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HOJE ALGUMAS FRASES ME DEFINEM: Clarice Lispector "Os contos de fadas são assim. Uma manhã, a gente acorda. E diz: "Era só um conto de fadas"... Mas no fundo, não estamos sorrindo. Sabemos muito bem que os contos de fadas são a única verdade da vida." Antoine de Saint-Exupéry. Contando Histórias e restaurando Almas."Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa

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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O príncipe sapo

Irmãos Grimm
Há muito tempo, quando os desejos funcionavam, vivia um rei que tinha filhas
muito belas. A mais jovem era tão linda que o sol, que já viu muito, ficava atônito
sempre que iluminava seu rosto. Perto do castelo do rei havia um bosque grande e
escuro no qual havia um lagoa sob uma velha árvore. Quando o dia era quente, a
princesinha ia ao bosque e se sentava junto à fonte. Quando se aborrecia, pegava
sua bola de ouro, a jogava alto e recolhia. Essa bola era seu brinquedo favorito.
Porém aconteceu que uma das vezes que a princesa jogou a bola, esta não caiu em
sua mão, mas sim no solo, rodando e caindo direto na água. A princesa viu como ia
desaparecendo na lagoa, que era profunda, tanto que não se via o fundo. Então
começou a chorar, mais e mais forte, e não se consolava e tanto se lamenta, que
alguém lhe diz:
- Que te aflige princesa? Choras tanto que até as pedras sentiriam pena.
Olhou o lugar de onde vinha a voz e viu um sapo colocando sua enorme e feia
cabeça fora d@água.
- Ah, és tu, sapo - disse - Estou chorando por minha bola de ouro que caiu na
lagoa.
- Calma, não chores -, disse o sapo @ Posso ajudar-te, porém, que me darás se te
devolver a bola?
- O que quiseres, querido sapo - disse ela, - Minhas roupas, minhas pérolas,
minhas jóias, a coroa de ouro que levo.
O sapo disse: - Não me interessam tuas roupas, tuas pérolas nem tuas jóias, nem a
coroa. Porém me prometes deixar-me ser teu companheiro e brincar contigo,
sentar a teu lado na mesa, comer em teu pratinho de ouro, beber de teu copinho e
dormir em tua cama; se me prometes isto eu descerei e trarei tua bola de ouro".
- Oh, sim- disse ela - Te prometo tudo o que quiseres, porém devolve minha bola
@ mas pensou- Fala como um tolo. Tudo o que faz é sentar-se na água com outros
sapos e coachar. Não pode ser companheiro de um ser humano.
O sapo, uma vez recebida a promessa, meteu a cabeça na água e mergulhou.
Pouco depois voltou nadando com a boa na boa, e a lançou na grama. A
princesinha estava encantada de ver seu precioso brinquedo outra vez, colheu-a e
saiu correndo com ela.
- Espera, espera - disse o sapo @ Leva-me. Não posso correr tanto como tu -
Mas de nada serviu coachar atrás dela tão forte quanto pôde. Ela não o escutou e
correu para casa, esquecendo o pobre sapo, que se viu obrigado a voltar à lagoa
outra vez.
No dia seguente, quando ela sentou à mesa com o rei e toda a corte, estava
comendo em seu pratinho de ouro e algo veio arrastando-se, splash, splish splash
pela escada de mármore. Quando chegou ao alto, chamou à porta e gritou:
- Princesa, jovem princesa, abre a porta.
Ela correu para ver quem estava lá fora. Quando abriu a porta, o sapo sentou-se
diante dela e a princesa bateu a porta. Com pressa, tornou a sentar, mas estava
muito assustada. O rei se deu conta de que seu coração batia violentamente e
disse: - Minha filha, por que estás assustada? Há um gigante aí fora que te quer
levar?
- Ah não, respondeu ela - não é um gigante, senão um sapo.
- O que quer o sapo de ti?
- Ah querido pai, estava jogando no bosque, junto à lagoa, quando minha bola de
ouro caiu na água. Como gritei muito, o sapo a devolveu, e porque insistiu muito,
prometi-lhe que seria meu companheiro, porém nunca pensei que seria capaz de
sair da água.
Entretanto o sapo chamou à porta outra vez e gritou:
- Princesa, jovem princesa, abre a porta. Não lembras que me disseste na lagoa?
Princesa, jovem princesa, abre a porta.
Então o rei disse:
- Aquilo que prometeste, deves cumprir. Deixa-o entrar.
Ela abriu a porta, o sapo saltou e a seguiu até sua cadeira. Sentou-se e gritou:
- Sobe-me contigo.
Ela o ignorou até que o rei lhe ordenou. Uma vez que o sapo estava na cadeira,
quis sentar na mesa. Quando subiu, disse:
- Aproxima teu pratinho de ouro porque devemos comer juntos.
Ela o vez, porém se via que não de boa vontade. O sapo aproveitou para comer,
porém ela enjoava a cada bocado. Em seguida disse o sapo:
- Comie estou satisfeito, mas estou cansado. Leva-me ao quarto, prepara tua
felecidade.
caminha de seda e nós dois vamos dormir.
A princesa começou a chorar porque não gostava da idéia de que o sapo ia dormir
na sua preciosa e limpa caminha. Porém o rei se aborreceu e disse:
- Não devias desprezar àquele que te ajudou quando tinhas problemas.
Assim, ela pegou o sapo com dois dedos, e a levou para cima e a deixou num
canto. Porém, quando estava na cama o sapo se arrastou até ela e disse:
- Estou cansado, eu tambem quero dormir, sobe-me senão conto a teu pai.
A princesa ficou então muito aborrecida. Pegou o sapo e o jogou contra a parede.
- Cale-se, bicho odioso @ disse ela. Porém, quando caiu ao chao não era um sapo,
e sim um príncipe com preciosos olhos. Por desejo de seu pai ele era seu
companheiro e marido. Ele contou como havia sido encantado por uma bruxa
malvada e que ninguém poderia livrá-lo do feitiço exceto ela. Também disse que no
dia seguinte iriam todos juntos ao seu reino.
Se foram dormir e na manhã seguinte, quando o sol os despertou, chegou uma
carruagem puxada por 8 cavalos brancos com plumas de avestruz na cabeça.
Estavam enfeitados com correntes de ouro. Atrás estava o jovem escudeiro do rei,
Enrique. Enrique havia sido tão desgraçado quando seu senhor foi convertido em
sapo que colocou três faixas de ferro rodeando seu coração, para se acaso
estalasse de pesar e tristeza.
A carruagem ia levar ao jovem rei a seu reino. Enrique os ajudou a entrar e subiu
atrás de novo, cheio de alegria pela libertação, e quando já chegavam a fazer uma
parte do caminho, o filho do rei escutou um ruído atrás de si como se algo tivesse
quebrado. Assim, deu a volta e gritou:
- Enrique, o carro éstá se rompendo.
- Não amo, não é o carro. É uma faixa de meu coração, a coloquei por causa da
minha grande dor quando eras sapo e prisioneiro do feitiço.
Duas vezes mais, enquanto estavam no caminho, algo fez ruído e cada vez o filho
do rei pensou que o carro estava rompendo, porém eram apenas as faixas que
estavam se desprendendo do coração de Enrique porque seu senhor estava livre e
era feliz.
* * *

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