
Maria Hilda de J. Alão.
A menina Lili, bem de leve, no raiar da manhã, pisa num floco de neve com seus patins revestidos de lã. Lili nem olhou para ele. O coitado sofreu calado, e Lili foi correndo pela rua forrada com um tapete de gelo. O vento levantava seus cabelos. Lili, fazendo piruetas, patinava velozmente imaginando a rua uma gigantesca barra de chocolate branco. Olhando para o céu, ela ainda pôde ver a lua sorrindo na manhã gelada. Cansada, ela senta no frio banco da praça. A neve cai. O floco, que ficara no começo da rua, foi crescendo, com o acúmulo de neve, ficando bem grande. Parecia um enorme algodão-doce. - Quem sabe agora ela preste atenção
O monte de neve tremeu, chorou de alegria e emoção. O pranto era representado pelo seu derretimento acelerado: - Ah! Meu Deus! Ela prestou atenção em mim – dizia soluçando -. Ah! Minha doce menina! Como pude pensar que não me notara? Esta minha cabeça...! E, derretendo-se em lágrimas, o floquinho, que se transformara num monte de neve, deslizou pelo canto da calçada indo na direção do bueiro de onde prosseguiria seu caminho engrossando as águas dos rios e dos mares.
Ah! Seu floco de neve! Nunca subestime uma criança.
11/11/07.
(Histórias Que Contava Para o Meu Neto.)
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