas.
O professor ficou penalizado com a situação da menina.
- "Como é que uma menina tão bonita pode vir tão mal arrumada para a escola?".
Separou algum dinheiro do seu salário e, embora com dificuldade, resolveu lhe comprar um vestido novo. Ela ficou linda no vestido azul!
Quando a mãe viu a filha
naquele lindo vestido azul, sentiu que era lamentável que sua filha, vestindo aquele traje novo, fosse tão suja para a escola. Por isso, passou a lhe dar banho todos os dias, pentear seus cabelos, cortar suas unhas... Quando acabou a semana, o pai falou:
- "Mulher, você não acha uma vergonha que nossa filha, sendo tão bonita e bem arrumada, more em um lugar como este, caindo aos pedaços? Que tal você ajeitar a casa?
Nas horas vagas, eu vou dar uma pintura nas paredes, consertar a cerca, plantar um jardim."
Logo mais, a casa se destacava na pequena vila pela beleza das flores que enchiam o jardim, e o cuidado em todos os detalhes. Os vizinhos ficaram envergonhados por morar em barracos feios e resolveram também arrumar as suas casas, plantar flores, usar pintura e criatividade.
Em pouco tempo, o bairro todo estava transformado...
Um homem, que acompanhava os esforços e as lutas daquela gente, pensou que eles bem mereciam um auxílio das autoridades. Foi ao prefeito expor suas idéias e saiu de lá com autorização para formar uma comissão para estudar os melhoramentos que seriam necessários ao bairro. A rua, de barro e lama, foi substituída por asfalto e calçadas de pedra.
Os esgotos a céu aberto foram canalizados e o bairro ganhou ares de cidadania.
E tudo começou com um vestido azul...
Não era intenção daquele professor consertar toda a rua, nem criar um organismo que socorresse o bairro. Ele fez o que podia, deu a sua parte. Fez o primeiro movimento que acabou fazendo que outras pessoas se motivassem a lutar por melhorias.
Será que cada um de nós está fazendo a sua parte no lugar em que vive? Por acaso somos daqueles que somente apontamos os buracos da rua, as crianças à solta sem escola e violência do trânsito? Lembremos que é difícil mudar o estado total das coisas. Que é difícil limpar toda a rua, mas é fácil varrer a nossa calçada. É difícil reconstruir um planeta, mas é possível dar um vestido azul. Há moedas de amor que valem mais do que os tesouros bancários, quando endereçadas no momento próprio e com bondade.
Autor desconhecido.

http://crochetmes3.blogspot.com/2009_08_01_archive.html

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Um Dia Especial


No período da manhã , nosso grupo com quatro mulheres , lemos para 70 alunos da sexta série do colégio Vinicius de Morais. na biblioteca infanto juvenil . Foi muito bom. Platéia atenta e calorosa. Graças a Deus. E scolheram como a melhor história e leitura a minha.
Li ... "O feitiço do sapo Nino", apesar do texto infantil a leitura ficou muito divertida , eles riram muito. No periódo da tarde li e contei para duas turmas
2à 4 anos contei O Macaquinho, A galinha ruiva e li Bruxa, Bruxa venha a minha festa.....ele adoraram e interagiram, foi um sucesso.
4 á 6 anos depois li ....A arca de Noé de VInicius de Morais, contei a história de uma casa mto engraçada e lia ao invés de cantar, conforme os personagens surgiam o texto original
A casa , a porta, o gato, o pato ( la vem o pato pataqui patacolá) , etc.
Li uma poesia que fala dos vários tipos de avô, texto com mta rima e divertido,.
Finalizei com ... Menina bonita do laço de fita ( eles cantaram a fala do coelhinho, mto fofos) .
obrigada pela ajuda, os textos enviado por vc já estão arquivados para leituras e contações a qualquer momento.
Denise.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Frases

"Não há nada que seja maior evidência de insanidade do que fazer a mesma coisa dia após dia e esperar resultados diferentes"
Albert Einstein

Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
E ter paciência para que a vida faça o resto...
William Shakespeare

terça-feira, 19 de outubro de 2010

As Túnicas de Urtiga ou Os Cisnes Selvagens



Numa terra muito distante, havia um rei bondoso e sábio, que tinha uma linda filha, chamada Lúcia e onze filhos, todos belos e inteligentes. O soberano, que já estava velho e cansado, amava ternamente sua esposa e seus filhos.Infelizmente, a rainha morreu, e o rei, sentindo-se triste e solitário, resolveu casar-se com a viúva de seu primo, que tinha sido o soberano de um país vizinho.A felicidade, que até então reinava no palácio, desapareceu. A nova rainha, que era uma feiticeira perversa, conseguiu dominar o velho rei. A primeira coisa que ela fêz foi afastar Lúcia do palácio, mandando-a para a casa de uns lenhadores, que moravam numa floresta longínqua.Quanto aos onze príncipes, tantas mentiras a bruxa pregou a seu respeito, que o rei acabou não os querendo mais ver. Então, a feiticeira resolveu encantar os meninos. Depois de fazer uma porção de gestos mágicos, disse para os príncipes:
Voai, ligeiros, longe de nós, Jazei-vos aves, aves sem voz!
Os meninos transformaram-se em cisnes brancos e saíram voando pelo céu afora. Eles deviam seguir para um lugar determinado pela bruxa. Durante a viagem, procuraram passar sobre a casinha da floresta, onde estava a irmãzinha. Mas já anoitecia. Por isso, embora tivessem batido as asas com força, não conseguiram acordá-la.Quando Lúcia completou quinze anos, teve permissão pa a ir ao palácio. Assim que a rainha a viu, ficou louca de inveja e de raiva. A menina era de uma beleza deslumbrante. A bruxa quis transformá-la logo em cisne, e só não o fêz porque o rei desejava vê-la. Resolveu esperar uma ocasião mais oportuna para lhe fazer mal.Lúcia costumava nadar no lago que havia junto ao palácio. Um dia, antes de chegar a moça ao lago, para lá se dirigiu a rainha, levando consigo três sapos horríveis.À margem do lago, atirou o primeiro sapo na água, dizendo:Quando Lúcia estiver nadando, salta na sua cabeça, para fazê-la tão estúpida como tu! Quando atirou o segundo, berrou:Salta no rosto de Lúcia, para fazê-la tão feia como tu!E, quando atirou o terceiro, rosnou:— Fica perto do coração de Lúcia, para que se torne perversa e má!Os sapos fizeram tudo o que a rainha ordenou. Quando a moça saiu do lago, mais parecia um bicho que um ser humano. Ao vê-la, o rei ficou horrorizado. E mandou que ela voltasse para a floresta.É bom lembrar que Lúcia ficou muito feia, mas não se tornou má. O sapo não conseguiu modificar seu coraçãobondoso. Tendo sido desprezada por seu pai, a jovem resolveu sair à procura dos seus queridos irmãos.Viajou dias e dias, atravessando montes, vales e cidades. Durante a viagem, encontrou, numa floresta, uma velha faminta que lhe pediu um pedaço de pão. Lúcia deu-lhe, com prazer, e ainda foi apanhar, no riacho, um pouco dágua para matar a sede da velhinha.Esta, que era Nossa Senhora disfarçada, mandou que Lúcia comesse uma frutinha silvestre que crescia à beira do riacho. A moça obedeceu e, no mesmo instante, desencantou-se, voltando à sua beleza natural.Lúcia continuou a viagem. No meio do caminho, encontrou um velhinho a quem deu o seu último pedaço de pão. Perguntou-lhe, então, se tinha visto onze príncipes tão belos como o sol. O velho respondeu:— Que coincidência! Não vi os onze príncipes. Mas vi onze cisnes belíssimos, cada qual com uma coroa na cabeça!E mostrou o lugar onde vira as lindas aves. A princesa seguiu para lá, sentou-se e ficou esperando o dia inteiro. Quando o sol começou a desaparecer no horizonte, a moça ouviu um rufiar de asas. Olhou para o céu e viu surgir onze cisnes voando apressadamente. Pousaram na terra e esconderam-se sob uma moita. Lúcia aproximou-se e ficou vigiando.Quando os últimos raios do sol desapareceram, as penas dos onze cisnes caíram por terra e eles se transformaram em belos príncipes. Lúcia correu para eles, radiante de alegria. Reconheceram logo a irmã e cobriram-na de beijos e abraços. Que contentamento! Que felicidade!A moça contou-lhes a sua triste história e eles narraram como tinham sido encantados pela cruel feiticeira. E o príncipe mais velho explicou:— Durante o dia, temos a forma de cisnes. Mas, logo que o sol desaparece, voltamos a ser homens. E por isso que temos sempre o cuidado de chegar à terra firme antes que anoiteça, pois, se estivéssemos voando nos ares, cairíamos de repente e morreríamos.— Onde moram vocês? perguntou Lúcia.— Num lugar muito distante daqui, além dos mares. A viagem para lá é muito longa. Voamos dois dias sobre o oceano. No meio do caminho, só existe um rochedo isolado entre as ondas. E tão pequeno que nele só há espaço para ficarmos de pé, apertados uns contra outros. Quando o mar está agitado, cobre-nos de espuma da cabeça aos pés. Contudo, damos graças a Deus por termos aquele pequeno rochedo.— Quantas vezes, por ano, podem vir até aqui ? indagou a princesa.— Somente uma vez. E só podemos nos demorar onze dias. Chegamos há dez dias. Assim só temos um dia para ficar com você.A princesa e os irmãos ficaram conversando durante muito tempo. Depois, vencida pelo cansaço, a moça adormeceu. Quando acordou, ouviu um forte bater de asas. Eram os irmãos que tinham voltado à forma de cisnes e que deviam passar o dia voando.Quando a tarde caiu, os cisnes voltaram e, assim que o sol desapareceu, retomaram a forma humana. Então, o mais velho dos irmãos disse para Lúcia:— Já que a encontramos, não queremos perdê-la. Vamos passar a noite fazendo uma rede para podermos levá-la conosco.E começaram logo a trabalhar. Apanharam uma poi ção de ramos e folhas para construir uma rede resistente c macia. Pouco antes de romper o dia, o trabalho estava terminado.Lúcia sentou-se na rede que foi elevada no ar pelo bico dos onze cisnes. Durante todo o dia, os pássaros voaram sem parar. Já estavam exaustos de carregar a rede, mas não desanimavam. A moça tremia só em pensar que poderia anoitecer, sem que chegassem ao rochedo perdido no meio do oceano. Mas, finalmente, quando os raios do sol começa ram a desaparecer, a pequenina rocha surgiu no horizonte.Quando a noite chegou com seu manto de estrelas, a moça e os onze cisnes pousaram no rochedo. Os príncipe retomaram a forma humana. Tiveram de ficar estreitamente unidos para não caírem no mar. Assim que o sol nasceu os rapazes viraram, novamente, cisnes e bateram as asas, levando pelos ares a jovem princesa.Após viajarem o dia inteiro, chegaram, finalmente, ao seu destino. Os irmãos viviam num penhasco, em frente ao mar, onde havia uma caverna, que era a sua morada. Dentro da caverna, que era muito limpa, viam-se camas de musgo bem arrumadas. Lúcia ficou ali com os irmãos que, nesse momento, acabavam de voltar à forma humana.Depois de conversar longas horas com os príncipes, Lúcia resolveu descansar. Mas, antes de dormir, rezou, pedindo a Nossa Senhora que lhe ensinasse, em sonho, uma maneira de quebrar o encanto de seus irmãos.Quando adormeceu, Nossa Senhora apareceu-lhe em sonho e lhe disse:— Poderás quebrar o encanto de teus irmãos. Mas, para isso, é preciso muita fé e perseverança. Existe pertodeste penhasco, bem como nos cemitérios, uma urtiga que tem propriedades maravilhosas. Quando a apanhares, ficarás com as mãos inchadas e empoladas. Deves colher grande quantidade dessa planta e, com ela, tecerás onze túnicas. Quando estiverem prontas, atira-as sobre teus irmãos e, então, seu encanto ficará quebrado. Voltarão, para sempre, à forma humana. Mas, para que tenhas êxito, é necessário que, enquanto estiveres tecendo as túnicas, não digas uma só palavra. Durante esse tempo, qualquer som que saia de tua boca ferirá como se fossem onze punhais cravados no coração de teus irmãos.Quando Lúcia acordou, caiu de joelhos, agradecendo a Nossa Senhora o conselho que lhe dera. Depois, saiu da caverna e deu início ao seu trabalho. Começou a arrancar as folhas de urtiga que nasciam perto do penhasco. Quando o sol se pôs, voltaram os seus irmãos e perguntaram-lhe o que estava fazendo. Nem uma palavra de resposta. Os príncipes ficaram muito tristes, acreditando que a mudez da irmã era mais uma feitiçaria da madrasta. Mas, quando viram as mãos feridas e o trabalho que ela executava, sem parar, perceberam que fazia aquilo para quebrar o seu encanto. O príncipe mais moço pôs-se a chorar, beijando as mãos da irmã. E onde caíam suas lágrimas, desapareciam as empolas e as feridas.De repente, ouviu-se o som de uma trompa de caça. Era o soberano daquele reino que caçava nas proximidades da caverna. Ao ver Lúcia, ficou deslumbrado por sua beleza. E resolveu levá-la para o palácio real.Lá chegando, a princesa retirou-se para o rico aposento que lhe haviam oferecido. Havia trazido consigo o molho de urtigas e, por isso, continuou a trabalhar, febrilmente, durante a noite. Havia de libertar seus irmãos!Alguns dias depois, o rei não pôde resistir à paixão que o dominava e pediu a moça em casamento. Lúcia que estava enamorada do jovem soberano aceitou o pedido, mas não pôde dizer uma palavra. Sabia que, se o fizesse, causaria a morte dos seus onze irmãos.Realizou-se o casamento com grande pompa. O rei supunha que a sua linda esposa fosse muda e por isso redobrava em seus carinhos para com a moça. Tinha pena da sua triste situação. E Lúcia cada vez amava mais o rei e lamentava não lhe poder contar a sua triste história.A moça já tinha tecido várias túnicas, quando lhe faltou urtiga. Sabia que só podia encontrá-la no cemitério e, numa noite de luar, para lá se dirigiu.Mas houve alguém que a viu sair do palácio e a seguiu. Era um fidalgo que odiava a rainha, pois pretendia ver a filha no trono. Por isso, quando viu a rainha entrar no cemitério, foi avisar ao rei, dizendo-lhe que a rainha talvez fosse uma feiticeira. O soberano ficou muito triste e resolveu vigiai a esposa.Dias depois, tendo faltado, de n!vo, a urtiga, Lúcia tornou a ir ao cemitério. Mas desta vez, foi seguida pelo rei e outras pessoas. Viram-na aproximar-se de um túmulo, onde algumas harpias estavam devorando um cadáver. O rei não quis ver mais, julgando que a sua esposa era também uma bruxa repugnante.Como não podia falar, Lúcia não pôde defender-se e, por isso, foi condenada a morrer na fogueira. Quando os onze príncipes souberam disso, já era véspera da morte da irmã. Correram ao palácio para falar ao rei. Os guardas disseram que não podiam acordar Sua Majestade. Os rapazes insistiram, suplicaram, ameaçaram e já se dispunham a lutar com a guarda real, quando romperam os primeiros raios de sol. Os príncipes desapareceram, e viu-se um bando de cisnes esvoaçando, desesperadamente, por cima das torres do palácio.

Dias depois, tendo faltado, de novo, a urtiga, Lúcia tornou a ir ao cemitério.Chegou a hora da execução de Lúcia. A multidão enchia a praça principal da cidade. Daí a pouco, surgiu a moça numa velha carroça. Estava pálida e abatida, mas seus dedos trabalhavam sem cessar. Já tinha, ao seu lado, dez túnicas prontas. Só faltava uma!
O carrasco quis jogar fora as túnicas, mas a moça olhou para êle com um ar tão suplicante que o homem não pôde recusar-lhe o último favor. A multidão, porém, cobriu-a de injúrias e avançou para despedaçar as túnicas.Nesse momento, surgiram, fazendo grande bulha, onze cisnes lindíssimos, que começaram a dar bicadas terríveis nas pessoas que queriam atacar a carroça. Enquanto isso, a moça não parava de trabalhar. Finalmente, ficou pronta a última túnica.Na ocasião em que o carrasco ia atirar Lúcia na fogueira, os onze cisnes se aproximaram para se despedir da irmã. Ela jogou, então, sobre eles as túnicas de urtiga. No mesmo instante, se transformaram em onze príncipes de uma beleza deslumbrante. Estava quebrado e encanto!— Agora já posso falar. Estou inocente! exclamou a moça. E contou ao rei, que estava presente, a sua história.A pena de morte foi logo revogada. O rei ficou louco de alegria e cobriu a esposa de beijos e abraços. Houve muitas festas no reino. E a todas assistiram os onze príncipes, que passaram a morar no palácio, junto de sua querida irmã.
Fonte : Contos Maravilhosos – Theobaldo Miranda Santos, Cia Ed. Nacional
* * *
Outras Obras de Hans Christian Andersen:

• O isqueiro mágico
• Nicolau grande e Nicolau pequeno
• A princesa e o grão de ervilha
• As flores da pequena Ida
• Mindinha
• O menino mau
• O companheiro de jornada
• A pequena sereia
• Os novos trajes do imperador
• As galochas da fortuna
• A margaridinha
• O soldadinho de chumbo
• Os cisnes selvagens
• O jardim do paraíso
• As cegonhas
• Ole Lukoeje (Olavo fecha-olho)
• O guardador de porcos
• O anjo
• O rouxinol
• Os namorados
• O patinho feio
• O pinheirinho
• A rainha da neve
• Mamãe sabigueiro
• A agulha de cerzir
• O sino
• A colina dos elfos
• Os sapatos vermelhos
• Os saltadores
• A pastora e o limpador de chaminés
• Holger Danske
• A menina dos fósforos
• A sombra
• A casa velha
• Uma família feliz
• História da mãe
• O colarinho
• Uma história
• Só a pura verdade
• Mágoas do coração
• Cada coisa em seu lugar
• Dentro de milênios
• Cinco grãos de uma só vagem
• Ela não valia nada
• João-pato
• Histórias que o vento contou
• O que o velho fizer está bem feito
• O boneco de neve

A Quase Fada Conta e Encanta


Lá no Reino Encantado das fadas, há algum tempo atrás, nasceu um bebê fada muito lindo, com seus cachinhos cor-de-rosa e seus olhos verdes como a mata.
Todas as fadas estavam aguardando o nascimento desse bebê com muita ansiedade, pois durante décadas, não nascia, se quer, uma mini-fadinha no reino. Tudo porque os humanos não acreditavam mais nas fadas e faziam questão de dizer isso em alta voz. O Reino Encantado das fadas estava perdendo seu brilho e encanto. Mas quando tudo parecia perdido, brotou um botão-de-fada que renovou a esperança do povo mágico e, finalmente, um bebê fada havia nascido... Mas, mas, mas...
Que estranho!
A rainha das fadas examinou o bebê e... Nada..:
- Este bebê não é uma fada. - bradou a rainha - não encontro nele, magia alguma.
-Ooooooooh!!!! - Mas não pode ser!
- Como é isso, se ela nasceu de um botão-de-fada?
Ignorando o espanto dos outros, ela continuou:
- Muito bem! Esperaremos algum tempo para que lhe apareçam seus talentos, mas se não acontecer, terá de deixar o Reino Encantado das fadas. E assim fizeram. Depois de alguns dias o bebê fada já era uma fada jovem e continuava sem magia nenhuma, por isso foi chamada de "Quase Fada". Como havia sido decidido no dia de seu nascimento, chegou a hora de Quase Fada deixar o Reino Encantado:
-... Você deverá ir para o mundo dos humanos e só voltará para casa, quando encontrar sua magia de fada.
A Quase Fada entrou pelo oco de uma árvore e foi parar em um jardim do mundo humano. Era o jardim de um museu e todos os dias um montão de crianças visitava esse jardim e não foi difícil ficar amigos da Quase Fada. E brincavam e corriam e faziam a Quase Fada rir a valer.
As crianças amaram o sorriso daquela moça e as meninas se encantaram com seus cabelos cor-de-rosa.
Quando todos se cansaram, sentaram-se embaixo de uma sombra gostosa e a Quase Fada contou toda a sua história. As crianças gostaram muito de tudo o que aconteceu aquela tarde e na hora de ir embora, disseram que todos os dias, voltariam para ouvir outras histórias e juntos, tentariam descobrir a magia de fada da Quase Fada. Assim, todos os dias depois da escola, muitas crianças se juntavam para brincar e ouvir histórias, embaixo da árvore onde estava vivendo a Quase Fada, que todos os dias tinha um conto diferente para apresentar aos amiguinhos.
Conto de Fada: fonte:
Maria Helena Cruz :
http://ayram-contosfadas.blogspot.com

O velho Querecas


ERA uma moça solteira e muito animosa que ficou órfã de pai e mãe e sem ter onde se abrigar. Na cidade havia uma casa abandonada porque apareciam almas do outro mundo e ninguém queria lá ficar uma noite. A moça lá foi ter e arranjou as coisas para dormir. Perto da meia-noite ouviu um barulho no forro do quarto, gemidos e uma voz gritando: eu caio! eu caio! eu caio!
— Pois cai logo, disse a moça. Caiu uma perna e o barulho começou a ouvir-se mais forte o a voz gritando: eu caio! eu caio! eu caio!
— Pois caia quem já caiu, dizia a moça. Caiu outra perna e assim, com muito barulho, gemidos e gritos de eu caio, eu caio, foram caindo braços, peito, mãos, cabeça, até que tudo ficou no assoalho e se juntou, levantando-se um homem careca, já velho, muito simpático.
— És a única pessoa no mundo que não teve medo de mim e ajudou-me a desencantar. Ainda falta muito mas quero agradecer-te. Aqui tens uma bolsa que sempre estará cheia de moedas por mais que gastes.
Desapareceu o velho e a casa ficou sem barulho algum, muito sossegada. A moça ficou vivendo muito bem, tratando-se do melhor, sem que vissevivalma. Lá uma vez por outra ouvia uma voz que lhe perguntava:
— Falta-lhe alguma coisa?
— Nada me falta, respondia a moça — quem me fala?
— E’ o velho Querecas! dizia a voz.
A moça começou a reparar que a cama amanhecia como se dormissem nela duas pessoas. Resolveu verificar e fingiu adormecer. No escuro .sentiu que uma pessoa entrava no quarto, despia-se e se metia na cama, adormecendo. Ouvindo o ressonar, a moça fez lume para ver quem era, lem-hrando-se do velho Querecas, dono da casa. Viu um moço muito bonito e forte, dormindo calmamente. A moça ficou tão embevecida em contemplá-lo que um pingo de cera da vela caiu em cima do rosto do rapaz e acordou-o.
— Ah! ingrata! Dobraste-me o encanto que estava quási a terminar. Agora para me achares, sapatos de ferro hás-ãe gastar…
Desapareceu o rapaz e a moça ficou muito desconsolada pelo castigo da sua curiosidade. Mandou fazer uns sapatos de ferro, calçou-os e pôs-se a correr mundo, procurando o paradeiro do namorado. Ninguém dava notícia. Os sapatos foram-se gastando e a moça cada vez mais cansada de andar e sofrer necessidades.
Uma tarde chegou a uma cidade e não encontrou hospedagem em parte alguma. Depois de muito procurar, escondeu-se num palheiro abandonado, metendo-se dentro das palhas secas para dormir. Muito tarde acordou por um sussurro de vozese conheceu que eram bruxas numa reunião. Falavam entre elas:
— Que há de novo no teu mundo?
— As mesmas cousas e as mesmos lousas! Por fim uma bruxa que viera por derradeiro disse:
— Novidade, novidade é que o príncipe desta cidade, que estava encantado, no velho Querecas, vai morrer porque ninguém o pode ver…
— E por que não o vêem?
— Porque está invisível e só será visto pelo tecido da bolsa sem fim que ele deu a uma menina que ia quebrando o encanto, mas perdeu porque era curiosa.
Conversaram muito e depois se separaram voando para todos os lados. A moça, logo que rompeu o dia, procurou a verdade e lhe ensinaram o palácio do rei. Foi perguntar pela rainha velha e esta lhe disse que o filho estava encantado num quarto do castelo, doente, mas ninguém o via por mais que procurasse ver. A moça pediu que a levassem até esse quarto, e lá chegando rasgou a bolsa que o velho Querecas lhe dera, e pela fazenda olhou, avistando o mesmo rapaz seu conhecido, deitado no chão, com os olhos fechados, parecendo muito mal. A moça deu um grito e o rapaz acordando, e reconhecendo-a, deu outro ainda maior, deseneantando-se e aparecendo aos olhos de todos. Começaram a tratá-lo com muito carinho e ele ficou bom e casou com a moça.


Conto de Fadas Português. Fonte: Os Melhores contos
Populares de Portugal de Câmara Cascudo

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

44H MMN - O Cerco de Jericó

Você sabe como surgiu o Cerco de Jericó?

Prof. Felipe Aquino

No Antigo Testamento, depois da morte de Moisés, Deus escolheu Josué para conduzir o povo hebreu. Deus disse a Josué que atravessasse o Jordão com todo o povo e tomasse posse da Terra Prometida. A cidade de Jericó era uma fortaleza inexpugnável. Ao chegar junto às muralhas de Jericó, Josué ergueu os olhos e viu um Anjo, com uma espada na mão, que lhe deu ordens concretas e detalhadas.
Josué e todo Israel executaram fielmente as ordens recebidas: durante seis dias, os valentes guerreiros de Israel deram uma volta em torno da cidade. No sétimo dia, deram sete voltas. Durante a sétima volta, ao som da trombeta, todo o povo levantou um grande clamor e, pelo poder de Deus, as muralhas de Jericó caíram… (cf. Js 6).

Torna-se cada vez mais comum as comunidades adoradoras fazerem o Cerco de Jericó. De que se trata? Esta prática nasceu na Polônia. Consiste na oração incessante de Rosários, durante sete dias e seis noites, diante do Santíssimo Sacramento exposto.
De onde veio a inspiração paro o “Cerco de Jericó”?
O Santo Padre João Paulo II devia ir à Polônia a 8 de maio de 1979, para o 91º aniversário do martírio de Santo Estanislau, bispo de Cracóvia. Era a primeira vez que o Papa visitava o seu país, sob o regime comunista; era uma visita importantíssima e muito difícil. Aqui começaria a ruína do comunismo ateu e a queda do muro de Berlim.
Em fins de novembro de 1978, sete semanas depois do Conclave que o havia eleito Papa, Nossa Senhora do Santo Rosário teria dado uma ordem precisa a uma alma privilegiada da Polônia: “Para a preparação da primeira peregrinação do Papa à sua Pátria, deve-se organizar na primeira semana de maio de 1979, em Jasna Gora (Santuário Mariano), um Congresso do Rosário: sete dias e seis noites de Rosários consecutivos diante do Santíssimo Sacramento exposto.”
No dia da Imaculada Conceição (8 de dezembro de 1978), Anatol Kazczuck, daí em diante promotor desses Cercos, apresentou a ordem da Rainha do Céu a Monsenhor Kraszewski, bispo auxiliar da Comissão Mariana do Episcopado. Ele respondeu: “É bom rezar diante do Santíssimo Sacramento exposto; é bom rezar o Terço pelo Papa; é bom rezar
em Jasna Gora. Podeis fazê-lo.”
Anatol apresentou também a mensagem de Nossa Senhora a Monsenhor Stefano Barata, bispo de Czestochowa e Presidente da Comissão Mariana do Episcopado. Ele alegrou-se com o projeto, mas aconselhou-os a não darem o nome de “Congresso”, para maior facilidade na sua organização. Então, deu-se o nome de “Cerco de Jericó” a esta iniciativa.
O padre-diretor de Jasna Gora aprovou o projeto, mas não queria que se realizasse em maio por causa dos preparativos para a visita do Santo Padre. Dizia ele: “Seria melhor em abril.” “Mas a Rainha do Céu deu ordens para se organizarem esses Rosários permanentes na primeira semana de maio”, respondeu o Sr. Anatol. O padre aceitou, recomendando-lhe quefossem evitadas perturbações.
A Santíssima Virgem sabia bem que o Cerco de Jericó em maio não iria perturbar a visita do Papa, porque ele não viria. E, logo a seguir, as autoridades recusaram o visto de entrada no país ao Santo Padre, como tinham feito a Paulo VI em 1966. Consternação geral em toda a Polônia! O Papa não poderia visitar a sua Pátria.
Foi, então, com redobrado fervor que se organizou o “assalto” de Rosários. E, no dia 7 de maio, ao mesmo tempo que terminava o Cerco, caíram “as muralhas de Jericó”. Um comunicado oficial anunciava que o Santo Padre visitaria a Polônia de 2 a 10 de junho. Sabe-se como o povo polonês viveu esses nove dias com o Papa, o “seu” Santo Padre, numa alegria indescritível!
No dia de 10 de junho, João Paulo II terminava a sua peregrinação, consagrando, com todo Episcopado polonês, a nação polaca ao Coração Doloroso e Imaculado de Maria, diante de um milhão e quinhentos mil fiéis reunidos
em Blonic Kraskoskic. Foi a apoteose!
Depois dessa estrondosa vitória, a Santíssima Virgem ordenou que se organizassem Cercos de Jericó todas as vezes que o Papa João Paulo II saísse em viagem apostólica. “O Rosário tem um poder de exorcismo”, dizem os nossos amigos da Polônia, “ele torna o demônio impotente.”
Por ocasião do atentado contra o Papa, em 13 de maio de 1981, os poloneses lançaram de novo um formidável “assalto” de Rosários e obtiveram o seu inesperado restabelecimento. Mais uma vez, as muralhas de ódio de Satanás se abatiam diante do poder da Ave-Maria.
Em várias partes do mundo estão sendo realizados agora Cercos de Jericó. A 2 de fevereiro de 1986, aquela mesma alma privilegiada recebia outra mensagem da Rainha Vitoriosa do Santíssimo Rosário: “Ide ao Canadá, aos Estados Unidos, à Inglaterra e à Alemanha para salvar o que ainda pode ser salvo.” Nossa Senhora pede que se organizem os Rosários permanentes e os Cercos de Jericó, se queremos ter certeza da vitória.
Prof. Felipe Aquino - www.cleofas.com.br

Orações Cerco de Jericó

CERCO DE JERICÓ

1) Ore: Efésios 6, 10 -20 - página 1502 da Bíblia Ave Maria
2) Ore: Salmo 90 - página 730
3) Ore: Lucas 1,46 -56 página 1346
4) Ó Pai Celestial, em nome de seu Filho Nosso Senhor Jesus Cristo, peço-lhe que o poder que deste para Josué e seus companheiros nas muralhas de Jericó, seja dado a mim e aos que fizerem esta oração. Peço-lhe, Senhor Jesus, quebre as muralhas de pragas, por boca ou contaminação, em relação aos nossos antepassados e nos dias de hoje. Jesus quebre todas as muralhas de maldições vindas de nossos antepassados e nos dias de hoje. Jesus quebre todas as muralhas do egoísmo, do ciúme, dos vícios, das origens que forem. Jesus quebre as muralhas das brigas, contendas, dissoluções de casamento, de famílias.(grupos de oração e ministérios), e de todos os tipos de desunião. Jesus quebre as muralhas de dificuldades financeiras, falta de emprego, dificuldades nos negócios, dificuldades no trabalho, falta de dinheiro e outras dificuldades quais forem. Jesus quebre as muralhas das doenças sejam elas quais forem, principalmente o câncer, a leucemia, a depressão, a aids, dependência do álcool, drogas, prostituição, homossexualismo e lesbianismo. Jesus quebre todas as muralhas dos maus pensamentos, iluminações, astúcia de satanás de todas as origens em nossa mente. Jesus quebre toda a ação de satanás em nossa vida espiritual e faça com que sejamos totalmente renovados pelo teu sangue derramado na Cruz. Jesus quebre todo o ocultismo em nosso passado e agora, seja ele magia, sortilégio, dependência, pacto, entrega com entidade, sejam da origem que forem. Jesus quebre todas as muralhas que impedem a obra de Deus em nossas vidas. Senhor entregamos nossas vidas a Ti, para que haja um novo Pentecostes em nós e acreditamos em Tua vitória que também é nossa. Amém.
5) Reze: Salmo 67 página 706
6) Seja quebrado, destruído, arrasado, todo poder de satanás e seus anjos rebeldes sobre essas pessoas e/ou pedidos ( proclama com fé cada um dos pedidos todos os 7 dias) .
7) Que seja destruído, exterminado, neutralizado o poder do príncipe das trevas, que vem perseguindo, prejudicando, escravizando, dominando essas pessoas, desejando a sua ruína espiritual, material, semeando ódio, orgulho, discórdia, inveja, ciúmes e mágoas. Seja destruído, exterminado, neutralizado todo o espírito de desunião nos lares dessas pessoas, que vem provocando discórdia, ódio, mágoa, desentendimento, orgulho, fofocas, julgamento. Seja também queimado, destruído, desmanchado todo e qualquer trabalho, despacho escrito, feito contra essas pessoas. Seja também queimado e destruído todo seu conhecimento anterior e atual com espiritismo, ocultismo, quimbanda, umbanda, mesa branca, rosa cruz, mensana, seicho-noi-ê, maçonaria, superstições. Seja também queimado, exterminado, destruído, eliminado todas as moléstias, dores no corpo e mentais, físicas e espirituais, opressão, perseguição diabólica sobre nós e nossas famílias. Seja destruído, aniquilado, queimado, neutralizado todo o poder do príncipe do mundo sobre nós, que vem provocando discórdia, opressão, tristeza, depressão, angústia, solidão, pavor, desânimo,pânico, taras, esquizofrenia, inveja, ódio, rebeldia, egoísmo, desentendimento agora e para sempre.
8) Reze: Josué 6 – página 257. No último dia rezar normalmente todas as orações, somente Josué 6 será rezado 7 vezes ou passar 7 vezes o Santíssimo e depois queimar os pedidos.
9) Ler Atos 4,23 -31
10) Rezar o terço.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Floquinhos de Carinho - Dia das Crianças

Gente hoje dia das crianças .
Fomos a uma rua de lazer próximo a casa da Érika contar Histórias.
E muito bom interagir com as crianças.
E elas são criaturas espontanêas e surpriendentes.
* * *
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Floquinhos de Carinho
Ivete Tayar
Havia uma pequena aldeia onde o dinheiro não entrava.Tudo o que as pessoas compravam, tudo o que era cultivado e produzido era trocado. A coisa mais importante, a coisa mais valiosa, era o AMOR. Quem nada produzia, quem não possuía coisas que pudessem ser trocadas por alimentos, ou utensílios, dava seu CARINHO. O CARINHO era simbolizado por um Floquinhos de algodão. Muitas vezes, era normal que as pessoas trocassem floquinhos sem querer nada em troca. As pessoas davam seu CARINHO, pois sabiam que receberiam outros num outro momento ou outro dia. Um dia, uma mulher muito má, que vivia fora da aldeia, convenceu um pequeno garoto a não mais dar seus floquinhos. Desta forma, ele seria a pessoa mais rica da cidade e teria o que quisesse. Iludido pelas palavras da malvada, o menino, que era uma das pessoas mais populares e queridas da aldeia, passou a juntar CARINHOS e em pouquíssimo tempo sua casa estava repleta defloquinhos, ficando até difícil de circular dentro dela. Daí então, quando a cidade já estava praticamente sem floquinhos, as pessoas começaram a guardar o pouco CARINHO que tinham e toda a HARMONIA da cidade desapareceu. Surgiram a GANÂNCIA, a DESCONFIANÇA, o primeiro ROUBO, o ÓDIO e a DISCÓRDIA. As pessoas se XINGARAM pela primeira vez, e passaram a IGNORAR-SE pelas ruas. Como era o mais querido da cidade, o garoto foi o primeiro a sentir-se TRISTE e SOZINHO, o que o fez procurar a velha para perguntar-lhe e dizer-lhe se aquilo fazia parte da riqueza que ele acumularia. Não a encontrando mais, ele tomou uma decisão. Pegou uma grande carriola, colocou todos os seus floquinhos em cima e caminhou por toda a cidade distribuindo aleatoriamente seu CARINHO. A todos que dava CARINHO, apenas dizia:Obrigado por receber meu carinho. Assim, sem medo de acabar com seus floquinhos, ele distribuiu ate o último CARINHO sem receber um só de volta. Sem que tivesse tempo de sentir-se sozinho e triste novamente, alguém caminhou até ele e lhe deu CARINHO. Um outro fez o mesmo...Mais outro... E outro... Até que definitivamente a aldeia voltou ao normal. Nunca devemos fazer as coisas pensando em receber algo em troca. Mas devemos fazer sempre Lembrar que os outros existem é muito importante! É muito mais importante do que cobrar dos outros que se lembre de você, pois o sentimento sincero nos é oferecido espontaneamente. E assim saberemos quem realmente nos ama. Aqueles que te quiserem bem, se lembrarão de você. Receber sem cobrar, é mais verdadeiro.Receber CARINHO é muito bom. E o simples gesto de lembrar que alguém existe aforma mais simples de fazê-lo. Estes são os meus floquinhos para você. VOLTARÃO NÃO ACUMULE SEUS FLOQUINHOS,DISTRIBUA-OS A TODOS, ALGUNS PARA VOCÊ...
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